Crimes de Luziânia: é possível tratar o pedófilo?
O arrepiante caso do monstro de Luziânia (A.J.S.), que abusou e matou seis adolescentes, nos leva a perguntar: é possível tratar os pedófilos?
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Atualizado em 30 de abril de 2010 11:27
Crimes de Luziânia: é possível tratar o pedófilo?
Luiz Flávio Gomes*
O arrepiante caso do monstro de Luziânia (A.J.S.), que abusou e matou seis adolescentes, nos leva a perguntar: é possível tratar os pedófilos?
Esse é um tema muito complicado, porém, a resposta é tendencialmente positiva. Algumas terapias tem tido resultados proveitosos (inclusive dentro dos presídios: El País de 02.05.08, p. 27). Muitos profissionais, no entanto, são requeridos nesses tratamentos (psicólogos, psicoterapeutas etc.). Embora isso custe muito caro, o melhor é prevenir.
O Estado tem que voltar sua atenção para o problema da violência sexual, sobretudo quando tem como vítimas as crianças e os adolescentes. Tudo que se fizer nessa área provavelmente será pouco, mas é melhor pouco que nada.
O tratamento dos pedófilos é seguro? A melhor resposta consiste em subscrever Walter Mondale (americano, ex-vice-presidente dos EUA): "Quem pensa que sabe o que vai acontecer, é porque deve estar muito mal informado".
De qualquer modo, impõe-se alterar nossas leis penais para exigir maior atenção (psicológica, psiquiátrica etc.) do Estado em relação a todos os criminosos sexuais. Eles não são criminosos comuns, não aparentam periculosidade ostensiva (daí a necessidade de maior atenção dos profissionais que lidam com ele assim como dos operadores jurídicos). Uma vez postos em liberdade, parece muito evidente que necessitam de vigilância permanente, física ou eletrônica. Já não podemos enfrentar esses gravíssimos problemas (que geram tanto sofrimento) com a visão, estrutura e técnicas terceiromundistas.
Uma das fábulas (contos moralistas) de Esopo (lendário fabulista grego - Séc. VI a.C.), "A gata e Afrodite", bem retrata a personalidade dos criminosos sexuais: "Uma gata que se apaixonara por um fino rapaz e pediu a Afrodite para transformá-la em mulher. Comovida por tal paixão, a deusa transformou o animal em uma bela jovem. O rapaz a viu, apaixonou-se por ela e a desposou. Para ver se a gata havia se transformado completamente em mulher, Afrodite colocou um camundongo no quarto nupcial. Esquecendo onde estava [sua nova situação], a bela criatura foi logo saltando do leito e pôs-se a correr atrás do ratinho para comê-lo. Indignada, a deusa fê-la voltar ao que era. [moral da história] O perverso pode mudar de aparência, mas não de hábitos".
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*Diretor Presidente da Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes
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