Cenário - 31.7.18
terça-feira, 31 de julho de 2018
Atualizado às 08:26
Ativistas ligados a movimentos sociais que pressionam pela liberdade do ex-presidente Lula dão início hoje a uma greve de fome por tempo indeterminado.
O ato extremo ocorrerá em frente ao STF e é mais um entre tantos protestos idealizados para manter viva a ideia de candidatura do petista.
Dar visibilidade à iniciativa, no entanto, desafia a estratégia de comunicação elaborada pelo PT.
Alguns canais importantes que poderiam ser usados para sensibilizar o eleitor estão obstruídos ou, simplesmente, indisponíveis.
Ao longo de julho, mensagens e eventos pró-Lula enfrentaram dificuldades para alcançar públicos de interesse - vide o caso do Festival Lula Live, realizado sábado, nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro.
Já entre os apoiadores, não há problemas. Notícias, vídeos e cartazes para impressão circulam nas redes sociais do PT, entre seus aliados e nos bolsões onde a militância é forte.
Nesta semana, a pressão será reforçada em todas as frentes - sobretudo onde há resistência.
O plano é produzir e/ou amplificar estímulos até o dia 4/8, quando acontecerá o Encontro Nacional do PT que deverá confirmar a candidatura de Lula ao Planalto.
Xadrez
Choque de realidade
As negociações do PT para garantir apoios ao ex-presidente Lula passam por uma verdadeira reengenharia nos Estados.
O papel do partido está sendo revisto na composição das chapas com os aliados.
Os ajustes têm causado desconforto, em especial no Nordeste.
'Centrão'
Corrida ao vice
Os partidos do chamado 'centrão' terão amanhã mais um dia de reuniões.
O encontro não tem a pretensão de ser conclusivo. Mas cumpre uma etapa relevante das discussões que buscam fechar ao menos o perfil do vice ideal a ser indicado para a chapa de Geraldo Alckmin (PSDB).
Fim do recesso
Começar de novo
O Congresso e o Judiciário voltam ao trabalho, oficialmente, amanhã.
A retomada na Câmara e no Senado, porém, será mais lenta.
Como nem todas as siglas realizaram convenções, as lideranças não mobilizaram as bancadas para voltar a Brasília. A prioridade é concluir a agenda partidária.
No caso da Justiça, a situação é outra.
Já nesta semana, o STF realizará sessão plenária para votar temas sensíveis e ao menos uma audiência pública está marcada.
Preço do diesel
Rescaldo da greve nas estradas
É aguardada para hoje ou, no máximo, para amanhã a publicação do decreto que estabelece o novo preço do diesel.
Com isso, será regulamentada a subvenção ao óleo diesel a partir de agosto.
Agenda
Desemprego - O IBGE divulga hoje a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal, com destaque para o indicador do desemprego.
Marina - Às 22h30, Marina Silva (Rede) será entrevistada na Globonews.
Selic - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia hoje o primeiro dia de reunião para decidir como ficará a taxa básica de juros.
Nos jornais
Lei eleitoral - A interpretação da lei eleitoral tem fechado canais de comunicação à população que carregam serviços de utilidade pública e outros serviços de informação. A legislação, de 1997, proíbe nos três meses que antecedem a eleição a "publicidade institucional dos programas, atos e campanhas dos órgãos na esfera municipal e estadual". (manchete da Folha de S.Paulo)
STF - Mudanças na forma de indicação, nas atribuições, na duração do mandato e no número de ministros do STF se tornaram tema do debate nas eleições 2018 e fazem parte das propostas de pelo menos metade dos principais presidenciáveis. (O Estado de S. Paulo)
Marina - Acostumada a criticar adversários por alianças pragmáticas, Marina Silva não tem encontrado eco em seu próprio partido, a Rede. "O PT, o PMDB, o PSDB, o DEM e seus satélites que levaram o Brasil para o fundo do poço. Eles não são a solução", disse a pré-candidata. Entretanto, seu partido está junto a siglas como DEM e PSC. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)
Alckmin - Após conseguir o apoio dos partidos do Centrão, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que as críticas a sua aliança vêm daqueles que tentaram a coligação, mas não conseguiram. (Folha de S.Paulo)
Temer - Para uma plateia de empresários, presidente Michel Temer rebateu ontem as críticas dos presidenciáveis contra medidas aprovadas em seu governo. Segundo o presidente, os candidatos têm dito "barbaridades" quando propõem a revogação de bandeiras de sua gestão, como o teto de gastos e a reforma trabalhista. (Valor Econômico e Folha de S.Paulo)
Bolsonaro - O presidenciável pelo PSL, Jair Bolsonaro, participou ontem do programa Roda Viva, da TV Cultura, e afirmou que não tem um "plano B" ao economista Paulo Guedes para a área econômica, caso seja eleito. Bolsonaro questionou também a lisura do processo eleitoral de outubro. (todos os veículos)
Odebrecht - Uma planilha entregue por delatores da Odebrecht com nomes e números de "valores de passe" relacionados a 22 políticos e autoridades, incluindo dois ministros de Cortes Superiores, não foi investigada pela PGR. Acabou arquivada pelo STF no inquérito que apurou supostos pagamentos ao deputado Federal Bruno Araújo (PSDB-PE). (Folha de S.Paulo)
Herzog - O Ministério Público reabriu as investigações sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog. O caso foi retomado após a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenar o Brasil, no começo do mês, por não investigar e punir o crime ocorrido em 1975. (Folha de S.Paulo e O Globo)
ANS - A Agência Nacional de Saúde Suplementar decidiu revogar a norma que previa coparticipação de até 40% dos clientes de planos de saúde e definia regras para a aplicação de franquia em convênios médicos. (manchete de O Estado de S. Paulo e O Globo)
PIB - Mesmo com o pagamento de R$ 30 bilhões do BNDES ao Tesouro Nacional em junho, a dívida bruta voltou a subir no Brasil. Conforme dados do Banco Central, a dívida passou de 77,1% para 77,2% do PIB de maio para junho, atingindo R$ 5,2 trilhões - maior porcentual da série histórica, iniciada em dezembro de 2006. (O Estado de S. Paulo e O Globo)
Diesel - O decreto que será editado pelo governo para regulamentar a subvenção ao preço do diesel a partir de agosto deve manter o subsídio de R$ 0,30 por litro. O valor é o mesmo da medida de junho e que vigora até hoje. (Valor Econômico, O Estado de S. Paulo e O Globo)
Infraestrutura - O FI-FGTS volta a investir em infraestrutura, após uma interrupção de dois anos na assinatura de novos contratos. O retorno às aplicações ocorre depois de um período de mudanças provocado pela operação Lava Jato e também de baixo interesse de empresas em investir em meio à recessão. (manchete do Valor Econômico)