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A mulher e o mercado de trabalho

Daniella Janoni

Certamente, a citação acima cai como uma luva para muitas de nós, Mulheres, que à mercê dos desafios do Mercado de Trabalho, ainda nos esforçamos para cuidar da família, sem descuidar de si mesmas, demonstrando verdadeiro talento para administrar o tempo diante de nossa "dupla jornada de trabalho".

quarta-feira, 3 de março de 2010

Atualizado em 2 de março de 2010 11:32


A mulher e o mercado de trabalho

Daniella Janoni*

"Seria preciso dividir cada mulher em três: uma que corresse para o trabalho, outra que tomasse providência para sua família, e uma terceira que escapasse para a beira do lago assistindo quieta ao pôr do sol."

Lya Luft, 1999. O Rio do Meio

Certamente, a citação acima cai como uma luva para muitas de nós, Mulheres, que à mercê dos desafios do Mercado de Trabalho, ainda nos esforçamos para cuidar da família, sem descuidar de si mesmas, demonstrando verdadeiro talento para administrar o tempo diante de nossa "dupla jornada de trabalho".

E talvez seja por conta desse nosso talento nato e tão especial de administração do tempo que hoje adquirimos participação expressiva no Mercado de Trabalho, inclusive em postos antes ocupados exclusivamente por homens, o que evidentemente, representa um avanço, sem contar a oportunidade de podermos contribuir para mudanças organizacionais, desenvolvendo práticas mais sensíveis para as relações de trabalho.

Além da evolução do processo de inserção da Mulher no Mercado de Trabalho, não podemos deixar de citar ganhos relevantes na legislação, tais como a busca de igualdade de oportunidades de trabalho, combate das formas de discriminação (ambas da OIT), estabilidade gestante, licença maternidade que, aliás, tornou-se assunto badalado em razão de recente Lei sancionada pelo Governo Federal, mediante a qual faculta sua prorrogação por mais 2 meses à empregada cuja empresa tenha aderido ao "Programa Empresa Cidadã".

Entretanto, o trajeto de conquistas femininas precisa ser aprimorado com a busca do respeito à dignidade pessoal, social e profissional.

Longo caminho esse,pois ainda há resquícios de preconceito, discriminação e "tabus" a serem desfeitos, alguns deles bastante primários, como por exemplo, restrições pelas diferenças fisiológicas, fatores como estado conjugal, número e idade de filhos, que supostamente prejudicariam o desempenho e gerariam absenteísmo, além de salários menores.

Assim, o velho chavão de que "a luta continua" ainda é atual e devemos prosseguir firmes no nosso ideal de Plena Conquista do Mercado de Trabalho, sem, contudo, deixarmos de ser Mulheres, Amigas, Esposas, Mães e, principalmente, sem deixarmos de escapar, ainda que seja por alguns momentos, para a "beira do lago e assistirmos quietas ao pôr do sol".

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Leia mais

2/3/10 - "Mulheres no mercado de trabalho" - Ana Amélia Ramos de Abreu - clique aqui

1/3/10 - "Para filosofar" - Juliana Marques - clique aqui

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*Advogada do Jurídico Trabalhista Corporativo da Siemens Ltda. e integrante do grupo Jurídico de Saias








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