LULA E UM BI PARA CUBA
Lula, que Chávez considera um novo xeique do petróleo, passou por Cuba e assinou o compromisso de abrir um crédito de US$ 1 bilhão para a ilha. Corre na esteira de José Dirceu, uma espécie de cidadão honorário de Cuba, que, segundo se diz, espera ser o embaixador da abertura cubana ao turismo internacional, particularmente aos investidores mexicanos, espanhóis e portugueses. Lula quer abrir investimentos nas áreas de alimentos, fábrica de níquel, rodovias, indústrias química e hoteleira. É a globalização de Cuba sob o patrocínio brasileiro.
FHC, QUE ESTRATÉGIA É ESSA ?
Poucos entenderam o recado "estratégico" que Fernando Henrique Cardoso bicou ao tucanato. Ele disse que Geraldo Alckmin deveria ceder lugar ao prefeito Gilberto Kassab para preservar sua candidatura ao governo de São Paulo em 2010, quando o atual governador Serra será candidato à presidente da República. O que Sua Excelência quer entender por estratégia ? Quem garante que Serra será o candidato do PSDB ? E por que Geraldo Alckmin não tem o direito de imitar o Serra, ou seja, sair da Prefeitura, se ganhar, e ser candidato a governador ?
ESTRATÉGIA É OCUPAR PODER
A estratégia política se volta, fundamentalmente, para a ocupação de espaços de poder. Se o cavalo passar selado pela frente, o cavaleiro tem de montá-lo. Não pode deixar a vez para um companheiro de outro partido. Ninguém garante que aquele companheiro retribuirá a gentileza cedendo outro cavalo mais adiante. E por falar em ceder lugar a outro, esse gesto é mais próximo de tática do que de estratégia. Estratégia é luta para ganhar o poder. Ademais, partido sem base morre, fenece. E a base do edifício político é o município. O Estado é um andar mais acima.
ET POUR CAUSE...
Portanto, Geraldo Akckmin está certíssimo quando divisa o cavalo selado e acena que o montará. Com seu conselho "estratégico", FHC diz apenas que é amigo de Serra e adversário de Alckmin. Ou, como se diz, dele é a tocha do "fogo amigo".
KASSAB, O TERTIUS ?
Será difícil, para não dizer impossível, que Gilberto Kassab consiga, como candidato do DEM, esmigalhar a polarização que se estabelecerá entre o PT e os tucanos, Marta e Alckmin, se estes foram candidatos. Kassab quer ser o tertius, a opção, a bola da vez. Tão incerta a possibilidade quanto a chance de chuva durante 20 dias seguidos em São Paulo.
GOLPE BAIXO....
O setor hoteleiro, após as perdas competitivas para os Cruzeiros Marítimos, foi fazer queixas à Polícia, aliás, à ministra Marta Suplicy, do Turismo. Que não teve dúvidas. Pediu para as autoridades fazendárias tirarem o couro dos empreendedores dos serviços de Cruzeiros, sem mesmo querer ouvir as razões destes. E, sem dar ouvidos à lógica, sem analisar números comparativos, sem examinar as contas dos dois setores - hotelaria e Cruzeiros - lá vem a caneta do carimbador-mor das receitas, Guido Mantega, ministro da Fazenda.
....OU DO RETROCESSO
Que encaminha para assinatura do presidente Lula mais uma Medida Provisória, cuja exposição de motivos procura justificar a incisão do Imposto de Renda, PIS/PASEP e COFINS nas remessas para o exterior de pagamentos relativos ao afretamento, arrendamento ou aluguel de embarcações marítimas ou fluviais destinadas ao transporte de pessoas para fins turísticos. É o golpe do retrocesso. Ou, como se começa a dizer, o fechamento dos portos aos Cruzeiros.
O CUSTO À BEIRA-MAR
Fernandinho Beira-Mar, depois de preso, foi 19 vezes ao Rio de Janeiro. Cada viagem custou R$ 35 mil, perfazendo o total de R$ 855 mil. É o preço de um sistema que não consegue sair das amarras burocráticas.
TEMPORÃO SEM CREDIBILIDADE
O ministro da Saúde, o boa-praça José Gomes Temporão, bem que tentou acalmar a sociedade, ao ocupar espaço em cadeia de TV para dizer que não há perigo de epidemia da febre amarela. Não conseguiu. Disparou uma epidemia de filas. As pessoas não se convenceram e se enfileiram, aos montes, diante dos postos de vacinação.
