A corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP foi instada a analisar a conduta do promotor de Justiça que atuou na audiência do caso Mariana Ferrer, no qual a influencer acusa um empresário de estupro. O vídeo da audiência foi divulgado nesta terça-feira, 3, e mostra o advogado do acusado humilhando a vítima, diante do magistrado e do promotor.
No ofício enviado pelo conselheiros Sandra Krieger, Fernanda Marinela, Luiz Fernando Bandeira de Mello, Otavio Luiz Rodrigues Jr. e Luciano Nunes Maia Freire afirmam que as cenas são "grotescas" e demonstram a falha do sistema de Justiça e a incapacidade estrutural de lidar com o respeito às vítimas, "especialmente nos crimes praticados contra mulheres, cuja condição de vulnerabilidade mereceria a maior proteção e respeito por parte de todos os agentes públicos".
"O pior de tudo é que, pelo trecho divulgado, nem o magistrado e nem o promotor de Justiça que partipavam da audiência tiveram a iniciativa de intervir para que cessassem a verdadeira tortura psicológica sofrida pela sra. Mariana Ferrer, que chorou enquanto pedia por aquilo que deveria ser o mínimo: respeito."
Para os mencionados conselheiros, a atuação do promotor de Justiça foi omissa, sendo que em nenhum momento interviu para que fossem cessadas as agressões.
- Veja a íntegra da representação.