Migalhas Quentes

Condomínio não devolverá valor de quota condominial paga por moradores

Moradores questionavam cálculo da fração ideal e pediam devolução de valor pago a mais na quota condominial.

9/2/2020

A 4ª turma do STJ deu provimento a recurso e reformou acórdão que condenou condomínio em ação na qual moradores questionavam cálculo de fração ideal de quota condominial.

Segundo os moradores, a fração ideal estava errada porque a área construída do seu imóvel era menor e, por isso, eles teriam que pagar um valor menor no rateio de despesas. Além disso, a ação pedia a devolução em dobro das quantias pagas em excesso por conta do erro de cálculo.

O residencial, por sua vez, sustentou que a cobrança da cota de condomínio não era feita de acordo com as metragens das unidades, mas sim de acordo com as frações ideais definidas na convenção. Alegou, também, que o laudo pericial está acarretando equívoco no julgamento, sendo “imprescindível a revaloração da prova técnica pericial, para o julgamento do recurso”.

No juízo de origem, os pedidos foram julgados improcedentes. Já em 2ª instância, o TJ/RJ deu parcial provimento à apelação dos moradores, para condenar o condomínio à devolução simples dos valores cobrados.

No STJ, o ministro Raul Araújo explicou que “o conceito de fração ideal não se confunde com o de metragem da unidade autônoma, até porque a cota é determinada por convenção como sendo proporcional à fração ideal do terreno e partes comuns, nos termos da lei 4.591/64 e do CC.

Segundo o relator, mostra-se acertada a conclusão da sentença, quanto à improcedência do pedido de devolução dos valores supostamente cobrados a mais, porque o critério adotado da fração ideal não estava atrelado à metragem de cada unidade autônoma. Assim, o desembargador deu provimento ao agravo do condomínio para julgar improcedente a pretensão autoral.  

De acordo com o advogado Fernando Galba (Coelho, Junqueira & Roque Advogados), que atua na causa pelo condomínio, "existe uma confusão de que o rateio de despesas com base na fração ideal que cada condômino tem é equivalente a área construída do apartamento. Com frequência a equivalência pode acontecer, mas ter como premissa é equivocado, por não se tratar de uma regra. O construtor pode utilizar regras diferentes para o cálculo da fração. E era o que acontecia neste condomínio. Ele rateava as despesas do condomínio em proporção as frações ideais das unidades, que não possuía equivalência com a área construída”.

Confira a íntegra da decisão.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Leitores

Despesas condominiais

7/1/2020
Migalhas Quentes

Arrematante de imóvel é responsável pelo pagamento das despesas condominiais vencidas

14/8/2019
Migalhas de Peso

Cobrança de quotas condominiais em atraso

30/7/2019
Migalhas Edilícias

Despesas condominiais: alerta de tsunami (baseado em fatos surreais)

10/1/2019
Migalhas Quentes

Proprietário atual só responde por dívida condominial antiga se posterior ao registro do condomínio

2/1/2019
Migalhas de Peso

Dívida de condomínio. Como resolver esse grave problema?

3/9/2018
Migalhas Quentes

STJ: Condomínio não pode utilizar medidas não previstas em lei para punir devedor

31/10/2016
Migalhas de Peso

O protesto e a natureza da despesa condominial nos condomínios edilícios (Lei Estadual 13.160)

19/8/2008

Notícias Mais Lidas

Herdeiros que ocupam imóvel exclusivamente devem pagar aluguel

16/7/2024

OAB/SP divulga nova tabela de honorários com 45 novas atividades

15/7/2024

Funcionária chamada de “marmita do chefe" por colegas será indenizada

16/7/2024

Juiz autoriza penhora de 30% de salário para quitar dívida com banco

17/7/2024

Advogado pede dispensa de uso da beca no TJ/BA por mau cheiro

17/7/2024

Artigos Mais Lidos

Você sabe o que significam as estrelas nos vistos dos EUA?

16/7/2024

Advogado, pensando em vender créditos judiciais? Confira essas dicas para fazer da maneira correta!

16/7/2024

Desconsideração de atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimilar a ocorrência do fato gerador a qualquer tempo, conforme entendimento do CARF

16/7/2024

Será a reforma tributária simplificadora?

16/7/2024

A lei 14.365 e o papel do sócio gestor nas sociedades de advogados

17/7/2024