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Política & Economia NA REAL n° 21

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Atualizado às 09:35

Não! Simplesmente não !

O pacote de US$ 700 bilhões foi acordado, mas não foi aprovado pela Câmara dos Representantes dos EUA por 228 (não) a 205 votos (sim). Ninguém sabe o que vai ocorrer. Esta é a pura e simples verdade, apesar de existir uma enorme gama de analistas, economistas e políticos verificando os aspectos particulares desta rejeição. Sobretudo, porque está evidente que nem mesmo os supervisores do mercado financeiro americano - especialmente, o FED, a SEC e o Federal Home Finance Agency - sabem a magnitude do problema. Além disso, a solução essencial do atual estado do mercado financeiro mundial passa pela maior ou menor rapidez na recuperação da confiança do setor privado. E isto, nem o pacote poderia fazer. O governo americano já está drenando bilhões de dólares na esperança de que exista adesão do setor privado à recuperação. Mas, estamos num campo minado quando tratamos de expectativas... Agora o Congresso norte-americano deu as cartas. O setor real pôs a perna para que o mercado financeiro tropeçasse. Provavelmente, ambos serão vítimas do que virá.

Fora Bush !

Esta máxima não é uma pregação revolucionária da esquerda latino-americana. É apenas o recado claro que os deputados de ambos os partidos deram para o atual presidente da América. Ficou provado que o pior presidente da história americana não tem a menor credibilidade para socorrer o país no pior momento econômico desde os anos 30. É sensível esta posição da Câmara Americana, mas a sua atitude não pode ser considerada como inesperada.

Uma vitória da democracia

A despeito do fato de que medidas urgentes e relevantes sejam tomadas para controlar a crise a um fato inquestionável : a Câmara dos Representantes americana não é "órgão de despacho" do executivo e dos bancos americanos. Apesar de todo o peso político de Wall Street e da arrogante presença dos executivos do mercado financeiro em Washington está evidente que a Nação estava inquieta com os passos no Congresso para salvar um sistema que especulou, lucrou e quebrou. Por que o erário teria de salvá-los ? O que foi feito pelo setor real, pelos trabalhadores inadimplentes e pelas imensas áreas que já sofrem os efeitos da recessão ? Estas são perguntas que teriam de ser respondidas (e não foram !) no conjunto de medidas negociadas pelos líderes políticos do país. Pesquisas de opinião já mostravam que a opinião pública perguntava-se : por que não salvar os inadimplentes e sim os bancos ? Ora, o sistema financeiro existe para redistribuir de forma eficiente os riscos do mercado e dos agentes. O que se viu nos últimos anos nos EUA e na maioria dos países desenvolvidos foi um acúmulo enorme de lucros pelos investidores com riscos cada vez mais crescentes (e irresponsáveis). Foi este cenário que fez com que a decisão dos deputados pendesse para o não.

Bush não tem MP à disposição

Invenção da ditadura militar o Decreto-Lei deu origem a Medida Provisória (MP). É usada para tudo, de matérias urgentes às mais banais. De um modo geral, pode-se dizer que é um desrespeito à democracia e à representação popular. De Sarney até Lula, passando pelo "democrata" FHC, ninguém abdicou desta ferramenta. Útil para impor a vontade do Executivo. Se Bush tivesse este instrumento, hein ? Ele adoraria e exercitaria os seus pendores autoritários.

A Europa soluça

O sistema financeiro na zona do euro e na Grã Bretanha deu os primeiros sinais de que também está sendo contaminado pelo vírus emanado dos EUA. Holanda, Bélgica, Alemanha e Inglaterra tiveram de agir emergencialmente para contornar problemas com três instituições financeiras locais. Vai ser o grande teste da capacidade de ação coordenada do Banco Central Europeu. Até aqui ele navegou nas boas águas da moeda única. Será um teste também da integração BCE - Banco da Inglaterra. Vale ressaltar que a especulação imobiliária na Europa foi maior em alguns países como Inglaterra e França em comparação as principais regiões urbanas dos EUA. Neste momento, podemos ter uma perigosa combinação de queda substantiva dos preços dos imóveis somada a uma inadimplência crescente. Em suma : na Europa o estágio da crise é anterior ao momento que vive a América, sendo que a crise européia pode ser ainda maior. A crise, de fato, atravessou o Atlântico. Em direção ao Velho Mundo. O terror agora, é o vírus cruzar o Pacífico.

