O livro "O Ministro que Mudou a Justiça", organizado por Celso Vilardi, Maíra Salomi, Mario Cesar Carvalho, Pierpaolo Cruz Bottini, Sônia Ráo e Tonico Galvão, revisita as transformações promovidas por Márcio Thomaz Bastos durante sua gestão como ministro da Justiça. Com lançamento marcado para o dia 28 de novembro, às 18h30, na Faculdade de Direito da USP, a obra reúne artigos que destacam a ampliação do conceito de justiça no Brasil.
Márcio Thomaz Bastos, que também presidiu a OAB durante a ditadura e participou da Constituinte e do impeachment de Fernando Collor, é lembrado por ter reformado o ministério da Justiça de maneira inédita desde a década de 1930. Durante sua gestão, fortaleceu a Polícia Federal, com a implementação de grandes operações, e foi peça-chave na criação do CNJ, primeiro órgão de fiscalização do Judiciário.
Ele também sistematizou o combate à lavagem de dinheiro por meio do Coaf, articulou acordos internacionais contra o crime transnacional, reformou a política de defesa da concorrência e coordenou a homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, uma área equivalente ao tamanho de Portugal e Bélgica juntas.
No prefácio do livro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressalta a visão democrática de Thomaz Bastos, que transformou o ministério da Justiça em um "ministério da Cidadania". Lula destaca que o legado do ex-ministro continuará a inspirar futuras gerações na busca por um Brasil mais justo e igualitário.
Os artigos reunidos na obra foram escritos por especialistas que participaram diretamente das reformas promovidas por Márcio Thomaz Bastos. Paulo Lacerda analisa a reforma da Polícia Federal, enquanto Pierpaolo Cruz Bottini, Sérgio Renault e Beto Vasconcelos relatam a aprovação da reforma do Judiciário. Antenor Pereira Madruga e Carolina Yumi de Souza abordam a política de combate à lavagem de dinheiro e cooperação internacional, e Arthur Sanches Badin explica a modernização da política de concorrência.
Outros textos exploram a atuação de Thomaz Bastos na OAB durante a ditadura e sua defesa dos Direitos Humanos, com contribuições de Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, Dora Cavalcanti e Augusto de Arruda Botelho.
O evento de lançamento será realizado na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, e incluirá um bate-papo com os organizadores, seguido de uma sessão de autógrafos.
Publicado pela editora Civilização Brasileira, o livro tem 192 páginas e será vendido por R$ 79,90.
A obra é um convite para revisitar uma gestão que, em apenas quatro anos, tornou o funcionamento das instituições brasileiras mais transparente e democrático.