BOMBA NO COLO DE SERRA
Há uma bomba quase pronta para explodir no colo do governador paulista. Trata-se do petardo que se fabrica em torno de licitação para substituição da sinalização do Metrô por Sistema de Controle de Trens por Telecomunicações (CBTC), ou seja, o sistema que conduz o trem automaticamente, mais econômico, tecnologia de ponta inexistente no país. A empresa que, segundo se comenta, pode vir a ganhar a licitação, não possui sistema semelhante em operação no mundo. Para demonstrar condição, a tal empresa usou um sistema incompleto - o de Singapura - diferente das características de São Paulo.
E MUITO BARULHO JURÍDICO
Permitir que uma empresa, que nunca fez uma substituição de sinalização por CBTC, implante um novo sistema com os trens operando, é um risco incalculável. Comenta-se, ainda, que o responsável pelo julgamento técnico deveria se considerar impedido. Tem dois filhos no exterior trabalhando na tal empresa que, segundo comentários de bastidores, teria a preferência para levar a melhor. A fogueira sobe montanhas: o tal mandachuva fez pressão sobre os subordinados. E mais de 400 inconsistências técnicas poderiam ser apontadas, entre elas, a ausência de cronograma de execução. Escritórios de Advocacia se mobilizam para trabalhar no caso (ou causo ?) do ano. Se a bomba explodir, que Deus livre os futuros passageiros dos estilhaços !
LICENÇA
Seria de bom tom que o suplente do senador Edison Lobão (PMDB-MA), futuro ministro das Minas e Energia, Edison Lobão Filho, não assumisse o lugar do pai, enquanto não se concluam as denúncias que pesam sobre seu nome. Seria de bom tom que se banisse dos nossos costumes a idéia maluca de colocar filho como suplente do pai.
O BRASIL ELEITORAL
Candidatos, atentem para estes dados: o país tem quase 128 milhões de eleitores, sendo o Sudeste a região que lidera os números, com 43%, ou 55.718.468 eleitores, seguido pelo Nordeste, com 34.377.377 eleitores. Chapa ideal : candidato à presidente, saindo da região Sudeste, com um vice-nordestino. Faixa que concentra a maioria dos eleitores: 25 a 34 anos, com cerca de 31 milhões, sendo 15.178.027 homens e 15.985.172 mulheres.
TEMER TEM RAZÃO
Michel Temer, presidente nacional do PMDB, tem toda razão quando diz não haver cabimento quando a Comissão de Ética considera incompatível Carlos Lupi ser ministro do Trabalho e Emprego e presidente do PDT. Defende a idéia de que ela só se posicione quando constatar desvio. Vamos direto à lógica da democracia representativa : se um partido político pode indicar seus quadros para integrarem a administração, por que um destes não pode ser o presidente da sigla ? O pau que bate em Francisco também bate em Chico.
EDISON FILHO NA RUA ?
O DEM ameaça expulsar Edison Lobão Filho se ele vir a assumir o lugar do pai no Senado. Quem pariu Matheus que o embale, raciocina o ex-PFL.
DITADOS INVERTIDOS
É de Hermógenes, o filósofo, o belíssimo ditado: "Quando eu disse ao coração da laranja que dentro dela dormia um laranjal, ele me olhou estupidamente incrédulo". É costume de alguns políticos colocar laranjas no coração dos seus negócios para deixar a sociedade estupidamente incrédula.
APAGÃO É BOATO ?
O presidente Lula garante que ameaça de Apagão é apenas boato. E que até 2010, o país terá energia elétrica suficiente para assegurar tranqüilidade. Quem aposta na palavra de uma pessoa que prometeu, ao final de 2007, um fim na cascata de impostos ? Manchete do jornal O Estado de S.Paulo de ontem : "Governo incentiva recriação da CPMF".
O PT RACHADO
Quanto mais rachado o PT, mais força Lula acumula. Será ele quem dará as cartas na mesa da candidatura governista em 2010. Candidatos que o presidente poderá apoiar, pela ordem: Dilma Rousseff (chefe da Casa Civil); Ciro Gomes (deputado do PSB do Ceará); Fernando Pimentel (prefeito de Belo Horizonte); Aécio Neves (governador de Minas Gerais, PMDB). Marta Suplicy ? Nem pensar.
CONSELHOS A GERALDO ALCKMIN
Esta Coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos aos políticos e governantes. Na edição anterior, o espaço foi dedicado ao presidente Lula. Hoje, volta sua atenção ao ex-governador de São Paulo e ex-candidato à presidente da República, Geraldo Alckmin:
1. Não deixe passar a oportunidade. Lute para ser o candidato tucano à prefeitura de São Paulo.
2. Propague a idéia de que partido sem base não dura. Morre. E a principal base partidária é o município.
3. Convença os interlocutores que São Paulo e Curitiba são as únicas capitais que poderão dar ao tucanato uma prefeitura.
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