Somos constantemente alertados sobre golpes no mundo virtual. As dicas dos especialistas se repetem e mesmo com a maioria dos cuidados sendo adotados por todos, as fraudes continuam aumentando, o que indica que sempre há necessidade de atenção e medidas adicionais de segurança.
Para complementar esses frequentes alertas, o advogado Francisco Gomes Júnior, do escritório OGF Advogados, que foi presidente da Comissão de Ética Empresarial da OAB/SP e é especialista em Direito Digital explica que nunca se deve abrir mão das dicas mais comuns, como tomar cuidado ao acessar sites pouco conhecidos, não clicar em links duvidosos e não fornecer dados desnecessariamente.
“Além disso é preciso frisar que ao receber uma ligação de instituições bancárias pedindo dados, a pessoa deve desligar e retornar a ligação para a sua agência, a fim de confirmar se a ligação partiu realmente do banco onde é correntista.”
O advogado explicou que em tempos remotos, achava-se que a internet garantia o anonimato e era possível ofender e mesmo dar golpes sem ser identificado. “Essa percepção, no entanto, acabou quando se passou a mostrar que é possível identificar o autor de qualquer postagem através do IP e, assim, a internet deixou de ser terra de ninguém”, completou Francisco.
“Golpes são dados em todas as faixas de renda e as vítimas podem ter saldo no banco ou não. Golpes no INSS obrigam, por exemplo, a Previdência Social a exigir a ‘prova de vida’ e fraudes atingem massivamente bolsa família, auxílio emergencial e outros programas para pessoas de menor renda.”
Então, se a internet não garante segurança total e todos podem ser vítimas de golpes, o especialista lista cinco cuidados adicionais para aumentar sua segurança:
1. Comportamento:
Mantenha-se atento e, a princípio, não clique em nada sem checar a procedência;
2. Senhas:
Não use senhas óbvias e não armazene essas senhas no celular ou computador. Seus equipamentos podem ser furtados, roubados ou invadidos e as senhas capturadas;
3. Redes sociais:
A postagem de fotos de viagens, de veículos ou casas, etc. demonstram o padrão de vida e, muitas vezes, até o endereço. Jamais faça check-in em sua própria residência, isso o torna localizável;
4. Aplicativos:
Além de utilizar a verificação em duas etapas para acesso, combine palavras-chaves com seus contatos para comprovar a veracidade da mensagem;
5. Pagamentos:
Sempre que possível prefira pagar através de boletos bancários. Se for pagar com cartão de crédito, utilize cartões para uma única compra, fornecido pela maior parte dos bancos.
Sobre as ferramentas de pagamento, o especialista também dá dicas de segurança para não cair em golpes.
"No ano passado, o PIX passou a ser uma das alternativas para transferência de dinheiro e pagamentos instantâneos, permitindo transações 24 horas por dia, inclusive em fins de semana e feriados. Obviamente, os golpistas passaram a mirar esse meio de pagamento eletrônico e a maioria das fraudes acontece por falha de vigilância”, adverte Francisco.
A dica do advogado é não fazer cadastro de PIX por contato telefônico, não clicar em links por WhatsApp, SMS ou e-mail de banco que supostamente direcionam para cadastro ou confirmação de PIX e mesmo quando for transferir para conhecidos, fazer um contato com a pessoa para verificar se ela não foi clonada.
Por fim, o mais recente meio de transferências é o WhatsApp Pay, função do aplicativo onde se pode transferir dinheiro. A transferência é feita através do Facebook Pay e conta com a proteção de PIN, biometria e token.
“Mas como todo novo serviço, será objeto de armadilhas virtuais. Cuide-se com os cuidados de sempre como: não clicar em links desconhecidos (promoções e ofertas muito vantajosas), não repasse códigos recebidos por SMS, evite fazer transações em redes públicas de internet e mantenha o WhatsApp sempre atualizado (última versão)."
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