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Destravando o score

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Atualizado às 08:41

A amiga Cláudia Cristina Bianchi Tagliaferro pergunta:

"Boa noite caro professor! Muito prazer em falar contigo! Sou advogada atuante ininterruptamente há mais de 16 anos e eu fiz um curso para vender para pessoas que precisam de ajuda sobre limpar o nome e regularizar ilicitudes no Bacen. Eu não quero em hipótese alguma captar clientes, eu quero ensiná-los através das minhas vídeo aulas como resolver esses problemas administrativamente. Eu quero saber se posso fazer propagandas em forma de vídeo me intitulando advogada e explicando o meu curso, dizendo sobre minha experiência profissional e minha idoneidade, sem infringir o código de ética profissional, ressalto que não é pra captar clientes processuais e sim clientes que adquiram meu curso e confiem em mim, que eu crie uma autoridade comercial com base na minha experiência jurídica! Agradeço muito por responder."

Cláudia, obrigado pela pergunta. Aqui temos um cenário complicado, onde podemos analisar por diversos ângulos. Vou tentar colocar aqui alguns.

Apesar de que a intenção em levar informação ao mercado seja louvável e um grande ponto de destaque nos seus materiais, o fato é que isso ainda é um curso que está sendo vendido a potenciais clientes. A interpretação que qualquer tribunal vai fazer é de que isso é uma ação de captação de clientes e isso pode trazer problemas futuros a você.

No novo provimento 205/2021, existe um texto explicitando e liberando a venda de livros, cursos, seminários, etc, porém esta regra só vale quando o público alvo forem outros advogados, estagiários ou estudantes de Direito. Ou seja, não conseguiríamos nem encaixar essa nova possibilidade na sua situação.

No frigir dos ovos, ainda estamos vendendo material para possíveis clientes, mesmo se a intenção for apenas educar. Veja que as palavras "vender" e "possíveis clientes" são o problema aqui.

E aí eu te pergunto: porque você não muda a estratégia? Leva informação de graça, faça vídeos sem custo mostrando os caminhos possíveis aos seus clientes (obviamente sem mostrar o passo a passo que deveria ser feito por você), se faz notória no segmento que já tem tanto conhecimento e aguarda as pessoas te procurarem? Desde que me conheço como consultor, sempre defendi que se você levar informação focada e relevante ao mercado, ele responde te dando autoridade e negócios. Tenho certeza que os valores que você ganha hoje com a venda de curso serão amplamente ultrapassados quando você começar a mostrar a todos que você é a referência para solucionar os problemas de seu público alvo.

Em breve, se o mercado quiser "destravar o score" (como está em seus materiais) terá como forte referência a dra. Cláudia Cristina Bianchi Tagliaferro. Depois disso, o cenário se tornará muito mais favorável.

Talvez essa não seja a resposta que você queria, mas infelizmente as regras precisam ser respeitadas e só comento esses detalhes, não para desmotivar, mas para que você tenha ciência de possíveis problemas que estejam vindo em seu caminho. Eu sei que existem dezenas de advogados que seguem esse caminho de venda de conteúdo para possíveis clientes, onde alguns tem problemas e outros não são pegos, mas eu sempre prefiro posicionar meus leitores e clientes para trilhar sempre o caminho mais seguro.

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!