Cenário - 22.10.18
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
Atualizado às 09:18
Fake news redefinem o TSE
Pressionado a dar respostas rápidas, o TSE vai usar a semana para ampliar a visibilidade das medidas que acenam contra a disseminação de notícias falsas.
A despeito dos gestos até aqui, as mensagens que fortalecem a política de governança definida pelo tribunal ainda não convenceram a opinião pública.
Há desgaste por toda parte. Agentes políticos e o cidadão dão sinais de cansaço e desconfiança. Já a mídia eleva as cobranças e deixa transparecer que balanços e promessas não são suficientes.
O Brasil não dispõe de legislação específica e isso será reforçado de maneira enfática.
O arcabouço técnico não é diferente do utilizado em outros países, mas a falta de expertise limita sua eficiência - o que também será repetido nos próximos dias.
A força-tarefa montada contra as fake news tem deixado claro o quanto é difícil atacar algo tão novo e, ao mesmo tempo, não contar com todos os instrumentos de apoio.
No início do ano, houve muito barulho. O TSE trocou informações com especialistas estrangeiros e sentou à mesa com executivos do mundo digital.
O movimento teve grande repercussão, colocou a Cruzada contra as mentiras em um patamar institucional muito elevado. Mas se esgotou.
A hora é de passos firmes e, claro, resultados.
Campanha 1
Administrando surpresas
O entorno de Jair Bolsonaro (PSL) segue produzindo fatos que impulsionam polêmicas.
Apesar de controlar e/ou ter conhecimento de quase tudo a seu redor, o presidenciável entende que os contratempos são naturais nesta fase da campanha.
A estratégia para tratar os casos recentes e outros que, eventualmente, surgirem é a de sempre: agir rápido e sempre pelas redes sociais.
Campanha 2
Haddad no ataque
Ao longo desta última semana antes do segundo turno, Fernando Haddad (PT) vai apostar em novos ataques contra Bolsonaro.
Em foco estarão os rumos da economia e o choque de valores.
Pesquisas
Os números gritam
De hoje até o fim de semana, o estoque de pesquisas de intenção de voto será esvaziado quase que diariamente.
OEA
Olhar externo
A Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) vai acompanhar o segundo turno das eleições.
Obras
Herança
O próximo presidente precisará rever o texto base da LOA ou correrá o risco de passar 2019 sem iniciar grandes obras.
O passivo de 330 empreendimentos inacabados fez com que a lei orçamentária, amparada pela LRF, recomendasse que os recursos fossem, prioritariamente, destinados ao que está parado e não para novas obras.
Congresso
Pauta e tradição
Parlamentares farão, na quarta-feira, 24, uma sessão solene para homenagear, na Câmara, o Dia da Valorização da Família. Há aqueles que associam a iniciativa ao calor da eleição presidencial, mas quem propôs diz que só está seguindo o calendário.
AGENDA
Mutirão - Começa hoje, e vai até 17/12, o mutirão da Advocacia-Geral da União (AGU) e dos bancos, em São Paulo, para dar vazão aos pagamentos devidos a poupadores que tiveram perdas com os planos econômicos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 2 (1991).
Roda Viva - Fernando Haddad (PT) será entrevistado hoje, às 22h, no Roda Vida, da TV Cultura. A produção do programa também convidou Jair Bolsonaro (PSL), mas ele não vai.
Enem - Locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão ser consultados hoje.
SABER
Ia-arte - Está tudo pronto para a Christie's - uma das grifes dos leilões - ofertar uma pintura concebida por meio de inteligência artificial. A obra é resultado do esforço coletivo de arte francês Obvious e se chama "Retrato de Edmond de Belamy".
SUSTENTÁVEL
Manifesto - O Greenpeace publicou em seu site um documento com sete propostas para o meio ambiente que, segundo a organização, precisam ser cumpridas pelo próximo governo eleito do Brasil.
TECH
Microcelular - Chega ao Japão no próximo mês um celular que vai caber na carteira quase como um cartão de crédito. O KY-01L pesa 47g, tem tela sensível ao toque e custará US$ 280.
BEM-ESTAR
Saúde mental - O governo britânico nomeou recentemente Jackie Doyle-Price para o cargo de ministra para Prevenção do Suicídio. Pelo Twitter, a deputada do Partido Conservador tem interagido bastante com a audiência e sendo rápida nas repostas.
JORNAIS
STF - Um vídeo de julho deste ano em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) fala em "fechar o Supremo" ganhou repercussão ontem, após ser replicado nas redes sociais. (todos os veículos)
Reação 1 - O ministro do STF Marco Aurélio Mello mencionou "tempos sombrios". Já o ministro Celso de Mello, também do STF, classificou a afirmação do deputado Federal de "inconsequente e golpista". (manchete da Folha de S.Paulo)
Reação 2 - A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, disse que os juízes não se deixam abalar por manifestações que possam ser compreendidas como inadequadas. (manchete de O Globo)
Reação 3 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu no Twitter que a fala do deputado merece repúdio e "cheiram a fascismo". (todos os veículos)
Fake News - Em coletiva de imprensa, ontem, a ministra Rosa Weber admitiu dificuldades para lidar com as fake news, mas disse que a Justiça Eleitoral não falhou. (todos os veículos)
Investigação - O corregedor-Geral da Justiça Eleitoral, ministro Jorge Mussi, decidiu instaurar mais duas ações de investigação contra Jair Bolsonaro (PSL) e seu vice, Hamilton Mourão (PRTB), sobre os disparos de mensagem em massa contra o PT pelo WhatsApp. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)
Ataque - Em vídeo divulgado pelo Twitter, Bolsonaro disse que Fernando Haddad (PT) e o senador Lindbergh Farias (PT) farão companhia a Lula e "apodrecerão" na cadeia. (manchete do Valor Econômico)
Bolsa-Família - Haddad (PT) prometeu ontem reajustar em 20% o valor do benefício do Bolsa Família a partir de janeiro e impor teto de R$ 49 ao preço do botijão de gás. (O Globo e O Estado de S. Paulo)
'Centrão' - Jair Bolsonaro (PSL) já pensa em formar uma ampla base parlamentar, caso seja eleito. Age para "domar" a bancada do PSL, que terá 52 deputados, e faz acenos ao 'centrão', que tem 142 deputados eleitos. (manchete de O Estado de S. Paulo)
Acordo - Brasil e Chile concluíram as discussões para um acordo de livre comércio, informou o Ministério das Relações Exteriores, encerrando as negociações iniciadas em abril de 2017. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico)