Cenário - 26.6.19
quarta-feira, 26 de junho de 2019
Atualizado às 08:54
Incentivo monetário
O horizonte econômico na visão do Comitê de Política Monetária indica que o Produto Interno Bruto "deve apresentar desempenho próximo da estabilidade no segundo trimestre", em comparação ao primeiro trimestre, quando houve queda de 0,2% no PIB.
A análise do Banco Central indica, desta forma, que o país ingressará em um novo período recessivo.
Esse diagnóstico, associado a um quadro de controle da inflação, apontam que o incentivo para o crescimento pode vir da política monetária, com a redução dos juros na próxima reunião do Copom daqui a 40 dias.
"Indicadores recentes da atividade econômica indicam interrupção do processo de recuperação da economia brasileira nos últimos trimestres", informou o BC.
E acrescentou que a economia segue operando com "alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego".
Ao analisar o horizonte inflacionário, o Copom avaliou que a manutenção da atual taxa de juros em 6,5% projeta que a inflação ficaria abaixo da meta em 2020, estabelecida em 4%.
Simulou que caso haja uma redução da taxa Selic para 5,75%, como previu o mercado no relatório Focus, a meta inflacionária se manteria dentro dos 4%.
Ou seja, o BC estaria confortável para reduzir os juros e cumprir seu principal objetivo que é manter a inflação no centro da meta.
Contudo, os diretores do Banco querem esperar mais sinais de que a reforma da Previdência será aprovada pelo Congresso.
IPCA-15
Perigo da baixa inflação
O IPCA-15, que é uma prévia da inflação oficial do país, perdeu força em junho e ficou em 0,06%, depois de registrar 0,35% em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa é a menor taxa para o mês desde junho de 2006, quando ficou em -0,15%.
O risco desse quadro é que o país passe a ter deflação, que combinado com uma possível recessão criaria um ambiente ainda mais pessimista para os investimentos e para a retomada econômica.
Segundo o IBGE, quedas nos preços de alimentos e combustíveis - que têm os maiores pesos na composição do índice - ajudaram a inflação a perder força na passagem de maio para junho.
O grupo alimentação e bebidas, que havia ficado estável em maio, teve deflação (-0,64%) em junho. Já os combustíveis, que fazem parte do grupo transportes, tiveram queda de 0,67%, depois de subirem 3,3% no mês anterior.
Pequenos negócios
Reflexos da estagnação econômica
A inadimplência de micro e pequenas empresas bateu recorde em março, chegando a 5,38 milhões, segundo dados da Serasa Experian.
O número é o maior da série histórica, iniciada em março de 2016, e teve alta de 6,9%, na comparação com o terceiro mês de 2018. As micro e pequenas empresas representam 95% do total das empresas inadimplentes no país.
Para a Serasa Experian, o fraco desempenho da atividade econômica durante o primeiro trimestre pressionou o caixa desse grupo de empresas e levou ao aumento da inadimplência.
O número de empresas inadimplentes de todos os portes também bateu recorde e atingiu 5,7 milhões. Este é o maior número de série história, superando o de fevereiro de 2018, que foi de 5,6 milhões.
Indústria
Produção registra crescimento
A produção da indústria registrou crescimento em maio, segundo a CNI.
No mês passado, o índice de evolução da produção do setor ficou em 50,9 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos - o que indica aumento da atividade industrial.
Nesse período, a utilização da capacidade instalada subiu um ponto percentual, para 67%, percentual maior que o registrado no mesmo mês dos quatro anos anteriores.
No entanto, a pesquisa também mostrou que o número de empregados no setor caiu 0,3 ponto de abril para maio, para 48,5 pontos.
Previdência
Mais uma reforma no horizonte
Declarações de técnicos e políticos indicam que a aprovação da atual reforma da Previdência, nos patamares estudados pelo Congresso e sem a inclusão de Estados e municípios, vai obrigar o próximo presidente a fazer uma nova mudança nas regras de aposentadoria.
O governador de São Paulo, João Doria, disse que sem os estados a pressão fiscal sobre a Previdência volta com força em cinco anos.
Já o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, avalia que a atual reforma não impede o crescimento do rombo fiscal, apenas desacelera a curva deficitária.
A avaliação pode ecoar nas discussões do relatório do deputado Samuel Moreira, que pode começar a ser votado amanhã.
A conclusão da votação, porém, só deve ocorrer na próxima semana.
Amanhã, Moreira vai apresentar mais mudanças na proposta original do governo, o que levará a novas estimativas de economia para os próximos dez anos.
