Migalhas Quentes

Exclusivo: Advogado que recebeu Pix da Globo apresenta sua versão

Ele diz que estranhou o depósito, mas como é advogado de várias partes contra a emissora, e já tinha recebido outros valores, teria pedido um prazo para verificar seus processos antes de devolver. Todavia, a Globo teria preferido judicializar.

25/2/2022

Um curioso caso chegou à mídia nestes dias: a Rede Globo teria feito um Pix por engano no valor de R$ 318 mil. Esse dinheirão caiu na conta de um advogado que, na mesma semana, realizou a compra de um imóvel.

A emissora do Jardim Botânico, então, buscou a Justiça para reaver o montante e pediu o bloqueio dos direitos do imóvel, obtendo uma liminar. Com efeito, o juízo da 4ª vara Cível da Barra da Tijuca/RJ deferiu o pedido por considerar que o causídico se apropriou indevidamente da quantia.

Versão de quem fez

Segundo a Globo, ela teria feito um acordo numa ação trabalhista, e ficou de depositar o valor (os R$ 318 mil) na conta do patrono da causa.

Mas na hora de fazer o pagamento, equivocadamente endereçou o valor em nome de outro advogado, que também tem ações contra a empresa, e cujos dados estavam no sistema do departamento jurídico. 

A empresa entrou em contato com o advogado (que recebeu por engano), e não conseguiu reaver o dinheiro, o qual teria já tido outro destino (a compra de um imóvel). 

Passados mais de dez dias sem solucionar o imbróglio, temerosa com a demora, decidiu ajuizar o caso.

Versão de quem recebeu

Migalhas foi atrás do advogado que recebeu o dinheiro equivocadamente para saber o que tinha ocorrido.

Marcos Antônio Rodrigues dos Santos (OAB/RJ 98.878), o então sortudo, deu-nos sua versão.

Ele diz que, em virtude de um acordo trabalhista, havia recebido um Pix da Globo (corretamente) no dia 23 de dezembro, p.p., no valor de R$ 62 mil.

Dias depois, no dia 27, inadvertidamente, recebeu novo Pix (agora o errado), no valor de R$ 318 mil.

No dia 30 de dezembro, uma representante da emissora entrou em contato com ele, falando que o pagamento foi feito equivocadamente, pedindo a devolução do valor.

Como, segundo Marcos, não poderia verificar os processos, pois estaria com o token digital vencido (aquele que permite acesso ao sistema do Tribunal), pediu para que a emissora aguardasse.

No dia 5 de janeiro, a Globo voltou o contato. O advogado, no entanto, estava de férias e pediu mais prazo: disse que tinha muitos processos e que teria de verificar no fim do recesso, pedindo para voltarem a tratar com ele no dia 21 de janeiro.

Antes disso, no entanto, no dia 11 de janeiro, a emissora, preocupada com o destino das três centenas de milhares de reais, deliberou entrar na Justiça em busca do imóvel que o advogado teria informado que comprou.

Quanto ao imóvel, o advogado diz que ele deu um sinal, de R$ 100 mil, cujo montante ele tinha em mãos, sem contar o dinheiro do Pix errado.  

Assista à versão do advogado:

Na entrevista, Marcos está acompanhado de seu advogado, Renato Marques de Almeida (Marques de Almeida Advogados).

Marcos dá a entender que há por trás da divulgação desse assunto um certo complô, e que seria uma história montada para expô-lo.

Ele informa que já depositou o valor em juízo, e critica o magistrado que concedeu a liminar.

Fala que sabe que é persona non grata na emissora, e que em reconvenção pedirá danos morais.

"Estão me massacrando. (...) Isso tudo foi plantado. É bem da Globo fazer isso."

Glória Perez, Manoel Carlos, Aguinaldo Silva, Silvio de Abreu e outros roteiristas têm nesta história um prato cheio para um enredo de novela. 

Qual seria o nome trama? 

Mande-nos sua sugestão.  

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