Durante o 3º dia de audiência de instrução e julgamento do caso Henry aconteceu um bate-boca entre advogados e a juíza responsável.
A acusação perguntava à testemunha sobre o que ele achava de Jairinho. A defesa, então, disse que a testemunha tinha que falar o que sabe, não o que acha, e a acusação respondeu que não perguntou isso, que ele não estava prestando atenção. O advogado, então, se exaltou.
A juíza, então, questionou: “Está estressado? O senhor não pode gritar assim aqui”. A magistrada, então, sugeriu: “Toma um Rivotril.”
Prisão mantida
Ao final dos trabalhos, a juíza Elizabeth Machado Louro decidiu manter a prisão preventiva do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e da professora Monique Medeiros da Costa e Silva. Os dois estão presos desde abril, acusados pela morte, em março deste ano, do menino Henry Borel, de 4 anos, filho de Monique. A decisão foi tomada ao final do segundo dia seguido de depoimentos das testemunhas de defesa. O interrogatório dos réus foi marcado para 9 de fevereiro de 2022, às 9h30.
Os advogados de Dr. Jairinho e de Monique pediram a revogação da prisão preventiva ou a sua substituição pela aplicação de medidas cautelares. Argumentaram que, como a fase de produção de provas estava praticamente encerrada, os dois já não ofereceriam riscos para a aplicação da lei penal e nem para a ordem pública.
No entanto, segundo a juíza, embora encerrada praticamente a produção da prova, não se pode afastar a hipótese de uma decisão de levar os acusados a júri, quando boa parte da prova produzida nas duas últimas audiências poderá ser repetida em plenário. “No que toca ao pressuposto da conveniência da instrução criminal, dadas as circunstâncias que revestiram, em especial, a investigação, entendo que permanece presente o pressuposto”, assinalou.
“No entanto, o que mais releva notar é a necessidade de se resguardar a ordem pública, não só em relação ao clamor suscitado pelo fato, de que é demonstração terem sido ambas as audiências desta semana transmitidas em tempo real pelo YouTube, isto para evitar maiores tumultos no recinto das audiências. Também vejo ameaça à ordem pública no tocante à própria segurança da ré Monique, que vem sendo bastante criticada nas redes sociais, alvo de comentários, inclusive, de ódio, o que está a merecer proteção também a ela, que, já agora, sofre discriminação causada pela índole patriarcal da sociedade em que vive."
- Processo: 0066541-75.2021.8.19.0001