“Muito tensa”. Assim definiu o advogado e secretário-geral da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB de Goiás, Filipe Ramos dos Santos, sobre a situação em que a PCGO - Polícia Civil de Goiás cumpria um mandado de busca e apreensão feito em uma “casa errada”.
O caso, que aconteceu quinta-feira, 11, em Aparecida de Goiânia/GO, viralizou no país após policiais civis arrombarem um portão e invadirem uma casa durante o cumprimento de um mandado. Após discutirem com a dona da casa, as autoridades percebem que aquele não era o endereço da procurada.
“A OAB/GO foi acionada no dia anterior para acompanhar o cumprimento do mandado, em razão de o alvo ser advogado, única razão de eu estar no local do equivocado procedimento.”
Segundo o advogado, o episódio vivenciado foi inédita em sua carreira.
“A situação foi muito tensa porque foi necessário o arrombamento. Já acompanhei vários cumprimentos de mandados, pela Polícia Civil, Polícia Federal e até Ministério Público, mas nunca presenciei uma situação em que os ânimos se exaltaram tanto.”
Diante da situação, Filipe afirmou que tentou a todo momento acalmar os dois lados da discussão.
“Naquela situação, eu não vi outra saída a não ser arrefecer os ânimos e tentar o diálogo. As filmagens veiculadas na mídia, me mostram pedindo calma a todo momento, tanto aos moradores quando aos policiais.”
Após o clima tenso, Filipe afirma que os policiais foram até a casa da advogada suspeita de levar informações para criminosos em uma unidade prisional do estado.
“Até onde acompanhei, não houve violações de direitos e/ou prerrogativas. Foi concedido o direito a ligar para família e só foi conduzida para Delegacia quando seu irmão chegou para ficar com sua filha. No momento de chegada à Delegacia foi preservada sua identidade.”
Veja o momento:
Entenda o caso
Na manhã do dia 11 de abril, em Aparecida de Goiânia, região metropolitana de Goiânia, policiais civis arrombaram por engano o portão de uma residência durante o cumprimento de um mandado.
A invasão, capturada por câmeras de segurança e celulares dos moradores, culminou em um episódio de tensão quando uma policial apontou sua arma para uma mulher não relacionada ao mandado.
O incidente ocorreu por volta das 6h no setor Parque Industrial Santo Antônio, quando os policiais tentaram forçar a entrada, danificando a fechadura do portão. Dentro da casa, a moradora, mãe de dois filhos pequenos, exigiu que os policiais se identificassem e verificassem o nome no mandado.
Visivelmente perturbada, a mulher pediu a presença de sua advogada e relatou ter sido agredida por uma das policiais. Ela afirmou que o mandado era para outra residência, mas os policiais continuaram a busca, alegando seguir uma ordem judicial.
Após o incidente, a família afetada registrou um Boletim de Ocorrência na tarde do mesmo dia. Em resposta, a Polícia Civil de Goiás declarou que a Superintendência de Correições e Disciplina está investigando os abusos cometidos durante a operação.