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"Política ainda é possível ?"

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Atualizado em 12 de novembro de 2009 07:30


Política ainda é possível ?







Editora:
Del Rey
Autor : Antônio Carlos Doorgal de Andrada
Páginas: 265







A prática política institucional contemporânea, em grande parte ainda presa a pressupostos estabelecidos nos primórdios da construção dos Estados liberais, apresenta-se amplamente superada num mundo cujas referências deixaram, há muito, de ser aquelas de outrora. A política institucional dos modernos tinha como pilares básicos a soberania e o contêiner estatais, a democracia representativa (que, de certa forma, desprestigia a qualidade na formação das maiorias com a valorização dos aspectos quantitativos), os partidos - então organizados em ambientes de pouca complexidade e de fortes conteúdos ideológicos -, e o primado da política institucional como condutora absoluta dos rumos da sociedade. Entretanto, as transformações introduzidas pelas inovações tecnológicas no último século, com destaque para as dos setores da informática e das comunicações, aceleraram o intercâmbio dos saberes, impondo a construção de uma sociedade do conhecimento dominada pelas ciências exatas, sobretudo a econômica, numa época que já pode ser denominada de pós-moderna.

(...)

Os novos ingredientes produzidos pela globalização fizeram o mundo mudar muito nas últimas décadas. Vários conceitos, verdades e crenças ficaram pelo caminho, esquecidos, modificados ou simplesmente substituídos por outras mais adequadas ao novo estágio civilizatório alcançado. É inegável que a economia, aliada às inovações tecnológicas e à cibernética, dita as regras na contemporaneidade. Neste percurso, o Estado fragilizou-se em relação ao seu conceito inicial, abalando irremediavelmente as estruturas do processo político institucional tradicional. Recuperar o tempo perdido é praticamente inviável; mais sensato seria adaptar a prática política institucional aos novos imperativos da pós-modernidade, deslocando-a parcialmente das funções estatais em direção a uma sociedade cada vez mais carente de espaços públicos efetivos. Ao tempo que a política institucional necessita urgentemente de reelaborarão o seu papel central de condução das possibilidades sociais precisa ser revista, porque no mundo atual elas são incertas e imprevisíveis. Também a missão da política institucionalizada de exercício do controle das políticas públicas praticadas pelo Executivo, a partir do Parlamento, requer revisão para dar vazão aos condicionamentos técnicos e de tempo, próprios de uma vida turbulenta e inquieta, além de imprevisível, acelerada e volátil. Resta, ao final, diante de tantos desafios e mudanças, indagar se há possibilidades para a política institucional na pós-modernidade e, em caso positivo, qual política, em que campo de atuação, com quais objetivos e instrumentos. O presente livro busca expor as fragilidades do processo político institucional na pós-modernidade, enfocando especialmente a realidade brasileira.

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 Ganhador :

Thiago Cubas Ribeiro, advogado do Unibanco, de São Paulo/SP


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