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O coaching deve ser punido?

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Atualizado às 08:20

Nosso amigo Victor Gasparini pergunta:

"Prezado Alexandre, parabéns pela coluna. Estou acompanhando semanalmente e gostando bastante das dicas. Aproveitando o ensejo, acredito que você deva estar a par da polêmica criada pela tentativa de criminalização do coaching. Qual sua opinião?"

Victor, obrigado pela pergunta. Realmente é uma polêmica que está dando o que falar. Para quem não está acompanhando, o sergipano William Menezes quer criminalizar o coaching e já conta com o apoio de mais de 14 mil pessoas. Ele alega que esse é um importante passo que, segundo ele, "não permitirá o charlatanismo de muitos autointitulados formados sem diploma válido".

O ponto aqui, pelo menos na minha opinião, é separar os bons profissionais dos autointitulados, conforme ele mesmo fala. E a verdade, pura e simples, é que hoje existem milhares de "profissionais" no mercado com habilidade/experiência/estudo iguais a zero e que se promovem como se fossem os salvadores da pátria para os mais incautos.

É comum hoje ver, portanto, "coachs" de vida que nunca construíram nada em sua própria existência. "Coachs" financeiros que não tem um tostão em suas contas bancárias. "Coachs" de vendas e resultados que nunca conseguiram segurar um emprego. "Coachs" matrimoniais com 3 casamentos fracassados e por aí vai. Seria cômico se não fosse trágico.

Isso acontece porque não existe uma regularização adequada da profissão e, portanto, qualquer um pode "virar" e se intitular um "profissional renomado no mercado que pode resolver seus problemas em poucas horas". E como o brasileiro não tem o costume de investigar o background dos profissionais que contrata (muitas vezes focando apenas no valor), acaba selecionando e pedindo ajuda para uma pessoa que não consegue sequer implementar mudanças em sua própria vida, imagina na de seus coachees (cliente que participa do processo de coaching).

Eu então, oficialmente falando, defendo veemente o Coaching em todas suas formas (sou inclusive membro das comissões de Coaching Jurídico das OABs de São Paulo e de Carapicuíba) desde que sejam operados e ensinados por profissionais capacitados, estudados e com experiência comprovada de resultados.

Veja bem, ensinar e/ou conduzir um processo de coaching não é uma coisa simples e deveria necessariamente passar por 3 pontos: estudo, experiência anterior e técnica própria desenvolvida. Se você quer encontrar e contratar um profissional adequado (seja um coach ou de qualquer outro segmento), investigue a carreira do mesmo e faça a prova dos 3 antes de qualquer aproximação.

Concluímos, portanto, que não é o Coaching que deve ser punido e sim o aproveitador mal-intencionado e despreparado, que vê nos menos investigativos uma chance de ganhar dinheiro fácil sem muito esforço. E esse "profissional" (sempre com aspas) é o que menos queremos como guia mestra em qualquer que seja nosso problema.

Apenas finalizando os fatos atuais: nosso amigo William Menezes está com sua proposta registrada na plataforma de participação popular do Senado e, caso alcance 20 mil apoios, será encaminhada para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa onde os senadores decidirão se a ideia vai para a frente ou não. Vamos aguardar os próximos capítulos.

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!