Cenário - 24.8.18
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
Atualizado às 09:05
Daqui a exatamente uma semana - sexta-feira, 31 - o presidente Michel Temer enviará ao Congresso Nacional a Lei Orçamentária de 2019.
O pacote está fechado. Prevê apertos, incorpora algum senso de realidade, mas deixa ao alcance das mãos dos políticos a chave para mudar quase tudo.
Nesse sentido, a ressaca eleitoral que virá em outubro tem potencial para estragar ainda mais a economia.
Lá em dezembro, quando acontece a votação do Orçamento, os partidos costumam ficar bastante sensíveis a pressões. Se o mandato está atrelado ao calendário, isso piora.
Independentemente da taxa de renovação da Câmara e do Senado, a peça enviada pelo Executivo será alterada.
O Judiciário, por exemplo, já como certo o reajuste de 16%. Outros benefícios estão na fila e miram, além do funcionalismo, setores que dependem do apoio do Estado para produzir ou mesmo existir.
Passadas as eleições, Temer acionará o modo transição e entregará ao sucessor um breve inventário.
Será uma das transições de governo mais complexas desde a redemocratização.
Olhar externo
As eleições vistas do alto
A presidente do TSE, Rosa Weber, recebe hoje representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) que atuarão como observadores das eleições de 2018.
A missão da OEA produzirá um relatório detalhando o funcionamento do processo, com destaque para o método de financiamento de campanha, o fluxo de informações entre as instituições, candidatos e eleitorado e a participação de minorias.
As conclusões e recomendações serão submetidas ao Conselho Permanente da OEA.
Até agora, os enviados estrangeiros têm evitado politizar a missão, que tem caráter técnico.
Sabatina
As questões do campo
Passar pelo crivo do agronegócio é sonho de consumo de qualquer candidato à Presidência da República.
As campanhas desenham roteiros inéditos para o encontro previsto para a próxima quarta-feira, 29, na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
PT
Redesenhando o mapa
Com o tempo jogando contra e dificuldades internas ainda sem solução, os diretórios regionais do PT adotaram como tática a eficiência.
Para ganhar votos, muitos trabalham para fazer mais com menos.
Nesta eleição, isso significa escolher os municípios e bairros onde os candidatos do partido farão panfletagem e caminhadas.
As áreas referência são o Vale do Jequitinhonha, que abrange Bahia e Minas, e interior do Maranhão e Piauí.
Bolsonaro
Material de campanha
Jair Bolsonaro (PSL) desembarca amanhã na Festa do Peão de Barretos com a certeza de quem vai se sentir em casa.
Cantores sertanejos fazem propaganda espontânea para o candidato na internet.
'Os Collor'
Atenção para a chamada
Além de Fernando Collor, que disputa o governo de Alagoas, a eleição abraçou outras duas personagens que marcaram a política brasileira dos anos 1990.
Thereza Collor, cunhada do ex-presidente, disputará uma cadeira da Câmara pelo PSDB.
Já a ex-primeira dama Rosane Collor é candidata a deputada estadual pelo PHS.
Agenda
Debate - Os candidatos ao governo de São Paulo participam hoje de debate promovido pela RedeTV! e IstoÉ.
Temer - O presidente Michel Temer participa da Cerimônia do Dia do Soldado.
Eleições - O TSE fará demonstração do funcionamento da urna eletrônica.
Preços - O IBGE divulga hoje a Pesquisa Anual de Serviços 2016.
Nos jornais
Estratégias - A uma semana do início do horário eleitoral gratuito, a preparação dos principais candidatos à Presidência para os programas em rádio e TV revela o quanto o tempo nos programas vai ditar a estratégia para alcançar o eleitor e roubar votos dos concorrentes. (O Globo)
Meirelles - O ex-presidente Lula aparece duas vezes no vídeo piloto da campanha de Henrique Meirelles (MDB). (O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo)
Bolsonaro - Apesar de o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, afirmar que a campanha estava reavaliando a participação de Jair Bolsonaro em debates, ontem, o presidenciável disse que "a princípio" comparecerá. (Folha de S.Paulo e O Globo)
Alckmin - Geraldo Alckmin (PSDB) trocou o coordenador de mídias sociais de sua campanha. (manchete de O Estado de S. Paulo)
Adicional - A decisão da Primeira Seção do STJ de estender o adicional de 25% do valor do benefício a todos os aposentados que comprovem necessidade de cuidador permanente terá um impacto de R$ 3,5 bilhões ao ano na Previdência Social. (todos os veículos)
Roraima - A Venezuela ameaça cortar o fornecimento de energia elétrica para Roraima a partir de setembro. A estatal Corpoelec deu 90 dias para receber uma dívida acumulada em mais de US$ 30 milhões pelo suprimento de energia ao Brasil. (Valor Econômico)
Câmbio - O dólar voltou a subir e fechou ontem cotado a R$ 4,12. Analistas especulam que o impacto na inflação forçará o Banco Central a elevar a taxa de juros após as eleições. (manchete da Folha de S.Paulo e de O Globo)
Real - A combinação de um cenário externo menos favorável para investimentos em mercados emergentes com a crescente preocupação quanto ao resultado da eleição presidencial provocou desvalorização do real em relação ao dólar de 6,18%. (manchete do Valor Econômico)
Previdência - Em entrevista, o professor Marcio Pochmann, um dos coordenadores do programa do PT, defende uma Constituinte para discutir a reforma tributária e diz que, caso o PT volte à Presidência, a Previdência passará por "mudanças pontuais". (O Estado de S. Paulo)