Cenário - 04.12.18
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Atualizado às 08:39
A economia agora e o que esperar de 2019
Balanços que antecipam o fechamento da economia neste ano indicam que a lentidão e o crescimento não uniforme vão influenciar 2019.
Dados oficiais projetam que o PIB saltará algo como 1,4% em 2018 e 2,4% no próximo período.
Olhando para o dia a dia da indústria, da agropecuária, do consumo das famílias e do investimento, os números são factíveis, mas não podem ser traduzidos de forma isolada.
Uma série de outras variáveis precisam convergir.
No campo das expectativas políticas, uma delas é a capacidade de o futuro governo tirar do papel as reformas que promete fazer. Outra é o Congresso Nacional ser ágil e compreensivo o bastante para também dar sua contribuição.
Do ponto de vista econômico, a realidade de momento não é das piores, o que ameniza as projeções para 2019.
A inflação está sob controle e isso é bom porque consolida uma perspectiva positiva de curto e médio prazos.
A aposta geral é de que os preços no acumulando do ano subam menos de 4% - dentro da meta. Para 2019, estão encomendados 1) taxa semelhante e 2) doses extras de otimismo.
Conjuntura
Questão fiscal, pacto federativo, emprego...
Debates paralelos tentam dar forma à passagem de 2018 para 2019.
O mercado, por exemplo, está especialmente curioso sobre o efetivo papel da União na tentativa de ajustar as próprias contas e de aprofundar o ajuste fiscal.
Os governadores - novatos ou veteranos - cobram do Planalto apoio para resolver velhos problemas de caixa.
Na sociedade está instalada a pressão sobre como o mercado de trabalho vai inaugurar o Ano Novo.
Congresso
A outra reforma
A Comissão Especial da Reforma Tributária da Câmara (PEC 293/04) tem reunião marcada para amanhã e colocou na pauta a votação do parecer do relator, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).
O texto de Hauly simplifica o atual sistema e já foi detalhado à equipe de transição.
Lula
O julgamento do dia
Está na pauta de hoje da Segunda Turma do STF o julgamento do habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Lula que pede a anulação do processo sobre o triplex do Guarujá/SP.
O pedido se baseia no fato de que o ex-juiz Sérgio Moro aceitou ser ministro do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Novo governo
Bolsonaro e os partidos
A rodada de conversas entre o presidente eleito e os partidos tem início hoje.
O cronograma desenhado pela equipe mais próxima a Bolsonaro estabeleceu roteiros e timings que vão valer para todas as legendas.
Tudo para que ninguém reclame depois.
Oposição
Análise comparativa
A forma como Jair Bolsonaro conduzirá as reuniões com os partidos e seus resultados vão servir de base para que a oposição molde a estratégia de contra-ataque para desgastar essa aproximação do futuro governo com o Congresso.
AGENDA
Indústria - O IBGE divulga hoje a Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física - Brasil referente a outubro.
Bolsonaro - O presidente eleito chega a Brasília pela manhã e tem reuniões no escritório do governo de transição.
Corrupção - A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado realiza hoje audiência pública sobre o combate à corrupção. Foram convidados o ministro da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral da União, Wagner Rosário, e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol.
SABER
Livros - Recentemente lançado com mais de 700 páginas, 'Os Contos', de Lygia Fagundes Telles, traz todos os contos da maior escritora brasileira viva, hoje com 95 anos.
SUSTENTÁVEL
Água - A antiga tinta chinesa usada para caligrafia possui quase todas as qualidades necessárias para ajudar a purificar a água (em inglês).
TECH
3D - Cientistas avançam na modelagem matemática para tornar as imagens 3D mais realistas e aprimorar a visualização de tumores cancerígenos (em inglês).
BEM-ESTAR
Saúde - Exames de ressonância magnética mostram que golpes repetidos na cabeça resultam em mudanças cerebrais entre jovens jogadores de futebol americano (em inglês).
JORNAIS
Ministérios - O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou ontem que estrutura do governo de Jair Bolsonaro contará com 22 ministérios. (manchete de O Globo)
Estrutura - A Advocacia-Geral da União e o Banco Central terão status de ministério em um primeiro momento, mas devem perde-lo após mudanças legislativas. (todos os veículos)
Trabalho - Onyx Lorenzoni informou que o Ministério do Trabalho será extinto e suas atribuições serão fatiadas entre Justiça, Economia e Cidadania. (todos os veículos)
Guedes - Após o fatiamento do atual Ministério do Trabalho, a gestão do FGTS e do FAT ficará com o futuro ministro Paulo Guedes. Os dois fundos, juntos, representam um patrimônio de R$ 800 bilhões. (manchete de O Estado de S. Paulo)
Previdência - Onyx Lorenzoni indicou que o próximo governo não tem pressa de enviar a reforma da Previdência ao Congresso. (O Estado de S. Paulo)
Temer - Em manifestação ao ministro do STF Edson Fachin, a procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, afirmou que os pagamentos da empreiteira Odebrecht ao presidente Michel Temer e seus aliados configuraram o crime de corrupção, e não o de caixa 2. (Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo)
Palocci - A força-tarefa da Lava Jato pediu à Justiça Federal que o ex-ministro Antonio Palocci pague multa de US$ 20 milhões para permanecer em prisão domiciliar. (O Globo, Valor Econômico e O Estado de S. Paulo)
Moro - Sob o comando do ministro da Justiça, Sérgio Moro, a nova direção da Polícia Federal pretende reestruturar e reforçar o grupo responsável por investigar perante o STF crimes cometidos por ministros e políticos em exercício do mandato. (manchete da Folha de S.Paulo)
Contas - Dois processos da União no STF podem impactar as contas do próximo governo já em 2019. Um deles é sobre precatórios e o outro diz respeito às ações sobre o Fundo de Manutenção e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério. (manchete do Valor Econômico)
Mercado - O acordo entre EUA e China para cessar a guerra comercial por 90 dias animou os mercados. O Ibovespa avançou 0,35%, aos 89.820 pontos, renovando a máxima do fechamento. Já o dólar comercial caiu 0,35%, a R$ 3,842. (todos os veículos)