Migalhas Quentes

Resultado do sorteio de obra "A Escola Livre de Sociologia e Política : anos de formação 1933-1953 : Depoimentos"

29/6/2007


Sorteio de obra

Migalhas honrosamente sorteou cinco exemplares da obra "A Escola Livre de Sociologia e Política : anos de formação 1933-1953 : Depoimentos" (Editora Escuta, 202 p.), organizada por Iris Kantor, Débora A. Maciel e Júlio Assis Simões, e cordialmente oferecida pela FESPSP – Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Confira abaixo os ganhadores.

Da fundação à obra:

Em 27 de abril de 1933, um grupo de intelectuais, líderes políticos e empresariais tornou público um manifesto cujo conteúdo exprimia o inconformismo com a situação em que se encontrava o país, mas, ao mesmo tempo, afirmava a confiança no futuro, criando, assim, a Escola de Sociologia e Política de São Paulo, que mais tarde, em 1935, foi reconhecida como instituição de utilidade pública pelo Governo do Estado de São Paulo. (Clicando aqui, você confere o manifesto original.)

Orientada desde o início para o estudo da realidade brasileira e para a formação de quadros técnicos e dirigentes capazes de atuar no processo de modernização da sociedade, a FESPSP – Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo está desenvolvendo, desde a virada do milênio, um série de iniciativas que resgatam a tradição acadêmica e a atuação da FESPSP dentro do cenário político, social e cultural do país.

Um dos exemplos, é a obra "A Escola Livre de Sociologia e Política : anos de formação 1933-1953 : Depoimentos", que está na sua quarta reimpressão. O livro recupera a memória da FESPSP e reorienta a Fundação na direção de sua missão institucional de refletir, ensinar, e contribuir para o desenvolvimento do país.

Para tanto o livro dispõe de textos que analisam trajetórias marcantes de cientistas sociais, relatos de experiências, entrevistas, depoimentos e homenagens.



 Resultado:

  • Acacio Miranda da Silva Filho, advogado, de São Paulo/SP.
  • Rodrigo Pereira Fortes, da Confederação Sicredi, de Porto Alegre/RS.
  • Waldecir Stein, da Residência Imóveis Ltda., de Blumenau/SC.
  • Luiz Carlos de Assis Góes, do escritório Góes & Góes Advogados, de Criciúma/SC.
  • Sérgio de Jesus Pereira, do escritório Fernando T. Ishikawa Adv. Associados, de Curitiba/PR.

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A obra por Maria Arminda do Nascimento Arruda

"O grande historiador Francisco Iglésias, saudoso amigo, observou que o fundador da Escola de Sociologia e Política de São Paulo "contribuiu decisivamente para criar a imagem do Brasil Moderno". Segundo o historiador, Roberto Simonsen encarnou uma concepção esclarecida de "um Brasil emancipado, de um Brasil moderno, um Brasil lúcido, e não um Brasil apegado a velhos chavões". Um lugar privilegiado de apreciação do projeto de Roberto Simonsen para o país encontra-se na sua iniciativa de criar a escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo.

Concebida como uma instituição moderna e avançada para o tempo, a Escola, fundada em 1933, revolucionou o modo de reflexão nas Ciências Sociais brasileiras. Esta transformação, de grande vulto para o momento, manifestava-se nos mais diferentes campos: do ensino, da pesquisa, do recorte temático, do financiamento das investigações, da articulação dos diversos estudos e da publicação. Por essas razões, a história das Ciências Sociais no Brasil não se completa, nem se realiza, sem o tratamento das contribuições indeléveis oriundas da Escola de Sociologia, que formou um estilo totalmente inusitado de pensar as disciplinas. Apenas a título de ilustração, relembro a pesquisa concebida por Samuel Lowrie e Horace Davis, sobre os trabalhadores da Limpeza Pública de São Paulo, que introduziu uma perspectiva inovadora de tratar a sociedade brasileira, orientada por uma visão nutrida nas camadas populares, como bem acentuou Antonio Candido.

Tais inclinações, combinadas a procedimentos rigorosos, se escondem a importância da Escola na institucionalização da nossa Ciência Social, aludem a importância à participação inconteste desses estudos na formulação de nova dicção na área, em conjunto com os trabalhos nascidos na Faculdade de Filosofia da universidade de São Paulo. Informadas pela visão da reforma social, as reflexões desenvolvidas apontam para fins superiores, expressos na intenção de contribuir para o desenvolvimento do país, deixando entrever o porte do empreendimento construído pelo patrocinador da instituição. Dimensão, aliás, que se revelava no perfil dos professores estrangeiros contratados, preferencialmente norte-americanos e ligados à prestigiosa Escola de Chicago, que desenvolveu novas sendas de compreensão do modo de vida urbano, articulando metodologias bastante originais. Não por casualidade, a Escola de Sociologia e Política foi responsável pela formação de cientistas sociais renomados, a ela vinculados de modo completo ou parcial, como foi o caso de Florestan Fernandes, que defendeu o seu Mestrado na casa. Diga-se de passagem, a Escola já possuía um Programa de Pós-Graduação bastante semelhantes aos atuais, sintoma de largueza dos seus horizontes.

Questões dessa natureza encontram-se contempladas neste volume. Composto por textos que analisam trajetórias marcantes de cientistas sociais, relatos de experiências coevas, entrevistas, depoimentos e duas homenagens a Roberto Simonsen e Florestan Fernandes, nascidas da pena de Francisco Iglésias e de Antonio Candido, respectivamente, a obra pretende recuperar parte da história institucional. O resultado não deixa margem à dúvida sobre o profundo significado do livro. Numa visão prismática, obteve-se um efeito transcendente, o de combinar a recuperação da memória da Escola de Sociologia e Política àquela das Ciências Sociais produzidas em São Paulo, alimentando, suplementares, nossos espíritos com uma história engrandecida pela recordação de tempos modelados por apostas elevadas." Maria Arminda do Nascimento Arruda é professora do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo.

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