O TRT da 15ª região doou cerca de 135 mil processos trabalhistas findos para a Cooperativa de Profissionais da Área de Reciclagem do Brasil, uma sociedade sem fins lucrativos. Estimado em 80 toneladas, o montante beneficia catadores de papel e reeducandos em regime semiaberto.
De acordo com o Tribunal, os documentos passaram por uma triagem criteriosa com base em análise documental e histórica. A iniciativa faz parte do projeto “Papel Social”, no qual o TRT-15 pode aplicar conceitos de sustentabilidade às práticas de gestão documental no projeto.
Segundo o diretor presidente da cooperativa, José Carlos da Silva, a doação deverá render aproximadamente R$ 50 mil à cooperativa. Segundo o Tribunal, o dinheiro tem três destinações: associação AUPACC - Amigos Unidos por Amor Contra o Câncer; fundo de natal dos 23 cooperados e pagamento de salário dos reeducandos da Funap - Fundação de Amparo ao Preso “Prof. Dr. Manoel Pimentel".
Para a presidente do TRT da 15ª Região, desembargadora Gisela Rodrigues Magalhães de Araujo e Moraes, é dever do Tribunal adotar iniciativas sustentáveis.
"Por meio de ações como esta, o TRT da 15ª Região reitera seu compromisso com a preservação do meio ambiente e se posiciona como uma instituição que se organiza para operar a redução e a erradicação de impactos socioambientais negativos gerados a partir de suas atividades, bem como fomentar o uso racional dos recursos naturais, o respeito à sociedade e ao meio ambiente."
A presidente ressaltou ainda o viés social da iniciativa, "um ciclo do bem", uma vez que a cooperativa é uma sociedade sem fins lucrativos e "possui convênio assinado com a Fundação de Amparo ao Preso", mantendo "33 postos de trabalho para reeducandos em regime semiaberto, os quais recebem um salário-mínimo mensal", além de uma redução de pena, e suas atividades contribuem para a qualificação profissional e experiência, "conferindo maior probabilidade de colocação no mercado de trabalho, após o cumprimento da pena".
Benefícios
Estima-se que as 80 toneladas de resíduos recicláveis doados levarão à redução de cerca de 250% de consumo de energia elétrica, em relação ao processo tradicional para obtenção de papel a partir da polpa de madeira. Além disso, essa prática evitará a emissão de cerca de 210 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, reduzirá o consumo de água, aumentará a vida útil dos materiais e minimizará a utilização de aterros sanitários.