Estatização na Europa é politicamente mais fácil

A estatização de bancos no continente europeu deve ser politicamente melhor absorvida pelos parlamentos de cada país. Os europeus são mais afáveis com a idéia de se utilizar o erário para adquirir ativos do setor privado. A única exceção talvez seja a Grã-Bretanha onde prevalecem idéias mais liberais, mesmo sob o atual governo trabalhista. Assim sendo, a estatização do Bradford & Bingley não custará somente pounds ao erário. Custará popularidade ao Primeiro-Ministro Gordon Brown. E os tories estão avançando velozmente para retomar o poder naquela ilha. Provavelmente em meio a uma crise que requererá muito esforço para ser superada. Nos outros casos de estatização (o belga Fortis, o islandês Glitnir e o alemão Hypo Real Estate) há dificuldades políticas, mas todas podem ser mais facilmente contornadas. Por enquanto, pelo menos.

Uma boa e uma má notícia

O esquema de financiamento coordenado pelos principais bancos centrais do mundo está azeitado e funcionando bem. Eis a boa notícia. A má : o esquema dobrou a oferta de recursos para o sistema financeiro. A demanda não pára de crescer ainda mais com a rejeição ao pacote de medidas.

No curto prazo, Fed vai ganhar mais poder

Tradicionalmente, o banco central dos EUA, o Federal Reserve, é considerado uma entidade não-partidária e provida de bons recursos humanos, mesmo entre aqueles que são indicados pelo presidente. No curtíssimo prazo tudo dependerá do Fed. Talvez seja uma missão impossível, mas no curto prazo sobrou apenas este "rambo". É ele contra tudo e contra todos.

O longo prazo é mais importante

Embora seja vital que a crise seja controlada no curto prazo - e este controle está muito difícil de ser obtido ainda mais com a rejeição das medidas propostas por Bush- o atual cenário no mercado financeiro americano levanta muitas questões relevantes sobre o longo prazo, inclusive com fortes implicações políticas. Algumas delas :

1) Qual a influência da crise sobre a hegemonia política americana nas questões internacionais ?

2) Os contribuintes americanos estarão dispostos a financiar a guerra no Iraque e no Afeganistão, o apoio aos aliados no Oriente Médio, ao financiamento às "ex-colônias soviéticas" e outros projetos geopoliticamente importantes ?

3) Os trabalhadores norte-americanos estarão dispostos a abrir mão de seus empregos para os trabalhadores chineses, indianos, tailandeses, filipinos, mexicanos, etc ?

4) Qual a influência da derrocada americana sobre os organismos multilaterais, sobretudo o FMI, Banco Mundial e BIS que sempre cuidaram das crises financeiras de países periféricos como o Brasil ?

5) O dólar ainda será a moeda-reserva mundial ?

E a economia real ?

Esta é a pergunta que poucos ousam responder, além do clássico "o crédito ficará mais escasso e mais caro e a economia mundial como um todo, puxada pela norte-americana, sofrerá uma desaceleração". O que fazer para conter seus efeitos sobre o emprego, a renda e o consumo ? Políticas sociais poderão ser afetadas ? Políticas de ajuda aos mais pobres poderão ser suspensas ? O protecionismo recrudescerá ? As políticas de imigração dos mais ricos serão mais restritivas ? O pacote de Bush é para restabelecer a confiança no sistema financeiro ? Quando virá a do mundo da produção e do consumo ? Em que quadrante surgirá um novo Keynes ?

