Polêmica
Dinamarca arquiva processo das charges de Maomé
A Justiça dinamarquesa arquivou um pedido de processo contra o jornal que publicou as charges retratando o profeta Maomé. As charges ganharam notoriedade internacional e provocaram uma onda de violência em diversos países no início deste ano.
A corte de Aarhus (160km a leste da capital Copenhague) disse que, de fato, alguns muçulmanos poderiam ter ficado ofendidos com a série de 12 charges publicadas pelo jornal Jyllands-Posten, mas que não estava claro que a intenção dos desenhos era a de denegrir a imagem do Islã.
A ação judicial foi proposta em março por sete organizações muçulmanas, que acusavam charges e textos do jornal de insultarem o profeta Maomé.
“Não-ofensivos”
O juiz que decidiu pelo arquivamento do processo disse que os desenhos não eram ofensivos, mesmo levando em conta que os textos que os acompanhavam pudessem dar margem à interpretações depreciativas.
Em setembro de 2005, o Jyllands-Posten publicou 12 charges que lentamente foram ganhando notoriedade e acabaram gerando uma onda de protestos violentos em fevereiro deste ano.
A tradição islâmica não permite a representação gráfica do profeta Maomé e de outras figuras religiosas. Pelo menos uma das charges retratava Maomé como um terrorista.
Os artistas receberam diversas ameaças de morte e o premiê dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, deu declarações à TV árabe se desculpando pelo ocorrido.
O Jyllands-Posten defendeu a publicação das charges invocando a Constituição Européia dos Direitos Humanos, que assegura a liberdade de imprensa, mas aceitou que elas poderiam ter sido ofensivas e pediu desculpas.
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