Cenário - 17.7.18
terça-feira, 17 de julho de 2018
Atualizado às 08:46
Mergulhados em dificuldades políticas que impedem o fechamento de alianças, os partidos que disputam o Planalto passaram a interpretar a cena econômica como um fator de risco na hora de tomar decisões.
A recente investida do Congresso contra quase tudo que possa soar como controle de gastos em 2019 tem forçado a revisão da estratégia na busca por apoios.
Os dados de conjuntura do primeiro semestre começam a aparecer e são desanimadores.
1) a greve dos caminhoneiros derrubou o PIB, 2) o dólar encareceu insumos importantes na produção, 3) o emprego formal não reage, 4) os índices de confiança continuam assombrados pelo pessimismo.
As dificuldades de curto e médio prazos já instaladas desafiam a retórica partidária tradicional. Os reflexos estão por toda parte.
Não surpreende, por exemplo, o fato de que programas de governo ainda não estejam prontos. E que os pré-candidatos se esquivem de apresentar nomes que eventualmente vão compor o Ministério.
Partidos 1
Fluxos de trabalho
Os partidos sabem que se a definição de alianças não acontecer logo muitos assumirão o risco de perder força para negociar espaços de poder a partir do próximo ano.
A semana está movimentada porque este é o momento em que as possibilidades se concretizam ou deixam de existir.
Partidos 2
A largada
As convenções partidárias vão começar a acontecer sem que o todo e as partes estejam alinhados.
Essa será, com certeza, uma das características mais marcantes da corrida eleitoral.
O PDT fará seu encontro na sexta-feira, 20, com a confirmação de Ciro Gomes.
Já o MDB agendou para 2/8 e - até agora - tem dado sinais majoritários de que indicará Henrique Meirelles.
No PT, o evento está agendado para 4/8 e o nome a ser lançado é Lula.
Estados
Possibilidades em Minas
A dissolução do diretório do MDB em Minas Gerais, ocorrida ontem, favorece arranjos com o PT em favor de uma reedição da aliança no Estado.
Apesar disso, não está descartado um acordo com Antonio Anastasia, do PSDB.
O centro da questão está em composição que permita ampliar as chances de crescimento das bancadas estadual e Federal do MDB mineiro.
TSE
Voto em trânsito
De hoje até a próxima segunda-feira, 23, o eleitor poderá habilitar-se na Justiça Eleitoral para votar em trânsito, indicando o local de preferência.
O TSE divulgará atualizações periódicas na internet dos locais onde haverá voto em trânsito.
Agenda
Cúpula - O presidente Michel Temer embarca hoje para Cabo Verde, onde participará da 12ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com previsão de retornar ao Brasil amanhã.
Visita - A princesa Mako, neta mais velha do imperador do Japão Akihito, chega hoje ao Brasil para uma visita de duas semanas. Estão previstos eventos comemorativos dos 110 anos da chegada dos primeiros imigrantes japoneses.
Nos jornais
Invasão - Ao menos duas salas foram invadidas no Ministério do Trabalho. O local foi isolado pela Polícia Federal para perícia. A pasta é alvo da operação Registro Espúrio, que investiga fraudes na concessão de registros sindicais, e provocou a queda do ministro Helton Yomura no início do mês. (todos os veículos)
Temer - Um novo documento reforça a suspeita da Polícia Federal de que a Argeplan, empresa do coronel João Batista de Lima Filho, intermediava pagamentos ilícitos ao presidente Michel Temer, na década de 90. O documento foi anexado no inquérito dos portos. (O Globo)
Bunker - A operação Pedra no Caminho, braço paulista da Lava Jato, aponta que Laurence Casagrande, ex-secretário de Geraldo Alckmin (PSDB), tinha uma espécie de "bunker" para guardar documentos supostamente escondidos na sede da Companhia Energética de São Paulo. Também foram encontrados arquivos da Dersa. (O Globo)
Dirceu - A PF informou ao juiz Sérgio Moro que abriu um terceiro inquérito para investigar pagamentos indevidos feitos pela Engevix ao ex-ministro José Dirceu. A intenção é apurar os novos pagamentos feitos pela construtora em benefício de Dirceu, e a existência de uma conta corrente entre o ex-ministro e o lobista Milton Pascowitch. (O Globo e O Estado de S. Paulo)
Centrão - O bloco de partidos médios e pequenos dá sinais de que pode estar perto do fim. O período de convenções se inicia na próxima sexta-feira, e o grupo - formado por DEM, PP, PRB e Solidariedade - está dividido. (O Globo)
Eleições - A quatro dias do início das convenções partidárias que definirão os candidatos à presidência da República, o cenário de indefinição persiste na grande maioria das pré-campanhas. Segundo analistas, há um reflexo da polarização PT-PSDB. (O Estado de S. Paulo)
CPLP - Em artigo, o presidente Michel Temer aborda sua visita a Cabo Verde, que acontece hoje e amanhã, para a Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Fala sobre a cooperação no âmbito da cúpula. (O Globo)
Saúde - A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, atendeu a um pedido do Conselho Federal da OAB e suspendeu a resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar que autorizava as operadoras a cobrarem até 40% do valor de procedimentos e entraria em vigor em dezembro. (manchete de O Globo)
Alimentos - Grandes fabricantes de alimentos perdem participação no mercado global e estão sendo pressionadas pelos consumidores a inovar. Para isso, mudam fórmulas de produtos e se aproximam de startups para acelerar a busca por produtos melhorados, com menos açúcar, sódio, gorduras e conservantes. (manchete do Valor Econômico)
PIB - Sob efeito da greve dos caminhoneiros, a atividade econômica despencou em maio. O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), divulgado ontem, mostrou recuo de 3,34% em maio ante abril. Foi o maior tombo mensal da série histórica, iniciada em janeiro de 2003. (todos os veículos)
Emprego - Embora o número de vagas com carteira assinada seja positivo no ano, o ritmo de contratações tem mostrado forte desaceleração nos últimos três meses. O mercado de trabalho pode fechar 2018 com um saldo líquido de 220 mil vagas com carteira - a previsão era de criar um milhão de novos postos com carteira. (Folha de S.Paulo)
Dólar - A alta de 18% do dólar no primeiro semestre fez subir os custos com matéria-prima e investimentos, principalmente na indústria. Isso pode levar as companhias a adiar investimentos e contratações. (manchete de O Estado de S. Paulo)
Aço - Os EUA entraram ontem com cinco ações de disputa separadas na OMC questionando as medidas retaliatórias adotadas por China, União Europeia, Canadá México e Turquia após Washington impor sobretaxas a importações de aço e alumínio. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Folha de S.Paulo)
Trump - O presidente dos EUA, Donald Trump, e a contraparte russa, Vladimir Putin, negaram categoricamente durante encontro bilateral ontem, que Moscou tenha interferido nas eleições de 2016. As declarações, bem como a amigável postura de Trump para com o mandatário russo, repercutiram mal nos EUA. (manchete da Folha de S.Paulo)