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Cenário - 28.6.19

FSB Inteligência

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Atualizado às 08:31

PIB abaixo de 1%

O Banco Central prevê que o PIB deste ano deve ficar em 0,8%, resultado inferior até mesmo do previsto pelo mercado, que estima o crescimento de 0,87% em 2019.

O dado consta do relatório trimestral de inflação do BC, que até março previa um crescimento de 2% para este ano.

A deterioração econômica, porém, ainda não parou na avaliação da instituição que observa a "ausência de sinais nítidos de recuperação nos primeiros indicadores divulgados para o segundo trimestre".

A estimativa do BC deve puxar para baixo as expectativas do mercado e, em breve, será a vez do Ministério da Economia rever seus cálculos para o PIB, hoje estimados em 1,6%.

O Banco Central alerta ainda que a expectativa de crescimento de 0,8% está condicionada à aprovação da reforma da Previdência e outros ajustes necessários na economia.

O cenário considera também que a indústria ficará praticamente estagnada neste ano.

Já no campo inflacionário, o BC estimou que o IPCA fechará o ano em 3,6%, um recuo de 0,3 ponto percentual ante a previsão anterior.

PIB

As projeções do IPEA

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada divulgou um relatório com previsões para a economia e, como o BC, também espera um PIB de 0,8% para este ano.

Nas contas do Ipea, porém, houve uma recuperação da atividade econômica no segundo trimestre, o que diverge da avaliação do Banco Central.

O documento Visão Geral da Conjuntura traz ainda uma análise sobre a situação fiscal brasileira.

O impacto das medidas nessa área é avaliado pelo "espaço fiscal", dado pela diferença entre o teto de gastos e as despesas obrigatórias.

A gravidade do quadro fiscal atual fica clara quando se constata que, sem reformas, o espaço fiscal em 2023 cai para menos de um terço do registrado em 2019 - de R$ 150 bilhões para R$ 45 bilhões.

Em uma segunda conjuntura, com mudança na regra de reajuste do salário mínimo e manutenção das despesas com saúde e educação em níveis acima do piso constitucional, o espaço fiscal passaria de R$ 110,8 bilhões em 2019 para R$ 63,9 bilhões em 2023.

O terceiro contexto considera as hipóteses anteriores mais a reforma da Previdência como enviada pelo Executivo ao Congresso. Nesse caso, o espaço fiscal subiria de R$ 110,8 bi em 2019 para R$ 135,4 bilhões em 2023.

A quarta simulação houve a substituição da proposta do Executivo por estimativas do impacto da proposta apresentada pelo relator da comissão especial. Nesse caso, o espaço fiscal em 2023 seria de R$ 113,9 bilhões.

CMN

Nova meta de inflação

O Conselho Monetário Nacional definiu que a meta de inflação para 2022 será de 3,5%. O sistema prevê um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima e para baixo.

Entre 2005 e 2018, a meta de inflação foi mantida em 4,5%. Nos anos seguintes, foi reduzida em 0,25 ponto percentual a cada ano, passando de 4,25% em 2019 para 3,75% em 2021.

Com a decisão de hoje, o CMN manteve a decisão de reduzir gradualmente a meta, perseguindo uma inflação mais baixa nos próximos anos.

Economia

Enxurrada de crédito

Um dia depois do BC anunciar a liberação de parte dos depósitos compulsórios dos bancos, aumentando a capacidade de crédito privado em aproximadamente R$ 16 bilhões, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que haverá uma nova ampliação dos recursos disponíveis para os bancos privados da ordem de R$ 100 bilhões.

Os recursos também seriam provenientes dos depósitos compulsórios e, segundo Guedes, o objetivo é permitir que as instituições financeiras ampliem o crédito para pessoas e empresas.

Os relatórios de crédito do BC têm indicado que há oferta de crédito no mercado, mas pouco interesse dos tomadores. Isso ocorre pela falta de confiança no futuro da economia.

Para efeito de comparação, esse volume de recursos despejados no mercado de crédito é semelhante ao movimento feito pelo governo Lula em 2008, auge da crise mundial, quando o BC também liberou R$ 100 bilhões de recursos dos compulsórios dos bancos para reativar a economia.

Naquele momento, porém, os bancos privados acabaram fazendo aplicações financeiras com o dinheiro e pouco aqueceram o mercado de crédito.

A estratégia só funcionou porque o governo pediu que os bancos estatais reduzissem as taxas de juro e abrissem novas linhas de empréstimos. Mas a aposta atual está centrada no mercado privado.

Emprego

Ainda abaixo da expectativa

Em maio, o país registrou a abertura de 32 mil novas vagas formais de trabalho, segundo o Caged. No ano, foram criados pouco mais de 351 mil postos com carteira assinada.

Embora positivo, este é o menor desempenho para o mês desde 2016. Em maio do ano passado, foram gerados 33.659 empregos formais.

No acumulado de 12 meses, o saldo positivo chega a 474 mil novos postos de trabalho, equivalente a um crescimento de 1,24%.

Ibope

Bolsonaro perde popularidade

O presidente Jair Bolsonaro e as principais áreas do governo registraram perda de apoio popular neste mês, comparado a abril, quando o Ibope fez o último levantamento contratado pela Confederação Nacional da Indústria.

Em cinco das nove áreas avaliadas, o percentual de desaprovação oscilou para cima dentro da margem de erro da pesquisa (de 2 pontos percentuais) e, nas quatro demais, o crescimento foi acima da margem de erro.

Em Educação, o percentual de desaprovação subiu 10 pontos percentuais, de 44% para 54%. A piora coincide com a nomeação do novo ministro, Abraham Weintraub, que virou alvo de protestos depois de bloquear o orçamento das universidades.

Combate ao desemprego, Saúde e Impostos foram as outras áreas com aumento significativo da desaprovação.

á o percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo subiu de 27% para 32%, enquanto a população que avalia a gestão como ótimo ou bom oscilou, indo de 35% para 32%. Outros 32% consideraram o governo como regular.

A desaprovação sobre a maneira de governar do presidente subiu de 40% para 48%, enquanto a aprovação recuou de 51% para 46%.

Previdência

Novo adiamento

Três fatores colaboraram para o adiamento da apresentação do parecer complementar do deputado Samuel Moreira na comissão especial da reforma da Previdência.

A previsão é que somente na próxima terça-feira seja iniciado o processo de votação no colegiado.

Um dos motivos para o adiamento é a negociação para incorporar estados e municípios na reforma.

A dificuldade neste caso é pactuar uma agenda com os governadores do Nordeste que vá além da reforma.

Eles querem aprovação de outras matérias para apoiar o relatório, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é o fiador desse acordo para levar votos para a reforma.

A palavra do governo tem pouco valor para os congressistas e, por isso, foi necessário adiar o trabalho na comissão para que os ministérios colocassem à disposição dos parlamentares os sistemas de inscrição de emendas que serão destinadas às suas bases eleitorais.

Os deputados temiam que a promessa não fosse cumprida depois que aprovassem a reforma.

E um terceiro motivo para o adiamento foi uma nova rusga entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Congresso.

Ele nega, mas circulou na Câmara a informação de que durante uma audiência com o governador do Ceará, Camilo Santana, o ministro teria dito que o "Congresso é uma fábrica de corrupção".

Tudo indica, contudo, que o adiamento é pontual e Maia ainda mantém o cronograma de aprovar a reforma no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar.

Brumadinho

Relatório final da CPI

O relatório final da CPI de Brumadinho no Senado pode ser votado até 9 de julho. O relator, senador Carlos Viana, já entregou seu parecer aos membros da comissão.

Segundo ele, haverá 14 pedidos de indiciamento, entre eles, de executivos da Vale.

Viana disse que vai sugerir a votação de três projetos que tratam de crimes ambientais, da segurança de barragens de rejeitos e da tributação da exploração de minérios no país.

O senador também aborda o pagamento de indenizações às vítimas do desmoronamento da barragem de Mariana/MG.

AGENDA

Brics - O presidente Jair Bolsonaro se reúne hoje, às 10h20, com os presidentes dos Brics.

China - Às 11h10, o presidente participa de uma reunião Bilateral com o Xi Jinping, presidente da República Popular da China.

G-20 - O presidente Jair Bolsonaro participa, a partir das 12 horas, da sessão plenária da Cúpula do G-20.

Consumidor - A CNI divulga hoje o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor.

BC - O Banco Central divulga hoje, às 10h30, o relatório das estatísticas fiscais.

IBRE - O Instituto Brasileiro de Economia da FGV libera hoje o Indicador de Incerteza da Economia referente a junho.

EDUCAÇÃO

Programa - Saiba dos detalhes de um programa para estudar fora do país durante o Ensino Médio.

SABER

Arte - Veja as fotos incríveis de Beth Moon, que faz imagens das árvores mais antigas do mundo.

SUSTENTÁVEL

Hábitos - Conheça a B.Live, uma loja de produtos sustentáveis para o dia a dia.

TECH

Autonomia - Saiba mais sobre o Oukitel K12, telefone celular que promete bateria com duração de sete dias.

BEM-ESTAR

Benefícios - Pesquisa mostra vantagens de tomar café.