Cenário - 7.8.18
terça-feira, 7 de agosto de 2018
Atualizado às 08:40
Na eleição mais curta da história, o brasileiro terá menos de dois meses para entender o que querem e o que prometem os candidatos ao Planalto.
Apesar de a internet ter queimado a largada - antecipando polêmicas e ideias de quem ainda nem estava oficialmente na disputa -, são os debates na televisão que agitam as campanhas neste momento.
Para quem gosta do olho no olho, o formato é ideal.
As clássicas arenas disfarçadas de estúdios soam nos dias de hoje vintage, mas preservam o charme de sempre porque desembalam as pessoas e tiram o plástico que recobre os discursos.
Há quem diga até que essas rodas mediadas têm méritos de comunicação insuperáveis por repercutir e ficar na memória das pessoas - teoria que é compartilhada por quase todos os gurus envolvidos.
O primeiro teste de campo será na próxima quinta-feira, às 22h, na Band.
São esperadas as presenças de Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Álvaro Dias (Podemos), Jair Bolsonaro (PSL) e Cabo Dacciolo (Patriota).
Esses candidatos cumprem a exigência de representação mínima no Congresso Nacional.
Marina Silva (Rede) conta neste - e terá de contar nos próximos eventos - com a aceitação dos veículos para somar os eleitos do PV em sua contagem.
A Justiça barrou o ex-presidente Lula de participar de debates e de dar entrevistas.
Até agota, não está claro se Fernando Haddad será aceito como representante ou o lugar do PT no palco ficará vago.
Hora do show
O que esperar dos debates
No primeiro dos 12 debates marcados, as expectativas estão superconcentradas em Bolsonaro, Ciro e Boulos, principalmente no primeiro e último blocos - quando (pelas regras!) todos os participantes terão mais liberdade para provocar os adversários.
O tradicional formato terá poucas alterações.
Cronograma
Os próximos rounds
Até o fim do mês, a previsão é que tenham início as séries de entrevistas, ao vivo, no Jornal Nacional.
Debates organizados por Folha de S.Paulo, UOL, SBT, Record e Globo devem ocorrer a partir do dia 20/9.
A CNBB também promoverá ao menos um encontro entre os candidatos ao Planalto.
Bahia
Alvo estratégico
Para evitar que a reeleição de Rui Costa (PT) ao governo da Bahia fosse um passeio, o DEM e o PSDB do Estado tiveram que suspender as rivalidades e fechar um acordo.
A aliança só foi possível porque o presidenciável Geraldo Alckmin fez intervenção direta e colocou fim à briga que ameaçava a candidatura de José Ronaldo (DEM) ao governo.
O PT tem metade dos votos do Nordeste, o que corresponde a 13% do total em disputa no país nas eleições e a Bahia é o quarto maior colégio do Brasil em número de eleitores.
Imagem
Social Democrata
Os marqueteiros de Geraldo Alckmin seguirão à risca as orientações de cunho sociológico de Fernando Henrique Cardoso.
Eles destacarão em letras garrafais, nos reclames que irão ao ar no horário eleitoral gratuito, os dizeres "Social Democracia" do nome do partido.
Lava Jato
MP nas eleições
Apesar de não disputar votos, o procurador que coordena a Lava Jato, Deltan Dallagnol, vai percorrer o país durante a corrida eleitoral com a palestra "Lava Jato e eleições 2018".
Correios
Greve geral
Se a administração dos Correios não acenar com uma contraproposta de reajuste salarial e benefícios hoje, até as 22h, funcionários da estatal ameaçam paralisar completamente os serviços por tempo indeterminado.
Os sindicatos afirmam que esta será a maior greve dos Correios da história.
Agenda
FENABRAVE - O presidente Michel Temer participa da abertura do congresso de empresas de distribuição de veículos automotores hoje, às 10h, em São Paulo.
Diesel - O Senado promove audiência pública para debater medida provisória que reduziu o preço do óleo diesel até o fim de 2018, às 14h.
Copom - O Comitê de Política Monetária do Banco Central divulga hoje a ata da última reunião que decidiu manter a Selic em 6,5% ao ano.
Nos jornais
Lula - O ex-presidente Lula decidiu retirar do STF seu pedido de soltura por entender que seria embutida, a contragosto da defesa, uma discussão sobre sua elegibilidade. (manchete da Folha de S.Paulo e de O Globo)
Manuela - O PC do B tirou do ar a campanha de financiamento on-line para a pré-campanha de Manuela D'Ávila. A assessoria de Manuela disse que os R$ 45 mil arrecadados serão usados para despesas da deputada em sua campanha como vice. (Folha de S.Paulo)
Mourão - Vice de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Antonio Hamilton Mourão (PRTB) afirmou ontem que o Brasil herdou a "indolência" dos indígenas e a "malandragem" dos africanos, durante um evento em Caxias do Sul. (todos os veículos)
Ana Amélia - Em entrevista, Ana Amélia Lemos (PP), vice de Geraldo Alckmin (PSDB), afirma que seu partido e o 'centrão' devem entender o "desgaste que a classe política sofre" ao montar um eventual governo, e pondera que o tucano deve ter liberdade para escolher seus ministros se for eleito. (Folha de S.Paulo)
Collor - Geraldo Alckmin terá o senador Fernando Collor (PTC) no comando de seu palanque em Alagoas. Alvo de um impeachment em 1992 quando presidente, Collor é um dos réus na Lava Jato. A aliança entre tucanos e Collor foi uma imposição do PP. (O Globo)
Álvaro Dias - Em entrevista, o presidenciável Álvaro Dias (Podemos) afirma que Geraldo Alckmin "vendeu a alma da nação" ao lotear o futuro governo com o Centrão. Sobre a viabilidade eleitoral de Lula, Dias é direto: "O presidiário está inelegível". (O Globo)
PIS/Cofins- Grandes empresas começam a registrar ganhos com a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, decidida pelo STF em 2017. Pão de Açúcar, Telefônica Brasil, Via Varejo e Hering têm, juntas, R$ 2,8 bilhões em créditos, de acordo com os balanços do segundo trimestre. (manchete do Valor Econômico)
Recessão - A recessão custou R$ 278 bilhões para os Estados entre 2015 e 2017, segundo cálculos do economista Raul Velloso. O montante equivale à quantia extra que os Estados teriam tido de receita tributária se tivessem mantido, durante o período, a média de crescimento registrada na arrecadação entre 2002 e 2014. (manchete de O Estado de S. Paulo)
Venezuela - A ministra Rosa Weber, do STF, negou um pedido formulado pelo governo de Roraima para fechar temporariamente a fronteira com a Venezuela e para limitar o ingresso de refugiados venezuelanos no Brasil. A decisão ocorre após o juiz Helder Girão, da 1ª vara Federal de Roraima, suspender a entrada dos imigrantes. (todos os veículos)
EUA - Após sair do acordo nuclear do Irã, em maio, o governo de Donald Trump detalhou ontem as sanções que serão reimpostas a Teerã, a partir de hoje, depois de terem sido suspensas em 2015, quando o documento foi assinado. (todos os veículos)