Crise : Obama versus McCain

As divergências entre os Senadores Obama e McCain sobre a maioria dos temas debatidos na última sexta-feira ficaram evidentes. Ok, isso é claro ! Todavia, temos de reconhecer que não há nada de novo nas estratégias de ambos os candidatos. O apoio reticente de ambos os candidatos ao pacote não é por acaso. Além de não desejarem se comprometer, eles provavelmente não saberiam o que fazer neste momento ! As diferenças são marcadas e as soluções camufladas. A única coisa certa é que a missão do próximo presidente norte-americano será muito, muito difícil... Além disso, a política externa será condicionada pela evolução do quadro doméstico. Os EUA sempre foram voltados para si mesmos e agora estarão ainda mais. Como não se via desde a II Guerra Mundial.

Bravatas perigosas

O presidente Lula anda soltando o verbo em relação à atual crise e a seus atores. Ironiza, critica, pontua, galhofa, comenta e outras coisas mais. Todavia, é muito provável que o presidente esteja subestimando o impacto do que acontece nas economias centrais sobre o nosso país em particular e os emergentes, em geral. Talvez a rejeição do pacote pela Câmara dos Representantes nos EUA implique em alguma ação concreta por parte do governo. E menos bravata da parte do presidente.

Pânico e eleições não combinam

Há pessoas bem informadas garantindo que esta tranqüilidade do presidente é estudada, que ele no fundo está preocupado - e muito preocupado com o que ouviu, viu e sentiu nos dias da semana passada em sua passagem pelos Estados Unidos. Lula estaria, em primeiro lugar, cumprindo o papel de um presidente da República de não espalhar o pânico entre os agentes econômicos. Eles só fazem isso - e Bush está dando a prova agora - caso o medo e o pânico possam ajudar a alcançar algum propósito. Em segundo lugar, Lula não quer criar expectativas negativas às vésperas de uma eleição que é (na visão do Palácio do Planalto) crucial para seus planos futuros.

Depois das eleições pode ser outra coisa

É inevitável que o governo faça alguns ajustes na política econômica para aumentar a proteção da economia brasileira ao contágio que vem de Tio Sam. As ações pontuais do Banco Central são - venda de dólares e redução do compulsório - são paliativas. Os especialistas indicam que a melhor e mais correta solução é o corte de gastos do governo - e corte de gastos de custeio, aquele com a máquina administrativa, com salários, com propaganda. Coisas que sempre causaram aversão a todo e qualquer governo, especialmente o de Lula. Nesta hora choca o silêncio do Ministério da Fazenda e do Planejamento, responsáveis pela administração das contas públicas. Talvez seja um silêncio "obsequioso" apenas, em respeito ao ritual eleitoral, para não prejudicar a marcha batida da vitória que Lula espera obter nas urnas de domingo.

2010 passa por 2008 e 2009 I

O governo sempre negará este fato, mas o resultado das eleições de domingo próximo e os cálculos do calendário eleitoral determinarão o tamanho do passo que o governo vai dar nas medidas necessárias para imunizar a economia brasileira do contágio externo. Lula e seus assessores sabem que o tamanho do prestígio do presidente está ligado ao bolso do eleitor, o órgão político mais sensível do corpo humano. A chamada "classe média de Lula" (apud ministra Dilma Roussef) é, em última análise, que faz a nota de Lula e a aceitação de seu governo. Se a vitória aliada for incontrastável, incluindo jóias como São Paulo, boa parte do ABC paulista, talvez Salvador, o governo se sentirá politicamente forte para ir mais a fundo no ajuste das contas oficiais. Se não for, pode ser tentado a ser moderado, a adiar decisões, contando um pouco com a sorte.

