Cenário - 21.8.18
terça-feira, 21 de agosto de 2018
Atualizado às 08:46
Se as pesquisas estiverem certas, a realidade terá aproximadamente um mês e meio para se adequar às teses levantadas por quem diz entender de política.
Os resultados de MDA e Ibope - divulgados ontem e repercutidos hoje - desafiam o 'mais do mesmo' analítico.
Entre aquilo que não foi previsto, despontam 1) a onipresença de Lula na memória das pessoas, 2) a constância de Jair Bolsonaro (PSL) e 3) o fato de que Geraldo Alckmin (PSDB) - com sua poderosa aliança com o 'centrão' - está longe dos dois dígitos.
As projeções estão sendo reformadas com o jogo em andamento (não é a primeira vez nem será a última nessas eleições!).
Agora, as apostas são de que, a partir do dia 31, quando começa o horário eleitoral no rádio e na TV, os números vão se ajustar e as intenções de votos sofrerão reviravoltas.
Se nada disso acontecer, não tem problema: novas teorias devem surgir.
Do ponto de vista dos candidatos, no entanto, as dificuldades vão muito além de meros remendos de discurso.
Alckmin dominará 44% total da propaganda graças à aliança partidária que construiu e precisa fazer valer tanta exposição.
Bolsonaro sabe que a estratégia de falar apenas o necessário - em algum momento - baterá no teto.
Já o PT corre para encaixar no molde de Fernando Haddad a voz, o rosto e os gesto de Lula.
TSE 1
Ordem de inscrição
O TSE inicia hoje a análise das fichas dos candidatos à presidência.
Para evitar ruídos que possam dar margem a questionamentos jurídicos, a pauta do plenário seguirá a regra e analisará os registros de candidatura levando em conta a data de entrada da inscrição.
Assim, para o registro de Lula "pular" a ordem será necessária manifestação expressa do relator Luís Roberto Barroso.
A previsão é que o TSE analise o registro do petista na primeira semana de setembro.
TSE 2
Análise de candidaturas
Apenas 0,5% das quase 30 mil candidaturas registradas nos Tribunais Regionais Eleitorais de todo o país foram analisadas até agora.
Os TREs abriram prazo para registro no dia 6/8 e terão de verificar todos os documentos para liberar ou barrar os candidatos até 17/9.
Agronegócio
A pauta da vice
Kátia Abreu, vice de Ciro Gomes (PDT), afirma que depois da Política de Preços Mínimos e do seguro contra intempéries, a criação de um seguro para proteger o campo contra as variações de preço teria o poder de triplicar o PIB do agronegócio.
Justiça 2.0
Sessão virtual
O Superior Tribunal de Justiça testará hoje uma ferramenta que simula a sessão virtual de seu pleno para julgar alguns recursos - como os embargos de declaração, os agravos internos e os agravos regimentais.
Com o dispositivo, os ministros não precisam estar reunidos fisicamente para deliberar.
A falta de quórum é um problema recorrente no Judiciário. Com a ferramenta, até mesmo o Ministério Público poderá se manifestar à distância.
Municípios
Mexendo na máquina
Prefeitos encaminharam proposta aos candidatos ao Planalto solicitando a possibilidade de reformar o atual sistema de seleção de servidores públicos.
A intenção é ampliar a margem de comissionados, aplicando o critério de seleção simplificada.
A justificativa é que o concurso público "nem sempre consegue abarcar todas as competências requeridas para o exercício do cargo".
RFFSA
Caça aos imóveis
Na tentativa (urgente!) de fazer caixa, o governo federal constituiu uma comissão para levantar os imóveis da extinta Rede Ferroviária Federal.
O grupo de trabalho do Ministério do Planejamento vai ajudar as superintendências regionais da Secretaria de Patrimônio da União a regularizarem os imóveis para que os bens possam ser vendidos.
Agenda
Aço - O presidente Michel Temer participa do Congresso Aço Brasil 2018, às 11h, e da cerimônia de abertura do 28º Congresso Brasileiro de Rádiodifusão, às 19h30.
Sabatina - Presidenciáveis participam de sabatina promovida pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia.
STF - A 2ª Turma da Corte analisa pedido de reconsideração da PGR que solicita prisão de José Dirceu.
Câmara - O deputado Paulo Maluf deve informar hoje à Mesa da Câmara se renuncia ao mandato ou continua respondendo a processo no Conselho de Ética da Casa.
Nos jornais
Ibope - Sem Lula (PT), Jair Bolsonaro (PSL) lidera a corrida presidencial com 20% das intenções de voto. Em segundo, está Marina Silva (Rede), com 12%, logo depois Ciro Gomes (PDT), com 9%, e em seguida Geraldo Alckmin (PSDB), com 7%. No cenário que o inclui, Lula tem 37%, e Bolsonaro, 18%. (manchete de O Globo e O Estado de S. Paulo)
Congresso - Na disputa deste ano, três em cada quatro deputados e senadores são candidatos à reeleição. (manchete da Folha de S.Paulo)
Ciro - Ao comentar que as agências reguladoras se tornaram "antro de ladroeira, de corrupção" e estão "emparelhadas de politiqueiros", Ciro Gomes (PDT) disse que sua "tentação é fechá-las". (Folha de S.Paulo)
Conjuntura - Empresários e executivos presentes ao anuário "Valor 1000", avaliam que o próximo presidente deve reorganizar as contas públicas. (manchete do Valor Econômico)
Haddad - Os palanques do Nordeste também são motivo de preocupação para o PT. No giro que iniciará hoje pela região, Fernando Haddad evitará os estados onde pode haver saias-justas por causa de alianças. (O Globo e Valor Econômico)
Garotinho - A PRE-RJ pediu à Justiça a impugnação do registro de candidatura de Anthony Garotinho (PRP) ao governo do Rio com base na Lei da Ficha Limpa. (todos os veículos)
WhasApp - Vinicius Poit, candidato a deputado Federal, e Daniel José, que disputa vaga no Legislativo paulista, ambos do partido Novo, tiveram listas de transmissão do WhatsApp apagadas e seus números banidos do aplicativo por denúncias de spam. (Folha de S.Paulo)
Roraima - O governo de Roraima entrou com uma nova ação no STF para pedir a suspensão temporária da imigração de venezuelanos para o Brasil. (todos os veículos)
Coca-Cola - A Coca-Cola ameaça interromper sua produção de refrigerante na Zona Franca de Manaus caso o presidente Michel Temer não baixe medida devolvendo ao setor os benefícios de que desfrutavam antes da paralisação dos caminhoneiros. (Folha de S.Paulo)
Câmbio - O dólar fechou ontem na maior cotação em mais de dois anos, em meio ao nervosismo de investidores com o cenário eleitoral, cotada a R$ 3,958. (todos os veículos)