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Anvisa diz que apenas cumpriu lei ao suspender jogo Brasil x Argentina

Jogadores argentinos cometeram infrações sanitárias, descumprindo regras brasileiras.

6/9/2021

Anvisa não pretendia suspender o jogo entre Brasil e Argentina – buscava, tão somente, o cumprimento das leis sanitárias do país. Assim explicou a Agência sobre o episódio ocorrido neste domingo, 5.

A partida foi interrompida por agentes da PF e da Anvisa para retirar de campo quatro jogadores da Argentina que mentiram ao ingressar no Brasil e não cumpriram medidas necessárias contra a disseminação do coronavírus. Com a interrupção, o time argentino se retirou de campo em que disputaria a partida contra a seleção brasileira.

A Anvisa esclarece que houve infração sanitária por descumprimento da portaria 655/21, das RDCs 21/08 e 456/21, e da lei 6.437/77.

A portaria portaria 655/21 dispõe, em seu art. 7º, § 5º:  

§ 5º Fica suspensa, em caráter temporário, a autorização de embarque para a República Federativa do Brasil de viajante estrangeiro, procedente ou com passagem pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, pela República da África do Sul e pela República da Índia nos últimos quatorze dias.

Já a lei 6.437/77, em seu art. 11, diz o seguinte:

Art . 11 - A inobservância ou a desobediência às normas sanitárias para o ingresso e a fixação de estrangeiro no País, implicará em impedimento do desembarque ou permanência do alienígena no território nacional, pela autoridade sanitária competente.

Anvisa explica que apenas cumpriu lei ao interromper jogo Brasil x Argentina.(Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress)

O caso

A agência de vigilância sanitária emitiu nota explicando que os jogadores entraram no Brasil na sexta-feira, 3, quando identificou que quatro deles prestaram informação falsa, descumprindo a portaria interministerial 655/21, pela qual viajantes estrangeiros que tenham passagem, nos últimos 14 dias, pelo Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia estão impedidos de entrar no país.

Desde sábado, 4, em reunião com a Conmebol, a CBF e a confederação argentina, a Anvisa informa que recomendou a quarentena dos quatro jogadores. Comunicou, ainda, as autoridades brasileiras de saúde, por meio do Cievs – Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde. Mas, mesmo assim, os jogadores participaram de treino na noite daquele dia.

No domingo, 5, a Agência acionou a polícia Federal a fim de que fossem adotadas providências antes do início do jogo, esforçando-se para fazer cumprir a medida de quarentena imposta aos jogadores, mas as tentativas foram frustradas.

Esclarece que a decisão de interromper o jogo nunca esteve na alçada de atuação da Agência. Contudo, a escalação de jogadores que descumpriram as leis brasileiras e as normas sanitárias do país, e que ainda prestaram informações falsas às autoridades, “isso sim exigiu a atuação da Agência de Estado a tempo e a modo, ou seja, de maneira tempestiva e efetiva”.

Pontua que, no exercício de sua missão legal, a ação da Anvisa apenas perseguiu o cumprimento à legislação brasileira.

Infração sanitária

Os jogadores chegaram a ser notificados, mas se recusaram a assinar o documento entregue pelas autoridades presentes no estádio antes da partida, para retorno imediato ao seu país de origem, com base na portaria 655/21 e no art. 11 da lei 6.437/77.

O enquadramento das irregularidades de omissão de dados no preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante (DSV) e o descumprimento da quarentena sujeitam ao Auto de Infração Sanitária (AIS) individual cada atleta que descumpriu a legislação: portaria 655/2021, RDC 21/08 e RDC 456/21.

Vitória do humor

A internet não perdoa. Memes e comentários invadiram a rede depois do episódio entre Brasil e Argentina. Um deles perguntava onde estava a Anvisa no dia do 7 a 1, de Brasil e Alemanha. Veja algumas das piadas.

(Imagem: Reprodução/Redes sociais)

 

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