Homenagem
Desembargadora Marianna Pereira Nunes despede-se do TJ/RJ
"Como magistrada, mulher, a senhora quebrou paradigmas e venceu preconceitos. Deixou aqui no Estado do RJ, na Justiça do Estado do RJ e na magistratura do Estado do Rio de Janeiro, um paradigma para todas as suas colegas que estão aqui e para aquelas que estão por vir", disse o desembargador Sergio Cavalieri Filho, indicado pelo presidente do TJ, desembargador Luiz Zveiter, para falar em nome dos colegas.
Segundo ele, entre todas as qualidades demonstradas pela desembargadora nos seus 40 anos de atividades no Judiciário estadual, a mais marcante é a independência. "Sempre demonstrou absoluta independência no seu entendimento jurídico, como magistrada e até no entendimento político dentro deste Tribunal", ressaltou o desembargador.
Escolhido por ela para falar sobre sua carreira no TJ, o amigo e desembargador aposentado Éderson de Mello Serra lembrou que a desembargadora exerceu efetivamente uma judicatura civil e penal, dando a Justiça ansiada aos seus jurisdicionados. "A sua atuação na 2ª instância sempre foi realçada pela excepcional dedicação ao trabalho e ao estudo, cumprindo todos os prazos processuais apesar da grande quantidade de recursos", disse o desembargador.
O procurador de Justiça Antônio José Campos Moreira disse que o MP do Rio tem profundo orgulho e admiração pela desembargadora. "Magistrada exemplar, independente. Perdemos todos nós, mas ganham seus familiares e amigos, que terão mais tempo da sua companhia", completou.
A desembargadora Marianna Pereira Nunes formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, atual UFRJ, em 1961, vindo a fazer doutorado em Direito Penal em 1962/1963, seguido de doutorado em Direito Privado. Em 1964, trabalhou na Superintendência de Transportes da Guanabara e, em 1967/1968, assumiu o cargo de assessora do Procurador Geral da Justiça. Foi juíza de Direito nas comarcas de Sumidouro, Friburgo, Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito, Itaboraí, Duque de Caxias, São Gonçalo e Niterói. Em 1991, foi convocada para o extinto Tribunal de Alçada Cível e, no ano seguinte, assumiu o cargo de juiz do também extinto Tribunal de Alçada Criminal. Em 1996, foi promovida ao cargo de desembargadora do TJ. A desembargadora também foi professora de Direito Processual Penal da Universidade Federal Fluminense - UFF.
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