A mulher e o mercado de trabalho - Fazer a diferença
Estive pensando, desde o Convite do meu querido "site" Migalhas para escrever sobre o tema em epígrafe, que vivi muitas fases em minha carreira: a primeira delas, de muitas dúvidas, medos, esperanças, alegrias infinitas pela primeira vitória processual; depois, a maturidade profissional, com tudo de bom que ela traz, mas, ainda acompanhada de alguma insegurança e vibrações efusivas com relação às surpresas do Direito.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Atualizado em 11 de março de 2010 11:04
A mulher e o mercado de trabalho - Fazer a diferença
Rogéria Paula Borges Rezende Gieremek*
Estive pensando, desde o Convite do meu querido "site" Migalhas para escrever sobre o tema em epígrafe, que vivi muitas fases em minha carreira: a primeira delas, de muitas dúvidas, medos, esperanças, alegrias infinitas pela primeira vitória processual; depois, a maturidade profissional, com tudo de bom que ela traz, mas, ainda acompanhada de alguma insegurança e vibrações efusivas com relação às surpresas do Direito.
Agora, muito mais madura, com quase vinte e três anos de formada, procuro alimentar as alegrias, fruto de conquistas em árduas batalhas, mas percebo, reconfortada, que o medo não mais me acompanha, que não acordo mais sobressaltada no meio da noite, para ir à folhinha da geladeira e contar dúzias de vezes aquele prazo ou para pensar (durante horas) se o parecer que dei era efetivamente o melhor e mais adequado ao caso concreto.
A maturidade é libertadora! Hoje, mais do que me preocupar com o meu emprego, cuido muito de minha empregabilidade. Procuro me manter atualizada sobre os mais diversos temas, notadamente as evoluções jurisprudenciais e legislativas, faço vários cursos, aperfeiçôo a fluência no inglês, aprendo o espanhol.
Sempre achei que há lugar para todos no Mundo, especialmente para aqueles que amam a carreira que abraçaram e que trabalham com afinco!
Quando comecei a advogar, em 1988, era muito mais comum ouvir discussões sobre o papel da mulher no mercado de trabalho, sobre as discriminações, que sempre houve. Entretanto, sou uma felizarda: nunca sofri qualquer tipo de preconceito! Sempre trabalhei tanto e defendi com tanta paixão os meus pontos de vista (que coincidiam com os de meu empregador - cliente), que me fiz respeitar. E dei sorte, também (devo confessar)!
A mim me parece que, para ser feliz é preciso fazer o que se gosta! Nesse sentido, sou muito afortunada, porque exerço a carreira pela qual me decidi aos três anos de vida (não sabia nem o que era, mas sabia que seria "Advogada"). Nunca mudei de idéia, nem soube o que é ter dúvidas existenciais relativamente à profissão, não precisei de teste vocacional. Adoro a minha profissão e acho que faço a diferença para o meu empregador - cliente.
Outro dia, tive de fazer um discurso de improviso, numa celebração entre amigos. Falei sobre isso, sobre como é importante ir para casa, no final do dia, com essa certeza, de que eu fiz o meu melhor, que dei tudo de mim! A partir daí, se algo der errado, sei que não foi por falta de empenho de minha parte. Isso, sim, para mim, seria devastador.
Lembro-me de que, ao iniciar a minha carreira de advogada num grande banco paulista, atualmente privatizado, aos 26 anos de idade (e quatro de formada), eu ficava tão assustada com os assuntos, muitos dos quais eu jamais tinha ouvido falar, que ficava pedindo a Deus que me desse logo quarenta anos de vida, para que, com eles, viessem a sabedoria e a paciência acumuladas por quatro décadas.
Pois bem, fui atendida (já faz algum tempinho)! E, refletindo, posso dizer que, agora, sou muito mais feliz do que era quando mocinha, porque não tenho mais medo da vida. Enfrento os desafios com a certeza de que o melhor acontecerá! Que eu posso até não entender certas coisas, no momento em que ocorrem, mas que tudo, todas as mudanças, sempre são para o meu bem e que, mais cedo ou mais tarde, eu vou perceber o "lado bom" de tudo aquilo.
Nesse "Dia Internacional da Mulher", a minha mensagem para todas as colegas é: "Lutem por seus sonhos". São eles que nos alimentarão no futuro, durante as crises, quando tudo parecer mais triste e desesperador do que, na verdade, é. Quando trabalhamos com amor, a força desse amor nos impulsiona e faz com a vida nos sorria. Eu, pelo menos, acredito muito nisso!
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*Responsável pela área Contratual e Institucional da Diretoria Jurídica, "Risk Manager" e "Compliance Officer" da Serasa Experian e integrante do grupo Jurídico de Saias
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