O Instituto Brasileiro de Economia da FGV divulgou nesta terça-feira, 19, que no segundo decêndio de janeiro o IGP-M variou 2,37%, ante 1,18% no mesmo período do mês anterior. Com este resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 23,41% para 25,46%, o que configura a maior alta dos últimos tempos.
Segundo André Braz, Coordenador dos Índices de Preços, a aceleração dos preços de commodities importantes componentes do IPA, justificam a aceleração do índice ao produtor e sua influência na taxa do IGP-M.
"O comportamento dos preços da soja (-6,11% para -4,06%), dos suínos (-10,87% para -2,44%) e do minério de ferro (2,01% para 26,78%) respondem por parte importante da aceleração do índice geral."
Entre janeiro e dezembro de 2020, o IGP-M acumulou alta de 23,14%. Em dezembro de 2019, o índice havia subido 2,09% e acumulava alta de 7,30% em 12 meses. De acordo com a FGV, o índice foi pressionado pela desvalorização do real em relação ao dólar e pelo avanço dos preços das commodities.
Em entrevista ao Migalhas em novembro de 2020, o advogado Alexandre Junqueira Gomide (Junqueira Gomide & Guedes Advogados Associados), especialista em Direito Imobiliário, explicou o crescimento exponencial do índice.
Sobre o IGP-M
O cálculo do IGP-M leva em consideração a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).
Segundo a FGV, o índice é um dos componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O IGP-M também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.