2010 passa por 2008 e 20009 II

Outra consideração que o Palácio do Planalto fará para ver como agir e com que intensidade será o efeito no tempo das medidas a adotar. Por tudo que está acontecendo e por nossas tradições, a campanha eleitoral de 2010 estará nas ruas no dia seguinte ao fechamento das urnas no segundo turno. Aliás, já está, pelos vagares do próprio Lula e de sua preferida Dilma Roussef pelos palanques. Assim, terá de estar com a economia mais ou menos ajustada no meio do ano que vem, para não dar armas à oposição. A tentação aqui pode ficar com os paliativos apenas, para não comprometer demais o crescimento. É deixar como está para ver como é que fica. O risco é ter de agir drasticamente mais tarde. Aí os efeitos negativos baterão no momento mais vital da eleição, em pleno 2010.

Reformas, lembram ?

Absolutamente nenhuma reforma estrutural foi realizada pelo governo Lula desde o primeiro mandato. Nenhuma reforma estrutural relevante está em discussão avançada no Congresso. Nenhuma votação relevante para a solução dos problemas nacionais, da criminalidade à tecnologia, tudo está parado ! No meio desta crise internacional é bom termos a clara visão de que nada estrutural mudou no país. Nada.

Sadia e Aracruz dão o alerta

Se alguém acreditava que por aqui os executivos não cometem imprudências e irresponsabilidades na condução dos negócios, as notícias desastrosas sobre a Aracruz e a Sadia mostraram que as coisas se repetem em todo o mundo...

E por falar em mercado de ações...

Não há nenhuma razão para acreditarmos que o ajuste no mercado brasileiro já foi feito. Ao contrário : ao que parece os preços das ações por aqui estão ainda muito elevados em comparação aos outros países emergentes ou mesmo países desenvolvidos. Ainda estamos no meio do ajuste e uma maior (e provável) redução da atividade ainda será descontada dos preços das ações. A rejeição ao pacote nos EUA apenas evidencia esta tendência.

Dólar para cima

Não resta dúvida de que o governo e o Banco Central utilizaram o dólar barato como um importante ingrediente para controlar os preços domésticos. Agora, com o dólar caminhando para cima o BC tem apenas os juros para controlar a alta dos preços. A saída de recursos do país é contínua, substantiva e demorará alguns meses.

Menores riscos, menos custo dos seguros ?

Finalmente, temos uma boa legislação no que concerne à utilização de bebidas alcoólicas pelos motoristas. Tais medidas provocaram uma redução substantiva dos acidentes com automóveis. Como se sabe as seguradoras apoiaram a adoção de leis mais duras em relação ao uso de álcool. Pergunta-se : como o risco caiu para as seguradoras, os preços dos seguros vão cair ?

Eleições : a indiferença do eleitor

Com exceção das cidades do interior, onde a política tem outros sabores e está na porta do cidadão todos os dias, e de alguma ou outra capital e grande cidade, é assustadora a indiferença dos eleitores para esta chamada às urnas. Isto a cinco dias da primeira votação. Os comícios, depois que os shows milionários com artistas foram proibidos ou desapareceram ou foram esvaziados. As carreatas, passeatas e que tais, só fazem movimento por causa de "entusiasmados militantes" assalariados dos partidos ou funcionários públicos comprovados pelos chefes. Quem viu uma grande manifestação pública em prol de qualquer candidato em São Paulo, no Rio, em Belo Horizonte, por exemplo ? Os eleitores parecem cansados da mesmice dos candidatos, da mesmice da campanha, da mesmice das promessas, das mesmices dos governos que se seguem. Por isso, não se surpreenda, leitor, se tivermos algumas surpresas no domingo e depois no segundo turno. Até porque, na média, o número de eleitores indecisos ainda é superior a 30%.

O triângulo das bermudas nacional I

Tanto para o governo quanto para a oposição, as eleições em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro são consideradas decisivas para suas pretensões em 2010. São pontos de irradiação, além de comandarem os três maiores colégios eleitorais do país. O governo acrescentou neste lote o ABC paulista e algumas cidades do interior de São Paulo para tentar enfraquecer os tucanos e o governador José Serra.

