Crise
Contra a crise, PMEs miram o planejamento tributário
Fabiana Del Padre Tomé, do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários – IBET, comenta a importância do Planejamento Tributário.
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Contra a crise, PMEs miram o planejamento tributário
Especialistas aconselham companhias a seguir este caminho, mas não esperam efeitos expressivos
A crise da economia norte-americana e a drástica redução da oferta de crédito bancário fazem as pequenas e médias empresas abrirem os olhos para o planejamento tributário.
Segundo levantamento da RCS Brasil com 220 companhias, 34% já decidiram rever o seu planejamento tributário para o exercício contábil de 2009, com a intenção de otimizar o capital de giro. Outros 54% vão além e revelaram também a intenção de revisar completamente seu business plan.
Apenas 12% dos pesquisados devem optar por medidas mais imediatas como alargar pagamento de impostos - aproveitando a recente decisão do governo federal -, cortar custos trabalhistas ou de produção e renegociar prazos com fornecedores e clientes. "Mas esta alternativa é meramente paliativa. Mesmo que estendam o prazo para quitar débitos tributários, o tempo de recebimento das vendas tende a se prolongar em igual ou maior proporção, por conta da retração no consumo", adverte Julian Clemente, diretor tributário da RCS.
Para o especialista, um planejamento tributário bem executado pode diminuir em até 5% o impacto financeiro nas PMEs. "É uma forma também de avaliar com mais precisão a escolha do regime tributário do próximo ano. Empresas com lucratividade elevada, o que as estimulava a aderir ao Lucro Presumido, viram o dinheiro minguar. Ao mesmo tempo, quem tinha lucro linear e passou a ter margens muito reduzidas já começa a repensar as vantagens do Lucro Real", complementa.
Advogados, no entanto, ponderam e recomendam cautela. "O caminho ideal envolve o planejamento tributário, desde que a atenção do gestor esteja também direcionada para o fluxo de caixa, cuja provisão deve pensar as despesas pelos próximos 60 dias. Mas esta não será necessariamente a grande salvação", alerta Fabiana Del Padre Tomé, do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários - IBET. "A economia de impostos pode, no máximo, servir para minimizar perdas com a crise atual. Enquanto as alíquotas onerarem mais a produção e consumo e menos a renda e o patrimônio, o descompasso continuará", aponta.
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