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Escritório virtual nas redes sociais

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Atualizado em 11 de julho de 2019 14:20

A amiga Gabriella Leal comenta:

"Estamos (grupo de advogados) com um protejo de abrimos um escritório virtual, em um primeiro momento funcionaria pelas redes sociais. Estamos com algumas dificuldades de sistematização do protejo e de conseguir tirá-lo do papel. Gostaria de saber quais dicas e conselhos poderia nos oferecer, bem como dimensionar o quão o marketing jurídico estará atrelado a esse protejo".

Gabriella, obrigado pela pergunta. O ideal seria eu conhecer quais são as dificuldades enfrentadas na operação do projeto, mas é importante entender que tudo no marketing passa pela visão do mercado, invariavelmente. Então, mesmo sem entender o âmbito completo do seu cenário atual, vou arriscar um posicionamento.

Veja que "criar um escritório virtual que funcionaria pelas redes sociais" é teoricamente interessante do ponto de vista prático para os advogados envolvidos, mas e quanto ao ponto de vista do mercado que vocês querem atingir? Se partirmos da premissa que o que faz o público alvo buscar um advogado é a confiança que se tem na pessoa (e diversos estudos já comprovaram isso), qual seria a confiança que teríamos ao nos deparar com a falta da presença física dos profissionais que nos inspiram o devido sentimento?

Posto isso, é importante entender que o advogado é como um médico, que queremos ver e conversar, pois queremos ter certeza que é aquela pessoa que resolverá nosso problema. Você iria querer se consultar sobre um problema sério para você, só com um médico das redes sociais?

Com a saturação do mercado com os profissionais do setor jurídico, o público hoje tem a sua disposição diversas opções de contratação de advogados, do mais simples ao mais complexo, do mais caro ao mais barato e assim por diante. Então se eu tenho toda essa gama de opções, porque eu optaria por aquele que não consigo me aproximar fisicamente?

Funcionalmente, também estranho um pouco o projeto, tendo em vista que, se o advogado não pode responder consultas via internet (artigo 42 do Código de Ética), qual seria a atuação efetiva do escritório nas redes sociais?

Se mesmo com esses alertas a ideia é seguir com o projeto, tento ajudar também, respondendo a pergunta quanto a "dimensionar o quão o marketing jurídico estará atrelado a esse protejo". Dentro do que imagino ser este escritório virtual com operação nas redes sociais, acredito que os itens iniciais a serem operacionalizados sejam:

Regularizar a abertura do escritório junto a OAB;

Escolher o nome da banca (sempre nome ou sobrenome dos sócios);

De preferência, criar seu logotipo diferenciado;

Fazer a criação do perfil do escritório nas principais redes sociais (Facebook, Linkedin, Instagram e Youtube);

Mapear seu público alvo (quem são e como trabalharemos para eles);

Iniciar postagens diárias com conteúdos informativos diversos e focados ao público mapeado;

Ter canal aberto de contato com seu público (um e-mail que seja respondido, independente do volume de contatos, em menos de 24 horas).

Sem conhecer maiores detalhes sobre o projeto, acredito que estas são as primeiras medidas a serem operacionalizadas nessa empreitada.

Boa sorte!

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!