O desembargador Jairo Ferreira Júnior, do TJ/GO, disse em sessão que a Globo é “perniciosa e vulgar” por “enaltecer o homossexualismo”.
“Já viram coisa mais vulgar perniciosa do que é a Globo? De mostrar e propagar e enaltecer o homossexualismo? Mulher com mulher, homem com homem se beijando, perniciosa.”
Ele também disse que, antigamente, "a perversão existia e talvez até mais do que hoje, mas era escondido. O cara não saía do armário".
Veja vídeo:
Caso julgado
As falas aconteceram durante sessão em que os magistrados do Órgão Especial do TJ/GO decidiam sobre abertura ou não de PAD para analisar conduta do juiz Thiago Brandão Boghi, que, em sentença, disse que os tempos mudaram e que se relacionar com “putas” era considerado de “boa reputação”. No processo julgado por Thiago, um homem alegava que foi difamado por mulher que disse que ele se relacionava com “putas”, mas o juiz não viu ofensa.
Leia trecho da sentença:
"No meu tempo de juventude, um homem se relacionar com 'putas' era considerado fato de boa reputação (...). "Lamentável como os tempos mudaram! Agora virou ofensa! Tempos sombrios!"
Após receber questionamentos sobre a fala, o presidente do TJ, desembargador Carlos França, encaminhou o caso à Corregedoria para investigação.
Abertura de PAD
Os magistrados, por maioria, decidiram pela abertura do PAD contra o juiz Thiago Boghi. Foram 11 votos acompanhando o corregedor pela abertura, e 6 pela não abertura.
O desembargador Jairo Ferreira votou com a divergência.
“Analisando a têmpera do dr. Thiago, acho que é o estilo dele, diferente de outro, que é mais fino. Mas ele não extrapolou a conduta ética, não extrapolou o exercício da judicatura. Acho que não merecia sequer puxão de orelha ou advertência verbal. (...) Não podemos garrotear a expressão do magistrado. (...) Existem coisas piores, muito piores. Isso, para mim, é uma poeira, um vento. Dust in the wind.”
Após o voto, ele completou:
“E eu não tenho que pedir vênia pra ninguém. Magistrado não pede vênia pra ninguém, não. Ele poe em colocação o que pensa. E a discussão é meramente doutrinária, não é pessoal.”