Arquivo morto
Quanto tempo é necessário para desarquivar um processo ? Na véspera do dia do arquivista Migalhas realiza pesquisa nas capitais brasileiras. São Paulo continua sendo recordista.
Sendo o arquivo um centro de informações, sua importância está em: ser a maioria ativa dos atos e fatos que ocorreram numa empresa em uma ou mais épocas; manter devidamente ordenados e classificados o conjunto de documentos, formulários e fichas referentes à vida de qualquer instituição organizada; permitir encontrar e extrair o documento na hora necessária, valorizando-o pela utilização; reconstruir o passado, formando uma memória de grande valor.
Um material comum que muitos destes profissionais lidam todos os dias são os processo judiciais. Estes são arquivados e desarquivados diariamente pelos arquivistas. Todavia, nem tudo funciona como um passe de mágica.
Tempo
O tempo para desarquivar um processo varia de comarca para comarca. Em uma pesquisa realizada nas capitais brasileiras Migalhas constatou que a média é de 7 dias.
Nos fóruns que contam com arquivo no próprio prédio, o desarquivamento pode ser feito em minutos ou demorar no máximo dois dias. Essa espera pode aumentar para 10 dias nos fóruns em que o arquivo fica em outro bairro ou cidade. Em São Luís/MA, os funcionários citaram como principal problema na localização dos processos a mudança do arquivo, encaminhado para outro prédio. Em Vitória/ES, o advogado talvez tenha que contar com a sorte, disse a atendente. Apesar do prazo de espera na capital capixaba ser curto, na migração do sistema antigo para o atual muitos números de processos foram perdidos e alguns são impossíveis de serem localizados.
Mas de quem é a responsabilidade?
A responsabilidade do arquivo é do tribunal. Em alguns Estados, esse arquivo é terceirizado. A multinacional Recall, que administra o do Estado de São Paulo, também é responsável pelo arquivo do Rio de Janeiro. Essa mesma empresa também atendeu Porto Alegre, mas o contrato não está mais em vigor.
Pesquisa
Veja abaixo o resultado do levantamento feito por Migalhas nas capitais brasileiras com o tempo médio para desarquivar um processo judicial do arquivo morto.
São Paulo
No Estado de São Paulo desde 2004 o arquivamento dos processos findos de todas as 308 comarcas foi terceirizado para a multinacional Recall, que instalou escritório na cidade de Jundiaí. Contratada pelo Tribunal em 2003 a empresa receberá R$ 26,9 milhões no período de cinco anos pelos serviços prestados.
A contratação, desde o início, não agradou os paulistas. A demora na disponibilização de documentos e a qualidade dos serviços prestados pela empresa passaram a causar um grande descontentamento na classe. O prazo de 5 dias para desarquivar um processo levava até 8 meses, além de se verificar a não localização de 2% dos processos.
O problema parece não ter sido resolvido. São Paulo continua recordista na demora. Nas grandes cidades do Estado como Campinas, São José dos Campos e Ribeirão Preto, os funcionários foram unânimes ao falar da falta de critério da empresa Recall para priorizar o envio dos processos.
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O problema em São Paulo já foi discutido pelos migalheiros no ano passado. Clique aqui e confira.
Opinião
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