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Mire nas estrelas

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Atualizado em 8 de agosto de 2019 15:06

A amiga Letícia Stabile pergunta:

"Estou em começo de carreira e com milhões de dúvidas sobre marketing jurídico. Provavelmente vou escrever bastante para sua coluna. Mas antes de perguntar algo técnico queria saber se estou muito errada em fazer ação ainda que pequenas como se meu escritório já fosse grande. Sempre tive uma cabeça que imaginava que a carreira que se vê grande se torna grande, mas meus amigos de faculdade tiram sarro disso bastante. Estou muito errada?".

Letícia, obrigado pela pergunta. Pelo título da coluna desta semana acredito que você já saiba minha posição a este respeito. E isso sempre se refletiu em minha carreira. Desde o começo do Grupo Inrise, sempre pensei na empresa como gigante e, assim como você, muita gente não compartilhava da visão e, por consequência, acabavam "tirando sarro" como você comenta. Então só para alinhar suas expectativas, tenho a mesma linha de raciocínio que você e acredito que, independentemente do tamanho, o escritório deve se ver como grande, até efetivamente se tornar.

Obviamente aqui estou falando de saber dosar esta quantidade de entusiasmo para uma realidade compatível - inclusive financeiramente - ao patamar atual do escritório. Isso significa saber quais as prioridades de sua evolução na carreira (sempre pensando grande) mas investir apenas quando o bolso deixar. Imagine que você é uma das advogadas mais respeitadas e conhecidas do mercado e entenda quais os materiais e ações você está trabalhando nessa posição, mas vá evoluindo para esse cenário ideal, de pouco em pouco, apenas quando sua possibilidade financeira permitir. Pense que você é a rainha, mas só compre a coroa quando tiver dinheiro.

Outro dia, li em algum lugar a teoria do "Moonshot" que acho que tem tudo a ver com sua pergunta e a maneira como vemos (pelo menos eu e você) a imagem de si próprios em evolução de carreira. A teoria Moonshot (Tiro na Lua em tradução literal), fala algo como "mire na lua e, mesmo que não chegue lá, terá ido tão alto que a tentativa já terá valido a pena". Ou seja, mesmo se você não conseguir chegar exatamente no patamar milionário auto imposto, terá realizado muito pois simplesmente nivelou seu objetivo por cima e não pelo comum de mercado.

Para finalizar, peço apenas que, mesmo pensando em seu escritório como um negócio multibilionário, mantenha os pés na realidade atual e evite constrangimentos de jovens profissionais que, mesmo sem muito estudo, remuneração, estrutura física e outras evoluções da carreira, ainda insistem em se apresentar como CEOs de empresas que nem existem.

- Oi, eu sou João da Silva, CEO do XYZ Advogados Associados.

- Que legal. Onde fica seu escritório?

- Não tenho sede ainda. Pra falar a verdade, ainda estou no 3º ano de Direito, mas assim que me formar e arranjar emprego pretendo começar.

- A ideia é essa e desejo boa sorte, mas deixe eu entender: no momento você não tem nem escritório, nem a formação completa, nem emprego e nem advogados trabalhando com você, certo?

- Certo.

- Então você é CEO do que?

- Não sei direito, mas para falar a verdade acho o termo bem legal e vou continuar usando.

- Uau.

Diálogo real presenciado por este que lhe escreve.

Mire na lua, nas estrelas, seja rainha e rei. Mas nunca perca a noção do ridículo.

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!