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"Cuidado e Cuidadoras - As várias faces do Trabalho do Care"

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Atualizado em 9 de abril de 2013 15:52


Cuidado e Cuidadoras - As várias faces do Trabalho do Care







Editora:
Atlas
Autor: Helena Hirata e Nadya Araujo Guimarães
Páginas: 236










"Nos Estados Unidos, as clínicas de repouso já empregam mais do
que as indústrias automobilísticas e siderúrgicas juntas
".

Angelo Soares, em artigo da coletânea em comento

Em razão do envelhecimento da população e da maciça participação da mulher no mercado de trabalho (a quem cabia cuidar de crianças e idosos), a profissão de cuidador é uma atividade "em plena expansão na economia de serviços em escala internacional".

Valendo-se do nome em inglês care, opção deliberada pelos teóricos da área, as organizadoras da coletânea - filósofa e socióloga - reúnem diferentes profissionais dispostos a pensarem o tema.

Ao jurista chamam a atenção, logo de início, os contornos atípicos das relações interpessoais no serviço profissional de care. Nesse sentido, o estudo de Viviana Zelizer examina o serviço de babás, destacando não configurar "uma troca puramente impessoal de dinheiro por serviços", pois "as partes se engajam em contatos pessoais extensivos, relações de confiança, interações pessoais"; e o artigo assinado por Angelo Soares ressalta as múltiplas dimensões envolvidas na relação, com destaque para a sexual (por envolver contatos corporais) e a emocional.

Cuidadosas análises socioeconômicas apontam traços relevantes do trabalho de care, inclusive em países com altos índices de desenvolvimento: em grande parte desempenhado por profissionais do sexo feminino, provenientes de camadas sociais menos favorecidas (no Brasil, migrantes internas, no Japão, idosas e na França, imigrantes ou suas descendentes) e com poucos anos de estudo formal.

Por fim, a terceira parte da obra preocupa-se com as possibilidades de profissionalização do serviço de care e o papel das políticas públicas para o tema, outra seara a demandar a contribuição do jurista. Em percuciente análise, Thierry Ribault alerta que o caminho não deve relegar a dimensão coletiva da profissionalização e da competência, sugerindo organização institucional (mediação) e regulação para "desdomesticar" a profissão; outros dois autores franceses tratam das políticas oficiais com esse objetivo na França; na mesma esteira, Ana Amélia Camarano sugere maior participação do Estado brasileiro na proteção ao idoso e Isabel Georges e Yumi Garcia dos Santos examinam detidamente os programas de saúde pública já existentes.

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Ganhadora :

Tania Goulart, de Florianópolis/SC

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