A amiga Juliana S. Moura pergunta:
"Acompanho a coluna desde do começo e hoje resolvi escrever em função de ver uma advogada que foi representada pela CREMESP referente às postagens do Instagram. Isso é possível?".
Juliana, obrigado pela pergunta e por acompanhar a coluna há tanto tempo. Fiquei sabendo também sobre caso, acontecido há algumas semanas. Vamos analisar pontualmente antes de comentar. No caso em questão, a advogada fez basicamente tudo errado em termos de marketing: não criou sua imagem institucional antes de uma fase prospectiva, não entendeu os limites do Código de Ética (além da CREMESP ela também foi representada pela OAB/MG) e não percebeu que criticar uma classe (mesmo que sejam as instituições que estão do outro lado da mesa em uma ação), não é o caminho mais adequado para se promover.
Então veja que postagens como "seu médico bonzinho pode ter cometido erro médico", "todos os médicos comentem erros", "mas você quer corpo de panicat? - Dr. Sem Noção" conseguem, em uma tacada só, corromper tudo que é instruído em termos de postura ética e sobriedade advocatícia.
Infelizmente existe uma geração de advogados (em especial os jovens advogados) que preferem não ter o embasamento das regras providas pela classe e acham que todo tipo de marketing é permitido. Eles veem ações "virais" em redes sociais como Youtube e Tik Tok e acreditam que isso se aplica à advocacia. O formato, conteúdo e aceitabilidade dos formatos não se encaixam. É usar uma camisa 5 números abaixo do seu, só porque achou ela bonita. Não vai ficar bem, nunca. Não estou questionando se as regras são adequadas à realidade ou não, mas sim estou comentando que estas são as regras vigentes no momento e deveriam ser respeitadas e seguidas até uma evolução (necessária) das mesmas.
Se você fizer uma rápida busca no aplicativo Tik Tok, primariamente usado por crianças para vídeos curtos (e sinceramente bem bobinhos), verá que existem advogados lá promovendo seu nome para o público errado e de uma maneira errada. Não me perguntem por que, pois para mim não faz sentido algum.
Enfim, por enquanto não existe a evolução de regras voltadas às redes sociais (e mesmo assim o advogado nunca deveria se portar como um youtuber), o mais sensato seria continuar levando informação dentro dos moldes mais adequados à sobriedade da advocacia.
Espero que eu não esteja vivo para ver o dia que o advogado vai pintar o cabelo para ter mais likes no Instagram.
Espero ter ajudado.
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Bom crescimento!