Para Gilmar Mendes, a denúncia contra Arthur Lira no âmbito do caso do “Quadrilhão do PP” serviu como “pé de apoio” para um projeto político próprio da Lava Jato. Na tarde de hoje, o ministro votou por rejeitar a denúncia contra Lira, integrando corrente vencedora na 2ª turma.
"As recentes revelações de diálogos havidos entre os procuradores membros da extinta 'Força Tarefa da Operação Lava-Jato' de Curitiba, quer lícitos ou não, sugerem que a apresentação da denúncia nos presentes autos era tão somente um 'pé de apoio' para um projeto político próprio do Ministério Público que perpassava justamente essa estratégia de deslegitimação do establishment partidário para, talvez no futuro, apresentar-se como solução: instaurar o caos para afiançar a moralidade."
- Veja a íntegra do voto de Gilmar Mendes.
Durante o julgamento, o ministro leu trechos das conversas vazadas entre os procuradores da Lava Jato, de 2016, quando a persecução contra o PP já era articulada. No diálogo, segundo salientou Gilmar, definia-se o momento ideal para apresentar a denúncia contra o PP e o PT pelo mesmo crime: “a denúncia do PP seria um passo fundamental para a estratégia de ‘colocar tudo em cima do LULA e de alvos pretéritos’, enfatizou. . “Adoro bater em todos, mas em um de cada vez rs”, teria dito Deltan.
“A calibragem do tempo de apresentação da exordial visava ao alinhamento dos interesses da Força-Tarefa, em especial à convivência de instaurar este inquérito considerando as demais acusações dirigidas ao ex-presidente Lula.”
Assista ao trecho completo do momento no qual Gilmar Mendes lê os trechos dos diálogos.