Cenário - 7.9.18
sexta-feira, 7 de setembro de 2018
Atualizado em 10 de setembro de 2018 08:33
Quando Donald Trump começou sua escalada eleitoral, os americanos, de pronto, recordaram que o discurso do magnata lembrava (bastante!) o do ex-governador do Alabama George Wallace Corley.
Jair Bolsonaro, muitas vezes, é chamado de Trump brasileiro.
O atentado sofrido ontem em Juiz de Fora/MG costura uma surpreendente teia histórica entre o candidato do PSL e George Wallace Corley - primeira versão de Trump.
Assim como Bolsonaro, o conservador foi vítima de uma tentativa de homicídio em plena campanha, quando disputava a presidência dos EUA, em 1972.
George Wallace levou um tiro de um jovem ainda durante as primárias democratas. Precisou de uma cadeira de rodas para se locomover depois do ataque e desistiu da corrida à Casa Branca.
O tempo passou e, já no fim da vida, o político americano pediu perdão à nação e aos adversários.
Dizendo-se arrependido das práticas e dos discursos, George Wallace reinventou-se. Ganhou sobrevida na política, inclusive com o apoio de parte daqueles que combateu (outros detalhes estão aqui).
Mais história
Vizinhança
Ano passado, no Chile, o senador e candidato à reeleição Fulvio Rossi também foi atacado por facadas.
E na Colômbia, este ano, o carro do candidato à presidência Gustavo Preto foi alvo de atentado.
Segurança
O que está na lei
A lei determina que os candidatos à presidência do Brasil tenham à disposição um efetivo de 21 agentes da Polícia Federal.
Mas isso não significa que o candidato estará rodeado por todos, 24 horas, sete dias da semana.
Há um revezamento de turnos.
Além disso, a PF jamais revela o efetivo e a estratégia de acompanhamento dos presidenciáveis.
Dos 13 candidatos registrados, apenas cinco fazem uso da escolta.
Desfile cívico-militar
Agenda cancelada
Hospitalizado por pelo menos mais 10 dias, Bolsonaro não acompanhará hoje o desfile do 7 de Setembro.
A programação oficial previa a ida ao Rio de Janeiro.
Em um vídeo gravado no quarto do hospital pelo senador Magno Malta (PR-ES), Bolsonaro fala sobre o atentado (assista).
Protesto
Nas ruas
Tradicional ato de protesto do feriado da Independência, o Grito dos Excluídos chega ao 24º ano.
O mote que embalará os manifestantes desta vez é o "fim dos privilégios", mas a prisão de Lula e sua ausência no processo eleitoral também empurrarão adeptos.
A CUT promete organizar uma grande mobilização na avenida Paulista.
Agronegócio
Ajustes de contas
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou ao BNDES que inclua na linha de crédito destinada a dívidas rurais os débitos de 2009 e 2016.
Os devedores desse período já são protestados pelos bancos.
Funcionalismo
Detalhe do detalhe
O ministro do STF Ricardo Lewandowski colocou o presidente do Senado, Eunício Oliveira, em uma saia justa.
Antes de analisar a ação de inconstitucionalidade do PSOL, contra a MP que veta reajuste dos servidores, Lewandowski pediu que o Congresso se manifeste, na pessoa de seu presidente.
Em plena campanha eleitoral, Eunício terá que avalizar a MP que provoca a ira do funcionalismo.
Orçamento
Fica para o eleito
O ministro do Planejamento Esteves Colnago explicou o porquê dos passos lentos dos trabalhos da Comissão Mista de Orçamento.
Segundo o ministro, há um acordo "informal" com os membros da CMO para decidir os temais mais delicados apenas quando o presidente for eleito.
Por enquanto, o Congresso elabora os relatórios que envolvem a temática trivial.
Cibercrimes
Olhar contemporâneo
Em reunião da Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos, Raquel Dodge afirmou que muitos criminosos deixam de ser enquadrados devido à limitação da formação de procuradores e juízes que ainda não lidam muito bem com a produção de provas digitais.
Raquel Dodge defende que os operadores do Direito tenham um "olhar mais moderno".
Agenda
7 de setembro - O presidente Michel Temer participa do Desfile Cívico da Independência, em Brasília.
Nos jornais
Bolsonaro - O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado ontem em ato de campanha na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O candidato era carregado por apoiadores quando foi atingido. (manchete de todos os veículos)
Autoria - Adélio Bispo de Oliveira, 40 anos, foi identificado por policiais Federais que escoltavam Bolsonaro e levado preso em flagrante. Aos policiais, afirmou que agiu por conta própria e que praticou o atentado por motivos pessoais e a mando de Deus. (todos os veículos)
Presidenciáveis - Os adversários de Bolsonaro condenaram o ataque. O presidente Michel Temer também se pronunciou. (todos os veículos)
Reação - Coordenadores de todas as campanhas admitem que a cena trágica protagonizada pelo candidato do PSL mudou a história da eleição. Ainda sob o impacto da notícia, rivais se preparam para uma forte onda de comoção. (todos os veículos)Mercado - A Bolsa avançou 1,94% e o dólar fechou o dia em queda de quase 1% após o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) ser esfaqueado. (todos os veículos)
Boulos - Em sabatina realizada pela Folha em parceria com UOL e SBT, o presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) disse que a relação entre PT e MDB é caso de divã e masoquismo, ao citar encontros do petista Fernando Haddad com emedebistas. (Folha de S.Paulo)
Alckmin - Em participação na série Estadão-Faap Sabatinas com os presidenciáveis, Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que o problema do governo Federal é o presidente Michel Temer, não seus ministros. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)Fachin - O ministro Edson Fachin, do STF, negou pedido da defesa do ex-presidente Lula para suspender sua inelegibilidade e manter sua candidatura à presidência. (Folha de S.Paulo e O Globo)
Temer - Em artigo, o presidente Michel Temer enumera os êxitos e avanços da sua gestão. "Ficar parado nunca foi uma opção do meu governo, porque o país não pode mais esperar". (O Estado de S. Paulo)
Inflação - O IBGE divulgou que o IPCA recuou 0,09% em agosto. Foi a menor inflação para o mês desde 1998, quando o indicador apresentou queda de 0,51%. (todos os veículos)
Petrobras - A Petrobras alterou a periodicidade do reajuste de preços da gasolina. A estatal anunciou que as variações poderão acontecer em intervalos de até 15 dias, e não mais diariamente. (todos os veículos)