Além dessas modificações, os parlamentares ainda poderão aprovar destaques que, em geral, tentam reduzir o impacto fiscal da reforma.
Câmara
Nova lei de licitações
A Câmara deu o primeiro passo para modificar a Lei de Licitações aprovando o texto base no plenário.
Agora, os deputados vão se debruçar sobre as emendas que ainda podem mudar o texto final. A continuação da votação ocorre hoje.
O texto cria novas modalidades de contratação, exige seguro-garantia para grandes obras, tipifica crimes relacionados ao assunto e disciplina vários aspectos do tema para as três esferas de governo.
Decisão
Recuo no decreto de armas
Diante do risco de ver anulado por completo o decreto que amplia o porte de armas no Congresso e no Judiciário, o presidente Jair Bolsonaro, para evitar a derrota, aceitou um acordo proposto pela Câmara e o Senado.
Bolsonaro revogou seu decreto e, em seguida, publicou outros três decretos numa edição extra do Diário Oficial.
Dessa forma, o Senado deve aprovar hoje um projeto de lei que trata da posse ampliada de armas nas propriedades rurais, permitindo o uso fora da sede de fazendas, sítios ou chácaras até os limites do terreno.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, explicou os três novos decretos:
1) regulamenta a posse de armas de fogo e de munição;
2) regulamenta lei sobre o registro, o cadastro e a aquisição de armas e de munições por caçadores, colecionadores e atiradores; e
3) reedita de decreto de 2004 relativo ao porte, para que não haja vácuo jurídico até que o Congresso se pronuncie sobre o tema.
Deputados e senadores ainda vão avaliar se os novos decretos presidenciais cumprem os preceitos constitucionais.
Lava Jato
Alcolumbre avalia caso
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, fez uma avaliação dura sobre a série reportagens que indicam uma conduta ilegal do ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, nos processos da Operação Lava Jato.
Segundo ele, se os diálogos forem comprovados é uma "situação grave" e revelam um "problema ético".
"Se (Moro) fosse deputado ou senador, estava no Conselho de Ética, cassado ou preso", disse o presidente do Senado em encontro promovido pelo site Poder 360.
Lula
Julgamento no STF
A Segunda Turma do STF surpreendeu o meio jurídico e analisou os habeas corpus que pediam a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Inicialmente, os ministros haviam anunciado que só julgariam os pedidos em agosto, após o recesso do Judiciário.
Os ministros votaram o mérito de um habeas corpus que contestava a atuação do ministro Félix Fischer, do STJ, que impediu a defesa presencial dos advogados de Lula no julgamento do mérito do caso do Tríplex.
Nesse caso, a decisão da Segunda Turma foi de negar o pedido.
O outro pedido da defesa contestava a imparcialidade de Moro para julgar Lula porque ele assumiu um cargo na administração Bolsonaro.
Os advogados não incluíram no habeas corpus a troca de mensagens entre o atual ministro com procuradores da Lava Jato.
Nesse processo, os magistrados não analisaram o mérito.
Apenas julgaram uma sugestão do ministro Gilmar Mendes de libertar provisoriamente o petista até que o STF analisasse o habeas corpus completamente.
Por 3 votos a 2 a proposta foi rejeitada. Ainda não há uma nova data para esse julgamento de mérito.
AGENDA
Economia - O ministro da Economia, Paulo Guedes, se reúne hoje, às 12h, com o presidente da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, presidente da Caoa.
Governo - O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, divulga hoje, às 15h, os dados do Resultado Primário do Governo Central.
Dívida - Às 10h, o Tesouro Nacional divulga o relatório mensal da Dívida Pública referente a maio.
Crédito - O Banco Central divulga hoje, às 10h30, as estatísticas monetárias e de crédito e os dados mercado aberto.
Empresas - O IBGE libera hoje o Estatísticas do Cadastro Central de Empresas.
EDUCAÇÃO
Programas - Universidade concede bolsas de graduação e pós em Melbourne.
SABER
Curiosidade - Cães evoluíram e usam as sobrancelhas para chamar a atenção dos seres humanos.
SUSTENTÁVEL
Futuro - Projeto tenta simular como será a Amazônia em 2100.
TECH
Inovação - A SAP Labs Latin America lançou um programa para startups de mentoria e desenvolvimento.
BEM-ESTAR
Exame - Cientistas encontraram uma maneira de identificar os primeiros sinais da doença de Parkinson até 20 anos antes dos sintomas aparecerem.