Migalhas Quentes

Grupo de delegados da PF acusa Moraes de abuso de autoridade

Investigadores alegam que há "nítido caráter político-partidário” e ausência de imparcialidade do ministro nas decisões.

26/9/2022

No MPF, um grupo 131 de delegados da PF protocolou notícia-crime contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e o delegado Fábio Alvarez Shor, da Diretoria de Inteligência da PF. Na petição, é solicitada a instauração de um inquérito para apurar irregularidades durante a operação da PF contra empresários que debateram a possibilidade de um golpe de Estado no Brasil em mensagens de WhatsApp.

No documento, os investigadores afirmam que são “inacreditáveis as fundamentações dos argumentos consignados pelo ministro Alexandre de Moraes para enquadrar os oito empresários como sendo líderes de organização criminosa”. Consta no texto, ainda, que há "nítido caráter político-partidário” e ausência de imparcialidade do ministro nas decisões. As informações foram retiradas do site Metrópoles.

A petição, endereçada ao PGR, Augusto Aras, pleiteou a anulação da investigação.

Alexandre de Moraes é denunciado por abuso de autoridade por delegados da PF.(Imagem: Carlos Moura/SCO/STF)

Entenda

Em agosto, o ministro Alexandre de Moraes, atendendo ao pedido protocolado pela Coalizão para Defesa do Sistema Eleitoral, determinou que a PF realizasse mandados de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas que defenderam, em um grupo de mensagens, um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula vença as eleições presidenciais de 2022 contra Jair Bolsonaro. Entre os alvos estavam:

Na decisão, Moraes diz não haver dúvidas da possibilidade de "atentados contra a democracia e o Estado de Direito" e que o grupo de empresários possui capacidade socioeconômica para financiar ações do tipo. 

"Não há dúvidas de que as condutas dos investigados indicam possibilidade de atentados contra a Democracia e o Estado de Direito, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito a Democracia; revelando-se imprescindível a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados, especialmente diante da existência de uma organização criminosa identificada no Inq. 4.874/DF e também no Inq. 4.781/DF, ambos de minha relatoria."

A busca foi justificada por Moraes na possibilidade de encontrar indícios e elementos que provem irregularidades.

"Na espécie estão presentes os requisitos do art. 240 do Código de Processo Penal, para a ordem judicial de busca e apreensão no domicílio pessoal, pois devidamente motivada em fundadas razões que, alicerçadas em indícios de autoria e materialidade criminosas, sinalizam a necessidade da medida para colher elementos de prova relacionados à prática de infrações penais."

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Moraes autorizou buscas a empresários por risco de ruptura democrática

29/8/2022
Migalhas Quentes

Moraes manda PF atrás de empresários que querem golpe se Lula vencer

23/8/2022

Notícias Mais Lidas

"Vale-peru"? TJ/MT fixa R$ 10 mil de auxílio-alimentação em dezembro

19/12/2024

Bosch é condenada a pagar R$ 1,7 mi por fraude em perícias judiciais

19/12/2024

PEC que limita supersalários de servidores é aprovada pelo Congresso

20/12/2024

MP/BA investiga Claudia Leitte por retirar "Iemanjá" de música

19/12/2024

STJ mantém exclusão de limite de 150 salários-mínimos para honorários

19/12/2024

Artigos Mais Lidos

Afinal, quando serão pagos os precatórios Federais em 2025?

19/12/2024

Discriminação nos planos de saúde: A recusa abusiva de adesão de pessoas com TEA

19/12/2024

Planejamento sucessório e holding patrimonial: Cláusulas restritivas societárias

20/12/2024

Decisão importante do TST sobre a responsabilidade de sócios em S.A. de capital fechado

20/12/2024

As perspectivas para o agronegócio brasileiro em 2025

20/12/2024