Nesta quarta-feira, 25, a revista Piauí publicou reportagem dizendo que está proibida de publicar matérias com os desdobramentos do caso envolvendo o humorista Marcius Melhem e acusações de assédio sexual por ordem da Justiça do Rio de Janeiro.
De acordo com o veículo de comunicação, a juíza Tula Corrêa de Mello, da 20ª vara Criminal da Justiça do RJ, suspendeu as publicações de matérias desde o dia 12 de agosto “pelo tempo que durarem as investigações”.
O caso
Em dezembro de 2020, a Piauí publicou reportagem intitulada “O que mais você quer, filha, para calar a boca?”. A fala seria de Marcius Melhem sobre a também humorista Dani Calabresa. A extensa reportagem ouviu 43 pessoas, dentre elas, pessoas que se dizem vítimas de assédio sexual, outras de assédio moral e também vítimas dos dois tipos de assédio, o sexual e o moral.
A matéria dá detalhes de episódios com Dani Calabresa: ele teria tentado beijá-la à força e, com a genitália exposta, teria pressionado o corpo da artista contra a parede.
A revista também critica o silêncio da emissora Globo. Naquele mês em que Marcius teria feito a pergunta que intitula a reportagem, a Piauí diz que a Globo renovou o contrato de Calabresa por mais três anos. "A atriz ganhou um aumento de salário significativo", detalha.
- Leia aqui a reportagem.
Desdobramentos jurídicos
A revista diz que Marcius Melhem acionou a Justiça enquanto combinavam uma data maior para que o humorista se pronunciasse sobre as denúncias no âmbito de uma reportagem de apuração. O objetivo de Melhem seria a censura da Piauí para impedir a publicação dessa matéria.
O humorista obteve êxito e a juíza Tula Corrêa de Mello ainda determinou que, caso a revista publicasse algo sobre o caso, teria de pagar R$ 500 mil de multa, além do recolhimento dos exemplares da revista nas bancas e da remoção da reportagem do seu site.
Hoje, o humorista se pronunciou nas redes sociais.
Vale lembrar que corre na Justiça outro processo, também iniciado por Melhem. Assim que a 1ª reportagem saiu, o humorista processou a Piauí acusando-a de fazer uma matéria mentirosa e tendenciosa. Segundo informa a revista, o juiz Eduardo Tobias de Aguiar Moeller, da 2ª vara Cível do Foro Regional de Pinheiros/SP negou os pedidos do humorista.