A Justiça do Rio de Janeiro converteu em prisão preventiva a detenção em flagrante de 21 uruguaios, após audiências de custódia realizadas na sexta-feira, 25.
A decisão ocorreu por conta da participação dos detidos em tumultos na quarta-feira, 23, no Recreio, zona oeste do Rio, antes da semifinal da Libertadores entre Botafogo e Peñarol, partida que terminou em 5x0 para a equipe brasileira.
Segundo o TJ/RJ, apenas Richard Andreas Soler Pereira foi liberado, enquanto os demais seguiram presos preventivamente.
“Os juízes ressaltaram que a maioria dos detidos estava armada com paus e foi presa em flagrante pela polícia”, declarou o TJ/RJ.
Os uruguaios que permaneceram presos são Alvaro Marcelo Garin, Nikleson Cabrera, Michael Nicols, Federico Gonzales, Felipe Pedrini, Luís Antonio Cursio, Santiago Zapata, Jorge Lucio da Silva Limas, Carlos Ramiro Tambrideguy Lara, Lautaro Machado Raimondi, Santiago Facundo, Sacramento Rodriguez, José Telechea, Roy Martinez, Esteban Emanuel Silveira Sena, Franco Ezequiel Berriel Merlo, Carlos Francisco Sauco, Anthony Alexis Rosa Balles, Ezequiel Rodrigues e Cesar Daniel Camurati Alvarez.
Mais de 200 torcedores do Peñarol foram levados à Cidade da Polícia, após conflitos no Recreio que envolveram furtos, incêndios em ônibus e confronto com a PM. A Polícia Militar relatou que a confusão teve início com o furto de um celular na praia, envolvendo um integrante do grupo.
O caso foi inicialmente encaminhado à 16ª Delegacia, na Barra da Tijuca.
Os 22 uruguaios foram autuados por porte ilegal de arma, furto, lesão corporal, roubo, dano qualificado, incêndio, associação criminosa, resistência, desobediência, desacato, rixa, injúria racial, corrupção de menores e por violação do artigo 201 do Estatuto do Torcedor.
De acordo com a PM, os torcedores uruguaios iniciaram os conflitos com um grupo na praia, realizando saques e depredando estabelecimentos e veículos na área. Uma pistola foi apreendida no local.
A Polícia Civil informou que outros 330 uruguaios responderão também pelo artigo 201 do Estatuto do Torcedor, com procedimentos encaminhados ao Juizado Especial do Torcedor.
Análises de imagens de redes sociais e mídia foram utilizadas na identificação dos envolvidos.
Em entrevista na Cidade da Polícia, o secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, admitiu falhas no planejamento para recepção dos torcedores do Peñarol.
“Segurança pública é minha responsabilidade. É hora de rever o processo, corrigir onde falhamos. Segurança pública não é uma equação exata, e às vezes foge do controle”, afirmou.
Santos indicou que os problemas foram agravados por torcedores em três ônibus “desgarrados”, ou seja, que não tiveram a viagem informada ao consulado uruguaio.
Ele declarou que será investigada a origem dessa “falha de comunicação” entre o Peñarol, a torcida ou o consulado.
“Isso não elimina nossa responsabilidade, pois já havia histórico com essa torcida. No passado, em Copacabana, um torcedor do Flamengo morreu em confronto com esses torcedores. Falhamos ao subestimar o efetivo policial no local”, concluiu o secretário.
Após o ocorrido, o policiamento foi reforçado para o jogo entre Botafogo e Peñarol, realizado no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, na zona norte do Rio.
Com informações da Agência Brasil.