Cenário - 20.8.19
terça-feira, 20 de agosto de 2019
Atualizado às 08:40
Um semestre depois, outro Coaf
O governo optou por uma reformulação completa do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que passará a se chamar Unidade de Inteligência Financeira e será integrado à estrutura do Banco Central.
A mudança ocorre por meio de medida provisória - publicada hoje no Diário Oficial da União - e coloca nas mãos do Congresso o desenho final.
Esse é um tema pra lá de sensível, que provocou intensos debates na Câmara e no Senado na primeira metade do ano. Dado o contexto em que está inserido, é possível que volte a alimentar polêmicas durante a tramitação.
O novo Coaf simboliza um ajuste importante na visão do governo.
No início da gestão Bolsonaro, o órgão assumiu condição estratégica dentro da rede de combate à lavagem de dinheiro.
Seguirá com esse status. Será ainda mais enxuto, mais tecnológico e mais protegido de ingerências políticas.
No BC, normas internas determinam que departamentos devem ser ocupados por funcionários de carreira.
PGR
Ritos, dúvidas e realidade
A demora na escolha do futuro procurador-Geral da República torna cada vez mais real a possibilidade de o MP ser liderado por um interino.
A situação - a se confirmar - não será inédita.
Em 2009, até que Roberto Gurgel fosse indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovado pelo Senado, a PGR ficou sob comando de um interino por quase duas semanas.
Em 2013, a ex-presidente Dilma Rousseff também só indicou Rodrigo Janot depois da conclusão do mandato de Gurgel - a aprovação do Senado foi mais demorada e o comando interino durou quase um mês.
Porte de armas
A vez da Câmara
A ampliação do porte de armas, uma das principais bandeiras do governo, pode avançar na Câmara nesta semana.
O projeto prevê ampliar o porte de armas por meio de regulamentação do Executivo e esse deve ser um dos pontos mais críticos da votação.
O relatório está em fase final de redação e ajustes. Deverá ser levado ao plenário entre hoje e amanhã.
Atualmente, o porte está restrito a militares das Forças Armadas, policiais, guardas prisionais e fiscais, por exemplo, mas a proposta que aguarda votação poderá permitir o porte também a integrantes de órgãos policiais da Câmara Legislativa do Distrito Federal e das assembleias legislativas dos estados, caçadores e colecionadores.
Economia 1
Lucros melhoram
Apesar da estagnação econômica, as empresas de capital aberto tiveram ganhos maiores no segundo trimestre deste ano - comparado ao mesmo período do ano passado.
Estudo da consultoria Economática mostra que o lucro das empresas listadas em bolsa cresceu 73,4% entre abril e junho, ante o mesmo período de 2018. Só os setores da construção e mineração tiveram prejuízo.
Nove setores tiveram queda de lucratividade. O comércio, com 18 empresas, é o setor com maior perda nominal no período.
Já o setor com maior crescimento nominal é o de petróleo e gás.
Economia 2
Compartilhando...
O consumo compartilhado de bens e serviços atrai cada vez mais brasileiros, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O levantamento realizado em todas as capitais revelou que, em um ano, aumentou de 68% para 81% o número de brasileiros que estão dispostos a adotar mais práticas de consumo colaborativo no dia a dia nos próximos dois anos.
No geral, 74% das pessoas ouvidas já utilizaram ao menos uma vez, ainda que sem frequência definida, alguma modalidade de consumo colaborativo.
A prática é impulsionada, principalmente, pelas novas tecnologias. Para 85%, a internet e as redes sociais contribuem para o desenvolvimento de confiança entre os envolvidos nesse tipo de prática.
Caronas, aluguel de residências e compartilhamento de roupas são modalidades mais usadas.
De acordo com a pesquisa, as modalidades de consumo colaborativo com maior potencial de utilização são o coworking (61%), o aluguel ou troca de brinquedos (59%) e a hospedagem de animais de estimação na casa de terceiros (59%).
Entre os que já são adeptos de alguma prática, as mais comuns são as caronas para ir ao trabalho, faculdade, passeios ou viagem (42%), o aluguel de residências para curtas temporadas (38%), além do compartilhamento e da locação de roupas (33%).
Economia 3
Crédito pessoal cresce
Após três meses de regulamentação, já foram abertas 238 Empresas Simples de Crédito (ESCs). Em maio deste ano, eram 29.
As empresas são abertas por pessoas físicas que concedem empréstimos exclusivamente para microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. A ideia é que as ESCs sejam uma alternativa mais barata e menos burocrática de crédito.
Atualmente, a taxa média de juros é de 40% ao ano para esse segmento. Segundo o Sebrae, as Empresas Simples de Crédito já realizaram 84 operações, totalizando R$ 1,5 milhão - a média das operações é de R$ 17,8 mil.
A estimativa é que o novo modelo de acesso a crédito injetará R$ 20 bilhões por ano em novos recursos para os pequenos negócios. Esse resultado deve ser alcançado quando as primeiras 1 mil ESCs entrarem em atividade, o que está previsto para acontecer no fim de 2021 (saiba mais).
AGENDA
Planalto - O presidente Jair Bolsonaro lança, às 16 horas, a nova modalidade de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal, lastreada no IPCA.
Moro - O ministro da Justiça, Sergio Moro, participa hoje pela manhã do seminário "Temas de Direito e Economia", no STJ, em Brasília.
Previdência - A CCJ do Senado recebe hoje o secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho.
EDUCAÇÃO
Oportunidade - Programa de MBA nos EUA tem bolsas de até US$ 50 mil para brasileiros.
SABER
Outro olhar - 15 imagens aéreas que mudam a perspectiva de lugares incríveis.
SUSTENTÁVEL
Trânsito - Como estão funcionando os carros elétricos em São Paulo (veja).
TECH
Novos tempos - Como manifestantes em Hong Kong usam o Pokémon Go para driblar a polícia (leia aqui).
BEM-ESTAR
Saúde - As vantagens e desvantagens da escova de dentes elétrica (entenda).