Banco Mundial
Bush indica Robert Zoellick para presidente
Zoellick vai substituir Paul Wolfowitz, que renuncia ao cargo no dia 30 de junho. Wolfowitz deixa o cargo devido ao escândalo ligado à promoção e o aumento dado à sua namorada, Shaha Riza.
A nomeação de Zoellick será analisada pelos 24 integrantes do Conselho do Banco Mundial, mas a confirmação é dada como certa.
Pela tradição, os Estados Unidos indicam o presidente do Banco Mundial, e os países europeus, o diretor-geral do FMI.
"Bob Zoellick teve uma longa e distinta carreira na diplomacia na economia do desenvolvimento. Isso o preparou bem para esta nova missão", disse Bush. "Ele ganhou a confiança e o apoio dos líderes de todas as regiões do mundo".
O presidente americano também citou uma lista de atitudes de Zoellick, ex-subsecretário de Comércio dos Estados Unidos e atual executivo do banco de investimentos Goldman Sachs, para ajudar países a combater a pobreza.
Ao aceitar a nomeação, o próprio Zoellick reconheceu que havia muito a fazer para acabar com as tensões que levaram à queda do seu antecessor.
"Nós precisamos pôr a discórdia atrás de nós e nos concentrar num futuro melhor", disse.
Doha
O principal economista do Banco Mundial, François Bourguignon, disse à BBC que a experiência de Zoellick será útil no novo cargo.
"Ele estava negociando para os Estados Unidos na Rodada de Doha, então ele conhece muito bem estas questões de comércio e o papel que o comércio pode ter para acelerar o desenvolvimento em países pobres e emergentes", disse.
Zoellick exerceu o cargo de representante comercial americano entre 2001 e 2005.
Como vice-secretário de Estado, Zoellick foi um dos principais assistentes de Condoleezza Rice entre fevereiro de 2005 e junho de 2006.
"Zoellick é, certamente, o homem certo para este trabalho. Ele terá que estabelecer, ou restabelecer, a confiança na instituição, pois foi um capítulo obscuro com Wolfowitz", disse o ministro do Exterior da França, Bernard Kouchner.
Críticas
Mas, para Paul Zeitz, diretor-executivo da organização Aliança Global para Aids, Zoellick foi uma péssima escolha.
"Zoellick não tem uma experiência significativa em desenvolvimento econômico de países pobres", disse.
"Ele é amigo íntimo de grandes marcas da indústria farmacêutica e os acordos de comércio bilateral que ele negociou bloquearam de forma efetiva o acesso à medicação genérica a milhões de pessoas", acrescentou.
Como representante de Comércio dos Estados Unidos, Zoellick participou de várias negociações que envolveram o Brasil e entrou em algumas polêmicas.
Durante a campanha eleitorial de 2002, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva chamou o americano de "sub do sub do sub".
A frase de Lula teria sido uma resposta à afirmação – atribuída a Zoellick – de que, se ficasse de fora da Alca, o Brasil teria de se limitar a fazer comércio com a Antártida.
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Fonte: BBC Brasil
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