Cenário - 21.6.18
quinta-feira, 21 de junho de 2018
Atualizado às 09:40
A manutenção da taxa Selic em 6,5% ao ano seguiu o roteiro antecipado pela maior parte dos analistas especializados em previsões.
O Comitê de Política Monetária (Copom) tomou a decisão sem grandes sobressaltos, de forma unânime. Manteve a atmosfera geral estável e cumpriu seu papel.
Já o comunicado emitido depois da reunião introduziu elementos que mexem com as planilhas e com a imaginação do mercado.
Abriu-se desde a noite de ontem - logo após o anúncio - uma nova fase do intenso debate inspirado nas incertezas econômicas (externas e internas) e na imprevisibilidade eleitoral.
É certo que as variáveis tendem a ficar mais sensíveis nesta virada de semestre. As especulações sobre o comportamento do Copom nos dois próximos encontros, também.
Em meio a uma conjuntura muito vinculada às expectativas de curto prazo, as apostas de inflação, câmbio e comércio assumem proporções cada vez mais relevantes.
O clima como está sugere que 2019, 2020 e 2021 já chegaram.
EUA x China
O preço da guerra
As rusgas comerciais entre Estados Unidos e China - com a União Europeia no meio - ampliam as preocupações e reduzem as expectativas de crescimento nos investimentos globais.
Pior para países como o Brasil, que tentam se reapresentar ao mundo como um bom destino para o dinheiro.
Impasse do frete
Próximos capítulos
Sem acordo, o tabelamento do frete no transporte rodoviário segue na agenda do dia e com potencial cada vez maior de contaminar a cena eleitoral.
Uma consulta pública aberta pela ANTT colhe contribuições até 3/8 e nova audiência foi marcada para o dia 28, no STF.
Eleições
Os movimentos do centro
Depois de sinalizar a possibilidade de apoio ao candidato Ciro Gomes (com fortes divergências internas) a nova aposta do DEM é Geraldo Alckmin.
Não só neste caso, mas em outros também as articulações começam (ao que parece!) caminhar para definições.
Agenda
Inflação - O IBGE divulga hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 de junho.
Sátira eleitoral- O plenário do STF deve retomar hoje o julgamento de trechos de uma lei que questiona sátiras e montagens envolvendo candidatos durante as eleições.
Eleições 2018
Fundo partidário - O TSE negou ao Partido da Mulher Brasileira recurso que tentava acesso aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda de rádio e televisão.
Nos jornais
Delação - O STF decidiu ontem que a Polícia Federal e as polícias civis estaduais podem firmar acordos de delação premiada com investigados, mesmo sem a anuência do Ministério Público - 8 dos 11 ministros votaram nesse sentido. (manchetes da Folha de S.Paulo e de O Globo)
Foro - O STJ restringiu o foro especial de governadores e de conselheiros de tribunais de contas para crimes cometidos no cargo e em função dele. A decisão vai na esteira do que ficou definido pelo STF em maio. (todos os veículos)
Portos - O ministro do STF Luís Roberto Barroso atendeu ao pedido da PGR e autorizou a utilização da delação de Lúcio Funaro no inquérito dos Portos. (O Estado de S. Paulo)
Romário - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda, encontrou indícios de lavagem de dinheiro em operações bancárias envolvendo o senador Romário (Podemos-RJ), pré-candidato ao governo do Rio. (O Globo)
Centro - Em busca de adesões, os pré-candidatos do PSDB e do PDT ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes, se reuniram a portas fechadas nos últimos dois dias com líderes de partidos que formam o Centrão. (O Estado de S. Paulo e Valor Econômico)
Marina - A pré-candidata Marina Silva deixou explícita a aproximação com os movimentos de renovação política. Ela participou ontem, no Rio, de um jantar com o apresentador de TV Luciano Huck e integrantes do grupo político Agora! (O Estado de S. Paulo e O Globo)
Dilma - Líderes do PT mineiro admitem a possibilidade do governador Fernando Pimentel, pré-candidato à reeleição, ser substituído pela presidente cassada Dilma Rousseff na disputa ao governo do Estado. A proposta é tratada nos bastidores do partido. (O Estado de S. Paulo)
Benefícios - A Câmara aprovou uma série de medidas que beneficiam as transportadoras. Um projeto permite que o setor de transporte pague menos impostos e prevê alíquota zero em IPI e PIS/Cofins para a renovação da frota de caminhões. (manchete de O Estado de S. Paulo)
Emprego - O Brasil registrou, em maio, o pior resultado do emprego formal em 2018, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. A criação de 33,7 mil empregos com carteira assinada no mês passado caiu em relação a maio de 2017, quando foram gerados 34,3 postos. (todos os veículos)
FIES - A MP que destina recursos das loterias federais para o Fundo Nacional da Segurança Pública causará prejuízo de quase R$ 1 bilhão ao Fies. O valor representa 15% dos R$ 6,3 bilhões destinados pelo Tesouro Nacional ao programa no ano passado. (Folha de S.Paulo)
Selic - O Banco Central decidiu manter a Selic em 6,50% ao ano, no menor patamar da história. Na decisão anunciada ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) reafirmou o compromisso de zelar pelo controle da inflação. (todos os veículos)
Contas - Dois fatos negativos para a economia brasileira - a greve dos caminhoneiros e a alta do dólar - ajudarão o governo a fechar as contas em 2018 e 2019. Mercado e governo estimam que a greve e a desvalorização do real devem provocar aumento de um ponto percentual na inflação acumulada em 12 meses até junho. (manchete do Valor Econômico)
Trump - O presidente dos EUA, Donald Trump, recuou e decidiu acabar com a separação de pais e filhos que tentam cruzar ilegalmente a fronteira do país. (todos os veículos)