Nesta sexta-feira, 2, o presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, voltou a comentar as declarações de Bolsonaro sobre o desaparecimento de seu pai. O batonier da advocacia afirmou que irá até as últimas consequências para que o presidente respeite a memória de Fernando Santa Cruz.
Veja:
Em reunião almoço do IASP - Instituto dos Advogados de São Paulo, Santa Cruz afirmou que há uma agenda mais importante a ser discutida para o Brasil do que um bate-boca entre ele e Bolsonaro.
Santa Cruz lamentou que esse episódio só tenha ocorrido por incompreensão do Presidente da República e o desrespeito à prerrogativa do advogado, que é sigilo com seu cliente no caso de Adélio Bispo, autor da facada durante a disputa eleitoral. Ele afirmou categoricamente que a Ordem não impediu a perícia de ser feita, contrariando as acusações de Bolsonaro.
“Eu tomei posição, posição pública de solidariedade ao presidente, quando houve o atentado a vida dele. Todos nós nos comovemos e achamos aquilo um absurdo dentro da democracia e dentro da cultura de paz da nossa eleições recentes e nós não impedimos essa perícia.”
Renomados advogados e juristas estiveram presentes prestando sua solidareidade à Santa Cruz, entre eles, o ex-presidente do Conselho Federal Mário Sérgio Duarte Garcia, que esteve à frente da Ordem de 1979 a 1981, quando a ditadura militar começou a dar os primeiros sinais de esgotamento. Sua gestão foi marcada pelo engajamento na luta pela anistia aos presos políticos.
Inicialmente convidado pelo Instituto para falar sobre a PEC 108/2019, que pede o fim dos conselhos profissionais, o presidente comentou o trabalho que tem feito junto ao congresso contra a proposta. Para ele, o fim do exame de Ordem é o fim da advocacia. “Se a OAB fosse uma entidade mercantil, ela adoraria os 3 milhões de bacharéis pagando anuidade. Mas nós não podemos trocar esse fortalecimento financeiro pela absoluta descaracterização dos princípios e das qualidades da nossa profissão.”
Fotos: Felipe Lampe
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