Azedou
A decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), por cinco votos a um, foi uma surpresa para o presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, e para especialistas.
A maioria dos conselheiros considerou que a operação representava risco para o mercado de chocolates do país e não trazia uma eficiência suficiente para que a fusão fosse aprovada. O voto a favor foi do presidente do Cade, João Grandino Rodas que afirmou que respeita a decisão dos conselheiros, mas teme que ela traga problemas para o mercado. Na opinião do presidente, a fusão poderia ter sido aprovada com restrições e a reprovação total foi desnecessária.
O Ministério da Justiça chegou a recomendar a aprovação do negócio com restrições.
"Recebemos muito mal porque não era a decisão esperada", comentou Ivan Zurita a jornalistas, logo depois do julgamento no Cade.
O executivo não descartou recorrer à Justiça contra a decisão. "Estamos considerando todas as possibilidades", disse.
A Nestlé será obrigada a vender os ativos da Garoto para uma terceira empresa que detenha, no máximo, 20 por cento do mercado de chocolates e que apresente condições de sustentar a marca.
"O desinvestimento pode estimular a concorrência e favorecer o consumidor", disse o
A Nestlé passaria a controlar 76 por cento do mercado de chocolate em barra no país e 66 por cento do segmento de ovos de Páscoa.
Um potencial comprador da Garoto agora é a britânica Cadbury, que chegou a fazer uma oferta para a família Meyerfreund mas foi derrotada pela Nestlé.
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