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Força-tarefa lamenta fala de Bolsonaro sobre acabar com a Lava Jato: "desconhecimento"

Presidente disse que acabou com a operação pois não existe mais corrupção no governo.

8/10/2020

Os membros do MPF que integram a força-tarefa da Lava Jato no Paraná lamentaram, por meio de nota, a fala do presidente Jair Bolsonaro sobre ter “acabado” com a operação no país, pois não haveria mais corrupção no governo. Para os procuradores, o discurso indica desconhecimento sobre os trabalhos e a necessidade da continuidade da operação.

“Sobretudo, reforça a percepção sobre a ausência de efetivo comprometimento com o fortalecimento dos mecanismos de combate à corrupção.”

(Imagem: Carolina Antunes)

Os procuradores também disseram que a Lava Jato é uma ação conjunta de várias instituições de Estado no combate a uma corrupção endêmica e, conforme demonstram as últimas fases dos trabalhos, ainda se faz essencialmente necessária.

“Ainda ontem, 7, na mesma data da declaração do Presidente, foi deflagrada a 76ª fase da operação, na qual houve a apreensão do equivalente a quase R$ 4 milhões em espécie em endereços de investigado pela prática de delitos contra a Petrobras.”

Veja a íntegra:

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Procuradores da força-tarefa Lava Jato se manifestam sobre declaração do Presidente

Os membros do Ministério Público Federal integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Paraná lamentam a fala do Presidente da República sobre ter 'acabado' com a operação Lava Jato. O discurso indica desconhecimento sobre a atualidade dos trabalhos e a necessidade de sua continuidade e, sobretudo, reforça a percepção sobre a ausência de efetivo comprometimento com o fortalecimento dos mecanismos de combate à corrupção.

A Lava Jato é uma ação conjunta de várias instituições de Estado no combate a uma corrupção endêmica e, conforme demonstram as últimas fases dos trabalhos, ainda se faz essencialmente necessária. Ainda ontem (7), na mesma data da declaração do Presidente, foi deflagrada a 76ª fase da operação, na qual houve a apreensão do equivalente a quase R$ 4 milhões em espécie em endereços de investigado pela prática de delitos contra a Petrobras.

O apoio da sociedade, fonte primária do poder político, bem como a adesão efetiva e coerente de todos os Poderes da República, é fundamental para que esse esforço continue e tenha êxito. Os procuradores da República designados para atuar no caso reforçam o seu compromisso na busca da promoção de justiça e defesa da coisa pública, papel constitucional do Ministério Público, apesar de forças poderosas em sentido contrário.

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