A advogada Catharina Estrella apresentou queixa-crime por injúria contra o promotor de Justiça aposentado Walber Nascimento, por compará-la a uma cadela durante audiência na 3ª vara do Tribunal do Júri do Amazonas, ocorrida em setembro.
Na queixa-crime enviada à Justiça do AM, a advogada afirma que o comportamento de Nascimento, em ambiente do júri, “vem na contramão do respeito que todo ser humano deve ter pelo seu semelhante, além de se colocar na contramão da luta contra a discriminação de gênero e, obviamente, da tutela da honra”.
“Não se pode aceitar que, em plena época de vívido combate à violência contra a mulher, seja tolerada essa postura, a qual vai além de apenas uma injúria, configurando uma agressão não só à Querelante, mas a todas as mulheres, especialmente às advogadas.”
Ainda no documento, a advogada ressalta que o ex-promotor extrapolou toda e qualquer retórica de plenário.
“[Ele] foi além do abarcado pela imunidade judiciária do art. 142, I, do CP, e pela inviolabilidade do art. 41, V, da lei Federal 8.625/ 03 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público), que não podem ser usados como garantia para ofender livremente, sendo evidente que cometeu o crime de injúria.”
A queixa-crime foi promovida pelo criminalista Alberto Zacharias Toron (Toron, Torihara e Cunha Advogados).
- Leia a queixa-crime.
Entenda o caso
A advogada Catharina Estrella acusou o promotor de Justiça Walber Nascimento de compará-la a uma cadela durante audiência na 3ª vara do Tribunal do Júri do Amazonas, que aconteceu no dia 12 de setembro.
Nas imagens divulgadas nas redes sociais, o promotor diz que não ofendeu a advogada, mas que no quesito lealdade, não poderia compará-la a uma cadela, pois o animal seria mais leal.
"Se tem uma característica que o cachorro tem, Dra. Catharina, é lealdade. Eles são leais, são puros, são sinceros, são verdadeiros. E, no quesito lealdade e me referindo especificamente à vossa excelência, comparar a vossa excelência com uma cadela é muito ofensivo, mas não à vossa excelência, a cadela."
Após o ocorrido, a advogada apareceu em um vídeo postado no Instagram com o presidente da OAB/AM, Jean Cleuter, e salientou que não precisava passar por isso no exercício da advocacia e que o juiz, ao ver as ofensas, nada fez.