Dos três, Belo Horizonte é o único que parece com o quadro definido. Márcio Lacerda, candidato do governador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT), salvo improvável acidente de percurso, levará o prêmio no primeiro turno. Para desencanto dos figurões do PT nacional, inclusive de São Paulo e estrelas mineiras do porte dos ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci, e de uma parte dos tucanos, especialmente os paulistas. Minas vira uma incógnita para 2010 para PT e PSDB.

O triângulo das bermudas nacional II

Ao contrário de BH, em São Paulo e na antiga capital da República nada está definido. É certo que Marta Suplicy (PT), na capital paulista, e praticamente certo que Eduardo Paes (PMDB) no Rio chegarão ao segundo turno. O outro concorrente está indefinido em ambos os lugares.

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) disputam este espaço, mas com Kassab em curva ascensional. No segundo turno, as pesquisas indicam tudo igual qualquer que seja a disputa. Uma derrota de Marta seria um contrapeso para Lula e ela não é improvável em função dos índices de rejeição da ex-prefeita. De certo, no caso, é que na capital paulista a transferência de votos de Lula para Marta não está se dando até agora no grau desejado pelos petistas. Os tucanos terão, dê o que dê, terão de curar fraturas expostas. Nessa altura, para Serra o melhor será mesmo a vitória da Kassab. Mas isto vai custar alguma coisa a ele nacionalmente.

No Rio, três podem ir para o segundo turno com o candidato do governador Sérgio Cabral - Marcelo Crivella, do vice José Alencar e do ministro Mangabeira Unger, Jandira Fegalli (PC do B) e Fernando Gabeira (PV-PSDB). É impressionante, porém, a ascensão de Gabeira. O deputado é a onda do momento e as ondas costumam pegar no Rio. Lula pode ficar em situação difícil na ex-capital : embora aliado de Cabral, detesta Paes; desprezou o candidato do PT, Alexandre Molon; não dá apoio a Jandira, do parceiro PC do B; apostou em Crivella, que está em queda e tem forte rejeição.

Demagogia

Alguns ministros, entre eles Hélio Costa (Comunicações), Edison Lobão (Minas e Energia) e Carlos Lupi (Trabalho), tiraram férias para participar diretamente da propaganda eleitoral em seus Estados em tempo integral. Não querem ser acusados de fazer em horário de expediente. Alguns governadores e prefeitos fizeram o mesmo. Pura demagogia. Nenhum deles desvestiu a roupagem de governante, continuam ministros, governadores ou prefeitos em tempo integral, decidindo e opinando. Só formalmente são substituídos por um secretário ou vice, sem nenhum poder real. Livram-se apenas de aborrecimentos com a Justiça Eleitoral. Mas como tudo em suas áreas continua funcionando normalmente, acabam demonstrando que não são tão necessários assim onde estão.

Em grande ebulição - capítulo dois

Há duas semanas publicamos uma nota dando conta da efervescência que grassa no mundo da indústria farmacêutica no país, especial o das multinacionais. Tudo por conta das pressões do governo, insatisfeito com os preços dos medicamentos e coisas mais nesta área. O ambiente continua tenso - ou está mais tenso um pouco. Avançou o propósito oficial de fabricar os genéricos do coquetel contra Aids no laboratório oficial Manguinhos. Depois de quase dois anos de ter sido determinada a primeira quebra de patente nesse segmento, a Fiocruz anunciou que começará a produzir o remédio de propriedade da Merck, Efavirenz. A Anvisa avisou que soltará nos próximos dias nova regulamentação, ainda mais restritiva, a respeito da publicidade de remédios. Todo esse quadro está levando a alterações nos quadros dirigentes do setor. Há insatisfações de laboratórios com suas representações corporativos. Um dos alvos é a Interfarma, que representa os laboratórios multinacionais. Há mais sinais de mudanças entre as nuvens.

Equador confirma a tradição

A vitória de Rafael Correa no plebiscito deste último fim de semana que lhe deu mais poderes e a possibilidade da reeleição confirma a tradição do país e do continente : as constituições são peças para emendas. De tantas emendas, se tornam rotas.