Migalhas Quentes

Homem que aterrorizou família da ex é condenado a 22 anos de prisão

TJ/SC manda condenado a indenizar as três vítimas de seus ataques pelos danos morais sofridos em R$ 60 mil.

26/1/2024

Homem foi condenado a mais de 22 anos de prisão, em regime fechado, por crimes cometidos contra a ex-companheira em contexto de violência doméstica, familiar e relação íntima de afeto. De acordo com o processo que tramita na Unidade Judiciária de Cooperação de Guaramirim/SC, foram registrados episódios de agressão contra ela e familiares, incluindo tentativa de incêndio, sequestro e furto. Além da pena privativa de liberdade, o réu também terá que indenizar as três vítimas de seus ataques pelos danos morais sofridos, no montante total de R$ 60 mil.

Consta nos autos que o denunciado e a vítima mantiveram um relacionamento amoroso por aproximadamente nove anos, com o vínculo rompido no final de 2022, situação que o desagradava. “Ele queria que eu parasse de trabalhar […] tinha um ciúme exagerado, que não era normal. […] Episódios de violência psicológica e verbal sempre aconteciam”, frisa a vítima.

Ela relembra ainda que o ex chegou a invadir sua residência durante a madrugada e, sem ser percebido, subtraiu seu aparelho celular e realizou uma transferência bancária via Pix. Em outra circunstância narrada na denúncia, a mulher conta sobre a ocasião em que, tomado de raiva, ateou fogo no forro do imóvel de sua mãe que, por sorte, não se alastrou. Não satisfeito com a onda de terror, ele a privou de liberdade, mediante sequestro, após a imobilizar com um golpe conhecido como “gravata” dentro de seu próprio veículo. Nesse dia, o réu só concordou em libertá-la horas mais tarde, mediante a promessa de que retomaria o relacionamento.

Foram registrados episódios de agressão contra ela e familiares, incluindo tentativa de incêndio, sequestro e furto.(Imagem: Freepik)

A mãe da vítima, uma senhora de 60 anos, também foi vítima de agressões, furto de um celular e cárcere privado. A idosa foi ameaçada pelo ex-genro e confinada dentro da própria residência, à espera da filha com quem o homem insistia em falar. A jovem, filha da vítima, também foi feita refém e obrigada a levar o agressor até o local onde a mãe estava escondida.

Em análise aos fatos apresentados, a magistrada pontuou que o réu menosprezou o desejo da ex-companheira de terminar o relacionamento, momento em que passou a impingir-lhe grave perturbação. A sentenciante enfatiza ainda que, no caso em si, a lei 11.340/06 é perfeitamente aplicável, pois prevê que é considerada violência doméstica qualquer ação ou omissão contra a mulher "em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação".

“As três vítimas (autora, filha e mãe da autora) sofreram sequestro/cárcere privado, ameaças, crimes patrimoniais e tiveram a casa incendiada, de modo que a compensação financeira no montante de R$ 20 mil para fins de reparação civil dos danos morais, a cada uma, é cabível”, completou. O réu foi condenado a 22 anos, sete meses e 22 dias de reclusão em regime fechado, mais um ano, quatro meses e nove dias de detenção em regime semiaberto, e um mês e três dias de prisão simples em regime semiaberto, além do pagamento de 76 dias-multa, pelos crimes de furto, incêndio, lesão corporal e sequestro em concurso material. 

O processo tramita em segredo de Justiça.

Informações: TJ/SC.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

TST mantém justa causa de bancário que acessou dados de ex-esposa

23/1/2024
Migalhas Quentes

Homem que usou cartão da ex e a difamou no WhatsApp é condenado

11/1/2024
Migalhas Quentes

Blogueira que quis "dar susto" em ex é condenada a 30 anos de prisão

9/1/2024

Notícias Mais Lidas

Moraes torna pública decisão contra militares que tramaram sua morte

19/11/2024

PF prende envolvidos em plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

19/11/2024

Leonardo Sica é eleito presidente da OAB/SP

21/11/2024

CNJ aprova teleperícia e laudo eletrônico para agilizar casos do INSS

20/11/2024

Ex-funcionária pode anexar fotos internas em processo trabalhista

21/11/2024

Artigos Mais Lidos

ITBI na integralização de bens imóveis e sua importância para o planejamento patrimonial

19/11/2024

Cláusulas restritivas nas doações de imóveis

19/11/2024

Estabilidade dos servidores públicos: O que é e vai ou não acabar?

19/11/2024

O SCR - Sistema de Informações de Crédito e a negativação: Diferenciações fundamentais e repercussões no âmbito judicial

20/11/2024

Quais cuidados devo observar ao comprar um negócio?

19/11/2024